Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/33951
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Discursos sobre a infância na poesia de Arnaldo Antunes e de Manoel de Barros
Título(s) alternativo(s): Speeches on childhood in the poetry by Arnaldo Antunes and Manoel de Barros
Autor(es): Pereira, Anísio Batista
Primeiro orientador: Fernandes, Cleudemar Alves
Primeiro membro da banca: Silveira, Eliane Mara
Segundo membro da banca: Sousa, Kátia Menezes
Terceiro membro da banca: Sousa Júnior, Manuel José Veronez
Quarto membro da banca: Fernandes Júnior, Antônio
Resumo: Nesta investigação, propomos a trabalhar a análise do discurso literário, mais precisamente com poesias de Arnaldo Antunes (1960-atual) e Manoel de Barros (1916-2014), dois escritores da literatura brasileira que abordam a infância de forma recorrente em suas obras. A observação do pesquisador em relação às poesias desses poetas, tendo em vista a construção dos saberes instaurados nos seus enunciados, provocou uma inquietação no que tange à temática. Embora se trate de dois escritores que apresentam distinções acentuadas, tanto em seus aspectos socioculturais quanto em suas trajetórias no meio literário, é possível constatar que algo os aproxima: a infância. Ao passo que Antunes inicia sua trajetória na música, no cenário do rock dos anos 80 e, posteriormente, se dedica à escrita literária propriamente dita, Barros apresenta seu ingresso na escrita na década de 1930 e percorre por décadas nesse universo até meados da década de 2010. As características peculiares desses poetas de construir sujeitos tomando por base a ruptura e a transgressão dão pistas de uma possível aproximação, mas não nos limitamos a esse ponto, pois caminhamos, também, para as discrepâncias encontradas nesses dois universos literários. E dessa forma configuramos nosso objetivo de pesquisa: realizar uma análise discursiva comparativa entre esses dois poetas, com ênfase para a construção de infância(s) materializadas nos seus discursos. Tal investigação se justifica pela relevância desses escritores na literatura brasileira e que pode contribuir para o avanço dos estudos discursivos literários, por meio de outras possibilidades nesse campo do saber vinculado aos estudos linguísticos. Isto posto, delimitamos nosso corpus com recorte de poemas integrantes de 6 (seis) livros, sendo 3 (três) de cada poeta. De Arnaldo Antunes: Tudos (1991); As Coisas (1992) e Nome (1993) e de Manoel de Barros: O livro das ignorãças (1993); Livro sobre nada (1996) e Exercícios de ser criança (1999). A leitura prévia dessas obras, pelas suas construções discursivas ligadas a saberes e subjetividades que se direcionam para a construção de sujeitos típicos da infância, nos possibilitou tomar como suporte teórico-metodológico para as análises alguns pressupostos de Michel Foucault, pensador que tem contribuído para as investigações na área dos estudos discursivos e que possibilita um trabalho analítico com vários tipos de materialidades, inclusive com a literatura. De Foucault, exploramos alguns conceitos basilares para o engajamento analítico em questão, tais como sujeito, subjetividade, verdade, ser de linguagem e transgressão, que povoam nosso olhar investigativo nas instâncias teórica e analítica. Dividida em 4 (quatro) capítulos, nesta tese são abordados conceitos que propomos desenvolver no sentido de possibilitar as análises comparativas entre os dois poetas, como linguagem e infância, transgressão e ser de linguagem, sujeito e genealogia da infância, memória e subjetividade, questões que procuramos explicitar nesse processo investigativo. Pelas análises, constatamos que esses escritores, no exercício da função autor, constroem sujeitos ligados à infância que se aproximam, tendo em vista os saberes mobilizados para essa possibilidade, dada a transgressão e a resistência de saberes legitimados em detrimento da construção e relações diferenciadas de outros, que constroem subjetividades por meio de uma linguagem literária. Mas há também distinções nas formas elaborais desses discursos, que em Antunes há um sujeito mais concreto, construído com elementos característicos de dada realidade social e marcado pelo aqui agora; e em Barros encontramos elementos mais utópicos, primando pelo tempo passado, como quem aprecia sair da lógica discursiva e se adentrar no fora, no universo exterior, próprio do discurso literário, que se relaciona com a infância.
Abstract: In this investigation, we propose to work on the analysis of literary discourse, more precisely with poems by Arnaldo Antunes (1960-present) and Manoel de Barros (1916-2014), two writers of Brazilian literature who recurrently address childhood in their works. The researcher's observation in relation to the poems of these poets, in view of the construction of knowledge established in their statements, provoked a concern regarding the theme. Although these are two writers who present sharp distinctions, both in their sociocultural aspects and in their trajectories in the literary world, it is possible to see that something brings them together: childhood. While Antunes began his career in music, in the rock scene of the 1980s and later dedicated himself to literary writing itself, Barros introduces his entry into writing in the 1930s and travels for decades in this universe until the mid-1930s. 2010. The peculiar characteristics of these poets of constructing subjects based on rupture and transgression give clues to a possible approximation, but we are not limited to this point, as we are also heading towards the discrepancies found in these two literary universes. And in this way we configure our research objective: to carry out a comparative discursive analysis between these two poets, with an emphasis on the construction of childhood(s) materialized in their speeches. Such investigation is justified by the relevance of these writers in Brazilian literature and that it can contribute to the advancement of literary discursive studies, through other possibilities in this field of knowledge linked to linguistic studies. That said, we delimited our corpus with clipping poems from 6 (six) books, 3 (three) from each poet. By Arnaldo Antunes: Everything (1991); The Things (1992) and Nome (1993) and Manoel de Barros: The book of ignorance (1993); Book about Nothing (1996) and Exercises of Being a Child (1999). The previous reading of these works, due to their discursive constructions linked to knowledge and subjectivities that are directed towards the construction of typical childhood subjects, allowed us to take as theoretical-methodological support for the analysis some assumptions of Michel Foucault, a thinker who has contributed to the investigations in the area of discursive studies and that enable an analytical work with various types of materialities, including literature. From Foucault, we explore some basic concepts for the analytical engagement in question, such as subject, subjectivity, truth, being of language and transgression, which populate our investigative gaze in theoretical and analytical instances. Divided into 4 (four) chapters, this thesis addresses concepts that we propose to develop in order to enable comparative analyzes between the two poets, such as language and childhood, transgression and being of language, subject and childhood genealogy, memory and subjectivity, issues that we tried to make explicit in this investigative process. Through the analyses, we find that these writers, in the exercise of the author function, build subjects linked to childhood, who come closer, in view of the knowledge mobilized for this possibility, given the transgression and resistance of legitimate knowledge to the detriment of the construction and differentiated relationships others, who construct subjectivities through a literary language. But there are also distinctions in the elaborate forms of these discourses, that in Antunes there is a more concrete subject, constructed with characteristic elements of a given social reality and marked by the here now; and in Barros we find more utopian elements, emphasizing the past tense, as someone who appreciates leaving the discursive logic and entering the outside, in the external universe, typical of literary discourse, which is related to childhood.
Palavras-chave: discurso
sujeito
saber
infância
Arnaldo Antunes
Manoel de Barros
discourse
subject
know
childhood
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Assunto: Linguística
Antunes, Arnaldo, 1960- - Crítica e interpretação
Barros, Manoel de, 1916-2014 - Crítica e interpretação
Poesia brasileira
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos
Referência: PEREIRA, Anísio Batista. Discursos sobre a infância na poesia de Arnaldo Antunes e de Manoel de Barros. 2021. 171 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.688.
Identificador do documento: https://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.688
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/33951
Data de defesa: 10-Dez-2021
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