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Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: O imaginário filosófico em Nietzsche: a dialogicidade da obra Assim falava Zaratustra e a Bíblia
Autor(es): Borges, Guilherme Figueira
Primeiro orientador: Santos, João Bôsco Cabral dos
Primeiro membro da banca: Stafuzza, Grênissa Bonvino
Segundo membro da banca: Neder, Marco Antonio Villarta
Resumo: Para o estudo que ora apresentamos, partimos da premissa de que, segundo Nietzsche (2005a, 2005b), há na constituição do sujeito vontades de poder que gritam, fazendo-se ouvir e exigindo respostas. Desse modo, o estudo que propomos lançará o olhar, a partir da obra Assim Falava Zaratustra, de F. W. Nietzsche (1998, 2008a), para as relações dialógico-discursivas estabelecidas com a Bíblia (1995), procurando, assim, fazer emergir os atravessamentos polifônicos que constituem o imaginário filosófico nietzschiano. Para tanto, consideramos relevante dizer que nossas análises serão balizadas pelos princípios discursivos formulados por Foucault (1996) em A Ordem do Discurso , a saber: de inversão, de descontinuidade, de especificidade e de exterioridade. Assim como a noção do princípio do Epiméleia Heautoû (Cuidado de Si), mais particularmente nos seguintes aspectos que lhe são constituintes: a política, o mestre e o conhecimento de si. A escolha pelos postulados de Foucault se justifica por dois motivos: 1º) Foucault volta-se para questões de fundação do sujeito e da subjetividade que se revelam numa microfísica das relações sociais; 2º) porque Foucault foi influenciado sobre maneira pelo pensamento nietzschiano, chegando a afirmar que a única marca de reconhecimento que se pode testemunhar a um pensamento como o de Nietzsche é precisamente utilizá-lo, deformá-lo, fazê-lo ranger, gritar (Foucault, 2006, p. 174). Os estudos de Nietzsche (2005b) procuraram mostrar que nada há de natural na fundação e emprego do dizer bíblico na e pela moral cristã. Assim, olhar para a construção de dizeres como bem , bom , mal , virtude , sacerdote , por exemplo, revelam Vontade(s) de Poder que justificam o seu emprego numa relação de dominação, uma vez que tais termos foram e ainda são utilizados para justificar e fazer valer a servidão dos sujeitos. Portanto, o dizer bíblico é utilizado para causar a resignação e confiança em um além mundo , confiança essa que torna a vida lugar de privações e de trabalho. Pelos dizeres bíblicos, defende-se a crença de que é elevação ter corpos dóceis. Ressaltamos, entretanto, que, segundo o imaginário nietzschiano, o fato de estamos inscritos em relações de poder não impede que haja a possibilidade de o sujeito instaurar movências e deslocamentos nas/pelas fissuras da história. Instaurando, assim, ordens outras do discurso que apresentarão outras redes/relações de poder. Revelar, portanto, as vontades de poder não impede que elas existam e, muito menos, que deixem de emergir, movimentar-se e deslocar-se, constituindo os sujeitos.
Abstract: Cette étude que nous vous présentons partira de la prémisse dont, selon Nietzsche (2005a, 2005b), il y a, dans la constitution du sujet, des envies de pouvoir qui crient en faisant entendre et en exigeant des réponses. De cette façon, l'étude que nous proposons lancera les yeux à l'oeuvre Ainsi Parlait Zarathoustra, de F.W. Nietzsche (1998, 2008a) pour décrire les relations dialogique-discursifs établies avec la Bible (1995). Nous cherchons, donc, de faire émerger les passages polyphoniques qui constituent l imaginaire philosophique nietzschéenne. Dans ce sens, nous considérons important de dire que les analyses seront balisées par des principes discursifs formulés par Foucault (1996) dans l oeuvre l'Ordre du Discours, à savoir: d'inversion, de discontinuité, de spécificité et d extériorité. Ainsi que la notion d'Epiméleia Heautoû (Souci de Soi), plus particulièrement dans les aspects suivants que lui sont constitutifs : la politique, le maître et la connaissance de soi. Il faut dire que le choix par les postulats de Foucault se justifie par deux raisons : 1º) Foucault se tourne vers des questions de fondation du sujet et de la subjectivité qui se révèlent dans une microphysique des relations sociales; 2º) étant donné que Foucault a été influencé surtout par la pensée nietzschéenne, en affirmant que l unique marque de reconnaissance qui se peut donner à une pensée, comme celle de Nietzsche, est précisément l'utiliser, le déformer, le faire grincer, crier (Foucault, 2006, p. 174). Les études de Nietzsche (2005b) ont cherché à montrer qu il n'a rien de naturel dans la fondation et l'emploi par le dire biblique et par la morale chrétienne. Donc, regarder la construction de dires comme le bien , le bon , le mal , la vertu , le prêtre , par exemple, révèlent volontés de pouvoir qui justifient son emploi dans une relation de domination, vu que tels termes ont été utilisés - et ils encore sont - pour justifier et faire valoir la servitude des sujets. Le dire biblique donc est utilisé pour causer la résignation et la confiance dans un le monde au-delà , cette confiance que devient la vie une place de privations et de travail. Les dires bibliques, se défend à la croyance dont c'est l élévation d'avoir des corps dociles. Nous rejaillissons néanmoins que, selon l'imaginaire nietzschéenne, le fait de nous venons d être inscrits dans des relations de pouvoir n'empêche pas qu'ait la possibilité du sujet instaurer des mouvements et des disloquements dans/par les fissures de l'histoire. En instaurant ainsi d autres ordres du discours qui présenteront d autres filets/relations de pouvoir. Révéler donc les volontés de pouvoir n'empêche pas qu'elles existent et beaucoup moins qu elles cessent d émerger, de circuler et de se déplacer dans la constitution des sujets.
Palavras-chave: Nietzsche
Foucault
Sujeito
Polifonia
Vontade de poder
Análise do discurso
Sujet
Polyphonie
Volonté de pouvoir
L analyse du discours
Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844- 1900 - Assim falava Zaratustra - Crítica e interpretação
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Linguística Letras e Artes
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos
Referência: BORGES, Guilherme Figueira. O imaginário filosófico em Nietzsche: a dialogicidade da obra Assim falava Zaratustra e a Bíblia . 2010. 136 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Letras e Artes) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15372
Data de defesa: 22-Abr-2010
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO - Estudos Linguísticos

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