Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/43237
ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-6260-1616
Tipo de documento: Tese
Tipo de acceso: Acesso Aberto
Título: Demarcar a terra com sangue: discurso, memória e resistência indígena
Título (s) alternativo (s): Demarcar la tierra com sangre: discurso, memoria y resistencia indígena
Demarcate the land with blood: discourse, memory and indigenous resistance
Autor: Abreu, Tiago Eric de
Primer orientador: Sá, Israel de
Primer miembro de la banca: Luciano Baniwa, Gersem José dos Santos
Segundo miembro de la banca: Silva, Maria Ivonete Santos
Tercer miembro de la banca: Carvalho, Pedro Henrique Varoni de
Cuarto miembro de la banca: Dorne, Vinícius Durval
Resumen: A história da colonização das Américas está marcada por discursos de morte, mas também pela resistência que os povos opuseram à necropolítica europeia desde a invasão. As formas de resistência na formação dos Estados nacionais na América latina, no entanto, são um tópico relegado a lugar secundário em parte significativa da historiografia. No século XXI, presenciamos movimentos difusos de grupos de estudo, de associações e coletivos - nas universidades e além delas - que se ocupam de pautas e demandas específicas das gentes quilombolas, indígenas, ribeirinhas, bem como outras coletividades marginalizadas. Muitos estudos contemporâneos na América latina trabalham sobre as memórias das comunidades de insurgentes, de pessoas e grupos violentados. Partimos da percepção de que a resistência indígena ocorre em um continuum desde a invasão, e que os dispositivos coloniais se perpetuam em discursos neocoloniais, o que implica a consideração de uma memória larga (Cusicanqui, 1987; 2010) das insurreições contra o poder de matar - a necropolítica do Estado-nação (Mbembe, 2018). Se, ao longo da história, a posse/propriedade da terra constitui um marco fundacional de conflitos, a colonização das regiões interiores do continente sobrepôs as antigas formas de habitar, provocando o desterro, o aldeamento, a captura e escravidão de negros/as e indígenas. Assim é que os movimentos das populações de fugitivos e refugiados descrevem linhas na geografia do continente, e marcas remanescentes da condição de cativeiro, memórias da lavoura, da sujeição, do massacre. As políticas de terras e os discursos da monocultura e da ocupação dos “vazios demográficos” (Tavares, 2018) - sobretudo nas ditaduras - vão se reproduzindo nas práticas de apropriação das terras indígenas. No século XX, em diferentes contextos na América latina, comunidades formam alianças e passam a agir em diversos meios para salvaguardar o direito à terra, à vida e aos processos próprios. Recortamos eventos específicos para análise: a criação do Parque Indígena do Xingu em 1961 marca mudanças significativas nas formas de organização de coletivos indígenas que, na década de 1980, se materializam nas mobilizações da Assembleia Constituinte (1987). A promulgação da Constituição brasileira de 1988 marcou a emergência de novas condições na ordem jurídica que, no entanto, demandariam novas lutas por demarcações para serem direitos de fato. As retomadas de Terras Indígenas, no plano macropolítico, acompanham produções micropolíticas, táticas, na literatura, na pesquisa acadêmica, no teatro, na música, no direito, nas artes visuais - terrenos da resistência indígena contemporânea. As novas formas de comunidade que se formam no trânsito indicam diferentes atores da resistência em diferentes lugares sociais, que produzem enunciados diversos, atravessados, contudo, por traços de parentesco de memórias. Logo, nosso intuito é analisar as produções de memória da resistência indígena, em diálogo com os estudos dos discursos e práticas descolonizadoras propostos por Silvia Rivera Cusicanqui (1987; 2010; 2015a; 2015b; 2018). Nossas análises dos indícios encontram marcas e rastros de uma larga memória da resistência indígena, tomando dispersões enunciativas que circulam na internet, em imagens, textos verbais e vídeos. Analisamos enunciados difusos em mídias marginais às correntes principais: os longas-metragens Raoni (1978), A última Floresta (2021), os videodocumentários Índio cidadão? (2014), O Espírito da Floresta (2012) e Nixi pae (2015), os curtas metragens: Já me transformei em imagem – Ma É Dami Xina (2008), Pirinop: Meu primeiro contato (2007), Fôlego vivo (2021), Nalimo: Resistência Abya Yala (2021), a série de documentários Índios no Brasil (CARELLI, 2000), as produções de Aryel Ortega Kuaray Poty, Larissa Yepadi’ho e Takumã Kuikuro, bem como alguns vídeos do projeto Vídeo nas Aldeias (Carelli, 2015), além de obras de artevistas indígenas publicadas em seus blogs, como o MAHKU – Movimento de Artistas Huni Kuĩ e expostas em galerias. Selecionamos materiais produzidos por indígenas, em que eles/as têm parte ativa na concepção e podemos ouvir suas falas. Encontramos que o devir- indígena implica a reapropriação da memória histórica, e que as práticas de resistência, as grandes marchas e acampamentos por espaços e instituições públicas, bem como as micro- insurreições cotidianas, performam gestos memoriosos. As (ins)urgências dos corpos de saberes indígenas na pesquisa acadêmica operam a crítica das imagens/discursos sobre o/a indígena. Mais além, percebemos a luta pela reapropriação da voz e da memória da terra (Tavares, 2018) como vias de possibilidades para o futuro indígena. Nas epistemes indígenas, a terra é uma entidade de direitos.
Abstract: Resumen: La historia de la colonización de las Américas está caracterizada por discursos de Muerte, pero también de resistencia que los pueblos opusieron a la necropolítica europea desde la invasión. Las formas de resistencia en la formación de los Estados nacionales en América Latina, sin embargo, son un tópico rezagado a un lugar secundario en gran parte de la historiografía. En el siglo XXI, presenciamos movimientos difusos de grupos de estudio, de asociaciones y colectivos - en las universidades y más allá de ellas - que se ocupan de pautas y demandas específicas de gente de quilombos, gente indígena, gente que vive en el margen de ríos, como también otras colectividades marginalizadas. Muchos estudios contemporáneos en América Latina trabajan sobre las memorias de comunidades de insurgentes, de personas y grupos violentados. Partimos de la percepción de que la resistencia indígena ocurre en un continuum desde la invasión, y que los dispositivos coloniales se perpetúan en discursos neocoloniales, lo que implica la consideración de una larga memoria (Cusicanqui, 1987; 2010) de las insurrecciones en contra del poder de matar - la necropolítica del Estado-nación (Mbembe, 2018). Si, a lo largo de la historia, la posesión/propiedad de la tierra constituye un marco fundacional de conflictos, la colonización de las regiones interiores del continente se sobrepuso sobre las antiguas formas de habitar, provocando el destierro, la formación de aldeas, la captura y la esclavización de negros/as e indígenas. De este modo, los movimientos de las poblaciones de seres que huían y de refugiados describen líneas en la geografía del continente, y marcas remanecientes de la condición de cautiverio, memorias de los cultivos, del sometimiento, de la masacre. Las políticas de tierras y los discursos del monocultivo y de la ocupación de los "vacíos demográficos" (Tavares, 2018) - sobre todo en las dictaduras - se van reproduciendo en las prácticas de apropiación de las tierras indígenas. En el siglo XX, en diferentes contextos en la América Latina, comunidades forman alianzas y pasan a actuar en diversos ambientes para salvaguardar el derecho a la tierra, a la vida y a los procesos propios. Recortamos eventos específicos para análisis: la creación del Parque Indígena do Xingu en 1961 marca cambios significativos en las formas de organización de colectivos indígenas que, en la década de 1980, se materializan en las movilizaciones de la Asamblea Constituyente (1987). La promulgación de la Constitución Brasileña de 1988 marcó la emergencia de nuevas condiciones en el orden jurídico, que, sin embargo, demandarían nuevas luchas por demarcaciones para que se volvieran derechos de facto. Las retomadas de Tierras Indígenas, en el plan macropolítico, acompañan producciones micropolíticas, tácticas, en la literatura, en la investigación académica, en el teatro, en la música, en el derecho, en las artes visuales - territorios de la resistencia indígena contemporánea. Las nuevas formas de comunidad que se forman en el tránsito indican diferentes actores de la resistencia en diferentes lugares sociales, que producen enunciados diversos, atravesados, sin embargo, por rasgos de parentesco de memorias. Luego, nuestro objetivo es analizar las producciones de memoria de la resistencia indígena, en diálogo con los estudios de los discursos y practicas descolonizadoras propuestos por Silvia Rivera Cusicanqui (1987; 2010, 2015a; 2015b; 2018). Nuestros análisis de los indicios encuentran marcas y vestigios de una larga memoria de la resistencia indígena, tomando dispersiones enunciativas que circulan en la internet, en imágenes, textos verbales y videos. Analizamos enunciados difusos en mídias marginales a las corrientes principales: los larga-metrajes Raoni (1978), A Última Floresta (2021), los videodocumentarios Índio cidadão? (2014), O Espírito da Floresta (2012) y Nixi pae, los cortas- metrajes: Já me transformei em imagem - Ma É Dami Xina (2008), Pirinop: Meu primeiro contato (2007), Fôlego vivo (2021), Nalimo: resistencia Abya Yala (2021), la serie de documentarios Índios no Brasil (CARELLI, 2000), las producciones de Aryel Ortega Kuaray Poty, Larissa Yepadi'ho y Takumã Kuikuro, como también algunos videos del Projeto Vídeo nas Aldeias (Carelli, 2015), además de obras de artevistas indígenas publicadas en sus blogs y expuestas en galerías. Seleccionamos materiales producidos por indígenas, en que ellos/as tienen parte activa en la concepción y podemos oír sus hablas. Encontramos que el devenir-indígena implica la reapropiación de la memoria histórica, y que las prácticas de resistencia, las grandes marchas y campamentos por espacios e instituciones públicas, como también las micro insurrecciones cotidianas, constituyen gestos memorables. Las (ins)urgencias de los cuerpos de saberes indígenas en la investigación académica operan la crítica de las imágenes/discursos sobre el/la indígena. Más allá, percibimos la lucha por la reapropiación de la voz y memoria de la tierra (Tavares, 2018) como vía de posibilidades para el futuro indígena. En las epistemes indígenas, la tierra es una entidad de derechos.
Palabras clave: imagem/discurso
resistência à necropolítica
memória larga
epistemes indígenas
Área (s) del CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Tema: Linguística
Linguagem e línguas - Estudo e ensino
Colonização
Indígenas - Crimes contra
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos
Cita: ABREU, Tiago Eric de. Demarcar a terra com sangue: discurso, memória e resistência indígena, 2024. 220 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2024. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.353.
Identificador del documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.353
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/43237
Fecha de defensa: 5-jul-2024
Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS): ODS::ODS 15. Vida terrestre - Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
Aparece en las colecciones:TESE - Estudos Linguísticos

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