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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/26434
ORCID: | http://orcid.org/0000-0003-3981-2754 |
Document type: | Dissertação |
Access type: | Acesso Aberto |
Title: | A manifestação de criatividade no espaço escolar: o gesto de apropriação da língua escrita |
Alternate title (s): | La manifestation de la créativité dans l'espace scolaire: le geste d'appropriation de la langue écrite |
Author: | Freitas, Priscilla Felipe Borges de |
First Advisor: | Agustini, Carmen Lucia Hernandes |
First member of the Committee: | Leite, João de Deus |
Second member of the Committee: | Araújo, Maurício Viana de |
Summary: | Neste trabalho de pesquisa, filiamo-nos à Teoria da Enunciação de Émile Benveniste. Propomo-nos problematizar o ensino da escrita em Língua Portuguesa no espaço escolar, sob a óptica da criatividade. Partindo do pressuposto de que a manifestação de criatividade é constitutiva da prática de escrita, objetivamos, com esta pesquisa, demonstrar que a propalada discursividade, em circulação no espaço escolar brasileiro, de que o aluno não sabe escrever de modo criativo está baseada em uma noção de criatividade que contradiz o próprio funcionamento do espaço político-simbólico escolar. De nossa perspectiva, toda enunciação, seja ela falada, seja ela escrita, é constitutivamente (re)criação. A relação discursiva é, ao mesmo tempo, iterativa e inventiva, porque a conversão da língua em discurso requer torná-la apta ao uso específico provocado pela instância de discurso. Por isso, Benveniste (2005 [1966], p. 26) diz que “a linguagem re-produz a realidade”. Esse re-produz deve ser compreendido como produzir de novo a realidade por intermédio da linguagem. Assim concebido, o conceito de criatividade não se relaciona à produção de algo inusitado e espontâneo, relaciona-se, por conseguinte, ao próprio ato de produção do discurso, ou seja, à enunciação. Essa concepção de criatividade leva-nos a assumir que há, no espaço político-simbólico escolar, dois modos de enunciação constitutivos da relação entre aluno e conhecimento apre(e)ndido: (i) a enunciação colada e (ii) a enunciação descolada. Portanto, nesta pesquisa, a criatividade refere-se ao modo de subjetivação do aluno em relação ao conhecimento apre(e)ndido e esse modo conjuga enunciação colada e enunciação descolada. Dessa forma, nosso objetivo geral é compreender a manifestação de criatividade na produção textual escrita, produzida em espaço escolar por alunos do Ensino Fundamental II, em especial de alunos do nono ano, uma vez que nessa etapa de ensino o aluno já deveria ter certa experiência de escrita, e porque, segundo os documentos oficiais, já deveria ter condições de produzir um texto em diversos gêneros textuais estabelecidos pela estrutura curricular como objeto de ensino. Para a realização da presente pesquisa, acompanhamos o trabalho de uma professora da rede pública municipal do interior de Minas Gerais, em uma sequência didática voltada à produção do gênero textual “texto de opinião”. Essa sequência didática contemplou um texto produzido em aula e outro produzido em ambiente virtual. Assim, é possível compreender que, nessa etapa do processo de ensino, a produção textual é de suma importância na constituição do aluno como sujeito e, para que isso se efetive, é necessário que esse aluno se aproprie da língua escrita, de modo que ele seja capaz de escrever segundo as coerções e a normatividade do gênero demandado. Dessa forma, considerando as duas situações discursivas de produção de texto, como a criatividade é possível se manifestar ou não no espaço político-simbólico escolar? Finalizamos esta pesquisa afirmando que o conceito de criatividade como algo inusitado pode configurar-se como um problema à postura professoral, no movimento de ensino da escrita em Língua Portuguesa, uma vez que o conceito de criatividade, a partir do senso comum, leva à concepção do fracasso escolar. Portanto, o conceito de criatividade propalado por discursividades do senso comum, o qual concebe como algo inusitado, não existe, pois da perspectiva enunciativa de Benveniste da reprodução, compreendemos que a escrita no espaço escolar é constitutivamente a escrita de um sujeito e, por isso, ela é constitutivamente criativa. |
Abstract: | Dans ce travail de recherche, nous sommes affiliés à la théorie de l'énonciation d'Émile Benveniste. Nous proposons de problématiser l'enseignement de l'écriture en portugais dans l'espace scolaire, du point de vue de la créativité. Partant de l’hypothèse que la manifestation de la créativité est constitutive de la pratique de l’écriture, nous visons, avec cette recherche, à démontrer que la discursivité circulant dans l’espace scolaire brésilien, que l’élève ne sait pas écrire de manière créative, est basée sur une notion de la créativité qui contredit le fonctionnement de l'espace symbolique école-politique. De notre point de vue, chaque énonciation, qu'elle soit parlée ou écrite, est constitutivement une (re)création. La relation discursive est à la fois itérative et inventive, car la conversion du langage en discours nécessite son adaptation à l'usage spécifique provoqué par le cas du discours. Par conséquent, Benveniste (2005 [1966], 26) dit que "le langage reproduit la réalité". Cette re-production doit être comprise comme produisant à nouveau la réalité à travers le langage. Ainsi conçu, le concept de créativité n'est pas lié à la production de quelque chose d'inhabituel et de spontané, il est donc lié à l'acte même de produire un discours, c'est-à-dire à une énonciation. Cette conception de la créativité laisse supposer qu'il existe deux modes d'énonciation constitutifs de la relation entre savoir et connaissances cognitives: (i) l'énonciation liée et (ii) l'énonciation détachée. Par conséquent, dans cette recherche, la créativité fait référence au mode de subjectivation de l'étudiant par rapport au savoir appris et ce mode conjugue une énonciation liée et une énonciation détachée. Ainsi, notre objectif général est de comprendre la manifestation de la créativité dans la production de textes écrits, produite dans l’espace scolaire par les élèves du primaire, en particulier par les élèves de neuvième année, car à ce stade de l’enseignement, l’élève devrait déjà avoir une certaine expérience d’écriture, et parce que, d’après les documents officiels, il devrait déjà être en mesure de produire un texte dans plusieurs genres textuels établis par le programme comme objet d’enseignement. Pour la réalisation de la présente recherche, nous suivons les travaux d’un enseignant du réseau public municipal de l’intérieur de Minas Gerais, dans une séquence didactique visant à la production du genre textuel "texte d’opinion". Cette séquence didactique envisageait un texte produit en classe et un autre produit dans un environnement virtuel. Il est donc possible de comprendre qu’à ce stade du processus d’enseignement, la production textuelle revêt une importance primordiale dans la constitution de l’étudiant en tant que matière et que, pour que cela prenne effet, il est nécessaire que cet étudiant s’approprie la langue est capable d'écrire en fonction de la contrainte et de la normativité du genre demandé. Ainsi, en considérant les deux situations discursives de la production de texte, comment la créativité peut-elle se manifester dans l’espace politico-symbolique de l’école? Nous concluons cette recherche en affirmant que le concept de créativité en tant qu’inhabituel peut être configuré comme un problème pour la position d’enseignant dans le mouvement d’enseignement de l’écriture en langue portugaise, puisque le concept de créativité, du sens commun, conduit à la d'échec scolaire. Par conséquent, le concept de créativité promu par les discursivités du sens commun, qu'il conçoit comme quelque chose d'inhabituel, n'existe pas, car de la perspective énonciative de Benveniste, nous comprenons que l'écriture dans l'espace scolaire est constitutivement l'écriture d'un sujet , il est constitutivement créatif. |
Keywords: | Criatividade Gêneros textuais Escrita Sujeito Ensino Créativité Genres textuels L'écriture Sujet L'enseignement |
Area (s) of CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Uberlândia |
Program: | Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos |
Quote: | FREITAS, Priscilla Felipe Borges de. A manifestação de criatividade no espaço escolar: o gesto de apropriação da língua escrita. 2019. 164 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019. DOI http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2019.2064 |
Document identifier: | http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2019.2064 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/26434 |
Date of defense: | 20-May-2019 |
Appears in Collections: | DISSERTAÇÃO - Estudos Linguísticos |
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