Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22631
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Educação bilíngue e geografia nas escolas de surdos
Título(s) alternativo(s): Bilingual education and geography in schools for deaf students
Autor(es): Pena, Fernanda Santos
Primeiro orientador: Sampaio, Adriany de Ávila Melo
Primeiro membro da banca: Sabino, André Luiz
Segundo membro da banca: Reis, Flaviane
Terceiro membro da banca: Oliveira, Ivanilton José de
Quarto membro da banca: Lima, João Donizete
Quinto membro da banca: Rego, Nelson
Resumo: A tese apresentada se insere no debate sobre o ensino de Geografia para estudantes surdos, considerando os pressupostos da Educação Bilíngue. Como objetivo geral, propõe-se analisar como o ensino de Geografia está sendo realizado nas Escolas de Surdos pelo uso da pesquisa qualitativa. Foram pesquisadas seis Escolas de Surdos, localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal, durante os anos de 2015 a 2017. As pesquisas se iniciaram após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP), realizando-se a observação não participante; a entrevista com cinco professores de Geografia; a aplicação de questionários com 42 estudantes surdos do 9º ano do Ensino Fundamental; e a análise dos Projetos Político Pedagógicos das escolas pesquisadas, de Decretos e de Leis municipais e estaduais específicas sobre a oferta da Educação Bilíngue para surdos. Para as análises dos dados, utilizou-se a metodologia da Análise de Conteúdo. O estudo verificou que as Escolas de Surdos possuem histórias de luta e resistência no cenário atual, cujas políticas de inclusão defendem a matrícula dos estudantes surdos na escola comum. A maioria das escolas pesquisadas atua na perspectiva bilíngue de ensino, adotando a Libras como primeira língua e o português escrito como segunda língua, além de valorizar a cultura surda e as metodologias de ensino bilíngues. Possuem professores ouvintes proficientes em Libras, professores surdos, eventos e atividades culturais, o que desperta o sentimento de pertencimento nos seus estudantes. Todavia, constatou-se que ainda existem Escolas de Surdos que trabalham pautando-se no ouvintismo, pois suas práticas não reconhecem a cultura surda e utilizam a Libras apenas como meio para se ter acesso ao conhecimento produzido em português. Mesmo nessas escolas, os estudantes surdos se dizem mais bem atendidos, quando comparadas às escolas comuns, pois se identificam com as práticas pedagógicas visuais, encontram cotidianamente com seus pares e se comunicam em Libras. Sobre os conhecimentos geográficos, a maioria dos estudantes pesquisados considerou que a aprendizagem nas Escolas de Surdos é ótima, justificando que os professores se comunicam e ministram aulas em Libras, além de utilizarem recursos didáticos que exploram a visualidade, como o computador, projetor multimídia, TV, Internet, mapas, imagens, dentre outros. Concluiu-se que o ensino de Geografia realizado na Escola Bilíngue de Surdos, com professores de Geografia formados na área, proficientes em Libras e com conhecimentos metodológicos para surdos, é realizado de modo satisfatório. São utilizados recursos didáticos visuais, aliados aos conhecimentos geográficos e pedagógicos dos professores, com aulas expositivas/dialogadas em Libras, a partir da experiência visual dos surdos. Como demandas para a melhoria do ensino nas Escolas Bilíngues de Surdos, verificam-se a criação e a divulgação de sinais em Libras de Geografia, assim como de materiais bilíngues desse conteúdo, incluindo a produção do livro didático.
Abstract: This work is about the teaching of Geography for deaf students, considering the presuppositions of Bilingual Education. The objective is to analyze the teaching of Geography in schools for deaf students using the qualitative research. We studied six schools located in the states of Minas Gerais, São Paulo, Goiás, and the Federal District from 2015 to 2017. The research began after the approval of the project by the Research Ethics Committee with Human Beings, with non-participant observation. We interviewed five Geography teachers; 42 deaf students from the 9th grade of elementary school answered de questionnaires. We analyzed Pedagogical Political Projects, Decrees, and specific municipal and state laws on the offer of Bilingual Education for the deaf. We also used the Content Analysis methodology. The results show that the schools for deaf students have stories of struggle and resistance, whose inclusion policies advocate the enrollment of deaf students in the common schools. Most of the schools work in the bilingual perspective of teaching, adopting Libras as the first language and written Portuguese as a second language, as well as valuing deaf culture and bilingual teaching methodologies. They have teachers who are proficient in Libras, deaf teachers, events and cultural activities, as well as architectural adaptations, which awaken the sense of belonging in their students. However, there are still schools for deaf people who work based on the listener, since their practices do not recognize the deaf culture. They use Libras only as a means to have access to the knowledge produced in Portuguese. Meanwhile deaf students feel better in the schools for them because they identify themselves with the visual pedagogical practices, meet their peers on a daily basis and communicate in Libras. Regarding the geographic knowledge, most of the students considered that learning in the schools for the death is great, justifying that teachers communicate and teach classes in Libras, besides using didactic resources that explore visualization, such as computers, data show, TV, Internet, maps, images, among others. We conclude that the teaching of Geography carried out in the bilingual school for the deaf is satisfactory when they have Geography teachers trained in the area, proficient in Libras and with methodological knowledge for those students. Also when they use visual teaching resources, together with the teachers geographical and pedagogical knowledge, with lectures/dialogues in Libras, based on the visual experience of the deaf. This way the demands for the improvement of teaching in the bilingual schools for the deaf are the creation and diffusion of signs in Libras for Geography, as well as bilingual materials of this content, including the production of a Geography textbook.
Palavras-chave: Bilinguismo
Bilingualism
Estudos Surdos
Deaf Studies
Libras
Didactics Resources
Professores de Geografia
Geography Teacher
Recursos Didáticos
Geografia
Geografia - Estudo e ensino
Surdos - Educação
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Geografia
Referência: PENA, Fernanda Santos. Educação bilíngue e geografia nas escolas de surdos. 2018. 257 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. DOI http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2018.630.
Identificador do documento: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2018.630
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22631
Data de defesa: 29-Abr-2018
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