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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/45219
ORCID: | ![]() |
Document type: | Tese |
Access type: | Acesso Embargado |
Embargo Date: | 2027-02-27 |
Title: | Desigualdades sociais no Brasil: Uma abordagem interseccional sobre obesidade e consumo alimentar |
Alternate title (s): | Social inequalities in Brazil: An intersectional approach to obesity and food consumption |
Author: | Medeiros, Luciana Alves de |
First Advisor: | Azeredo, Catarina Machado |
First coorientator: | Silva, Luciana Saraiva da |
First member of the Committee: | Claro, Rafael Moreira |
Second member of the Committee: | Leite, Maria Alvim |
Third member of the Committee: | Rinaldi, Ana Elisa Madalena |
Fourth member of the Committee: | Delfino, Heitor Bernardes Pereira |
Summary: | Introdução: O Brasil enfrenta um rápido crescimento da obesidade em um contexto de grandes mudanças no sistema alimentar global. As desigualdades sociais influenciam fortemente tanto a obesidade quanto o consumo alimentar, mas a interação entre sexo, cor da pele e posição socioeconômica ainda é pouco explorada. Objetivos: Analisar as desigualdades sociais na obesidade e no consumo alimentar entre adultos brasileiros, considerando a intersecção entre sexo, cor da pele e posição socioeconômica, nos anos de 2013 e 2019 para obesidade e em 2019 para o consumo alimentar. Métodos: Foram utilizados dados transversais da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 e 2019, representativa da população adulta brasileira e incluídos adultos com idade ≥ 23 anos. A obesidade foi definida por IMC ≥ 30 kg/m². O consumo alimentar foi analisado pelo consumo regular (≥ 5x/semana) de frutas, legumes e verduras (FLV) e pelo alto consumo (≥ 5 itens/dia anterior) de alimentos ultraprocessados (UPF - do inglês Ultra-processed Food). A desigualdade foi avaliada pelas medidas complexas de desigualdade (SII, RII e CIX – Slope Index, Relative Index e Concentration Index of Inequality, respectivamente), sendo SII e RII aplicados à escolaridade para obesidade, e SII e CIX à escolaridade e índice de riqueza para consumo alimentar. As análises foram estratificadas pela intersecção com sexo e cor da pele. Resultados: Em 2019, mulheres brancas e pardas apresentaram maior prevalência de obesidade entre as menos escolarizadas (SII=-15,0 e -9,7; RII=0,5 e 0,7), enquanto para mulheres pretas essa desigualdade não foi significativa. Nos homens, a obesidade foi mais prevalente nos mais escolarizados, especialmente entre pretos e pardos (SII=9,9 e 8,5, respectivamente), enquanto para brancos a desigualdade foi menor (SII=3,8, não significativo). Entre 2013 e 2019, houve mudança na desigualdade apenas para mulheres pardas (RII=0,5 em 2013 e 0,7 em 2019), devido ao aumento da prevalência de obesidade entre as mais escolarizadas. Nos homens pretos, a desigualdade absoluta e relativa pode ter aumentado no período, com uma transição da maior prevalência de obesidade dos menos para os mais escolarizados, embora a limitação amostral de 2013 possa ter influenciado esse resultado. No consumo alimentar, a desigualdade educacional e de riqueza favoreceu os mais privilegiados no consumo de frutas, legumes e verduras (FLV), sendo a desigualdade relativa para riqueza maior entre homens negros e mulheres negras (CIX=15,4 e 13,8, respectivamente) do que entre suas contrapartes brancas (CIX=10 e 8,4, respectivamente). Na desigualdade educacional, mulheres negras apresentaram maior desigualdade relativa em comparação às brancas (CIX=10,3 vs 7,1). O alto consumo de UPF foi mais prevalente nos quintis superiores de riqueza em todos os grupos, exceto entre mulheres brancas (desigualdade não significativa). A desigualdade educacional relativa no consumo de UPF foi maior em homens negros (CIX=24,4) do que em brancos (CIX=17,4). O nível intermediário de escolaridade destacou-se pelo alto consumo de UPF e baixo consumo de FLV, especialmente entre homens negros. Conclusão: As desigualdades sociais afetam a obesidade e o consumo alimentar de maneira interseccional. Grupos historicamente desfavorecidos, como mulheres e homens negros enfrentam maiores desafios para evitar a obesidade e ter acesso a uma alimentação saudável, mesmo quando atingem níveis socioeconômicos mais elevados. |
Abstract: | Introduction: Brazil is experiencing rapid obesity growth amid significant changes in the global food system. Social inequalities strongly influence both obesity and food consumption; however, the interaction between sex, race/skin color, and socioeconomic position remains underexplored. Objectives: To analyze social inequalities in obesity and food consumption among Brazilian adults, considering the intersection of sex, race/skin color, and socioeconomic position in the years 2013 and 2019 for obesity and in 2019 for food consumption. Methods: Cross-sectional data from the 2013 and 2019 National Health Survey (PNS), representative of the Brazilian adult population (≥ 23 years), were used. Obesity was defined as BMI ≥ 30 kg/m². Food consumption was assessed based on regular intake (≥ 5x/week) of fruits, vegetables, and legumes (FLV) and high intake (≥ 5 different items/day before the interview) of ultra-processed foods (UPF). Inequality was evaluated using complex measures (SII, RII, and CIX – Slope Index, Relative Index, and Concentration Index of Inequality, respectively), with SII and RII applied to education for obesity and SII and CIX to education and wealth index for food consumption. Analyses were stratified by the intersection of sex and race/skin color. Results: In 2019, white and brown women had a higher prevalence of obesity among the less educated (SII=-15.0 and -9.7; RII=0.5 and 0.7), while this inequality was not significant for black women. Among men, obesity was more prevalent in those with higher education, especially among blacks and browns (SII=9.9 and 8.5, respectively), while among whites, inequality was lower (SII=3.8, not significant). Between 2013 and 2019, a change in inequality was observed only for brown women (RII=0.5 in 2013 and 0.7 in 2019), due to increased obesity among the more educated. Among black men, absolute and relative inequality may have increased in this period, shifting the highest obesity prevalence from the less educated to the more educated, although the small sample size in 2013 may have influenced this result. Regarding food consumption, educational and wealth inequalities favored the most privileged in FLV consumption, with relative inequality for wealth being higher among black men and women (CIX=15.4 and 13.8, respectively) compared to their white counterparts (CIX=10 and 8.4, respectively). In educational inequality, black women showed a higher relative disparity compared to white women (CIX=10.3 vs. 7.1). High UPF consumption was more prevalent in higher wealth quintiles across all groups, except among white women (non-significant inequality). Relative educational inequality in UPF consumption was higher among black men (CIX=24.4) than white men (CIX=17.4). The intermediate education level stood out for its high UPF consumption and low fruits, legumes and vegetables (FLV) consumption, especially among black men. Conclusion: Social inequalities affect obesity and food consumption in an intersectional manner. Historically disadvantaged groups, such as black men and women, face greater challenges in avoiding obesity and accessing a healthy diet, even when they reach higher socioeconomic levels. |
Keywords: | Obesidade Obesity Consumo Alimentar Food Consumption Desigualdades Sociais Social Inequality Interseccionalidade Intersectionality |
Area (s) of CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIA |
Subject: | Ciências médicas |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Uberlândia |
Program: | Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde |
Quote: | MEDEIROS, Luciana Alves de. Desigualdades sociais no Brasil: Uma abordagem interseccional sobre obesidade e consumo alimentar. 2025. 114 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2025. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2025.157. |
Document identifier: | http://doi.org/10.14393/ufu.te.2025.157 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/45219 |
Date of defense: | 27-Feb-2025 |
Sustainable Development Goals SDGs: | ODS::ODS 10. Redução das desigualdades - Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles. |
Appears in Collections: | TESE - Ciências da Saúde |
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