Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/43433
ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-9625-4560
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Alergia alimentar não IgE mediada em lactentes: incidência e perfil clínico e epidemiológico em uma coorte de lactentes
Título(s) alternativo(s): Non-IgE-mediated food allergy in infants: incidence and clinical and epidemiological profile in a cohort of infants
Autor(es): Gonçalves, Luciana Carneiro Pereira
Primeiro orientador: Segundo, Gesmar Rodrigues Silva
Primeiro membro da banca: Sarni, Roseli Oselka Saccardo
Segundo membro da banca: Franco, Jackeline Motta
Terceiro membro da banca: Rezende, Érica Rodrigues Mariano de Almeida
Quarto membro da banca: Barros, Cristina Palmer Barros
Resumo: Introdução: Alergia alimentar (AA) é um problema de saúde pública que impacta a qualidade de vida de crianças e familiares. Não é conhecida a real incidência/prevalência pois os estudos são escassos especialmente para as formas não IgE mediadas e as metodologias usadas são distintas. Objetivo: Determinar a incidência da AA não IgE mediada em lactentes e descrever suas características clínicas. Métodos: Estudo de coorte com crianças nascidas em hospitais públicos entre 2019 e 2020, acompanhadas longitudinalmente até 24 meses. Critérios de inclusão: crianças nascidas em hospitais públicos, com idade gestacional superior a 34 semanas, APGAR maior do que 7 aos cinco minutos do nascimento, e mães com idade superior a 19 anos. A coleta de dados ocorreu em três etapas. A primeira ocorreu presencialmente no hospital após o nascimento, a segunda por meio de contatos anuais por ligação telefônica e a terceira consistiu em consultas e exames para os casos suspeitos de AA. O diagnóstico seguiu as diretrizes internacionais. Análise estatística: teste exato de Fisher para as variáveis categóricas e Mann Witney para as variáveis numéricas não paramétricas com nível de significância de 5%. Resultados: Dos 3373 lactentes incluídos, 2099 foram acompanhados por telefone aos 12 meses. Destes, 15 (0,7%) apresentaram AA não IgE mediada. Incidências: FPIES aguda 6 (0,28%), FPIES crônica 3 (0,14%), e FPIAP 7 (0,33%). Nenhum caso de FPE foi observado. História familiar de atopia relatada pelos pais: 54,6%; parto cesárea: 55,5% dos lactentes. O nascimento por cesariana representou um fator de risco em relação ao parto normal para o desenvolvimento de APLV (OR: 3,0706, 95% IC: 1,089 – 12,63, P = 0,0423). História de atopia (OR: 9,191,95% IC: 1,412 – 99,39, P = 0,0088), asma (OR: 3,620, 95% IC: 1,277 – 10,09, P 0,0456) e rinite familiar (OR: 3,830, 95% IC: 10117 – 11,48, P 0,0291) foram consideradas fatores de risco no desenvolvimento da APLV. Alimentos mais frequentes na FPIES aguda: fruta 4 (66,6%), especialmente banana 3 (50%), e leite 2 (33,4%); na FPIES crônica e FPIAP: apenas leite. Na FPIES aguda, a idade de início dos sintomas e da tolerância oscilou com o alimento desencadeante, ocorrendo precocemente com o LV e tardiamente com alimentos sólidos. Não foram observados casos de AA a múltiplos alimentos. Principais manifestações clínicas: vômito, letargia e desidratação na FPIES aguda, vômito, diarreia e baixo ganho ponderal na FPIES crônica, e diarreia com sangue e muco na FPIAP. Conclusão: Neste estudo a incidência de AA foi inferior que a relatada na literatura. O parto cesariano, história de atopia, asma e rinite familiar foram identificados como fatores de risco para o desenvolvimento de APLV não IgE mediada. A alta associação com frutas dificultou o diagnóstico e resultou em um número elevado de reações prévias. É fundamental aumentar a conscientização sobre AA, a necessidade de confirmação diagnóstica e a realização de teste de provocação oral, evitando a superestimação dos casos, exclusões desnecessárias e prolongadas que aumentam os riscos nutricionais e de transição para alergia IgE mediada.
Abstract: Introduction: Food allergy (FA) is a public health issue that impacts the quality of life of children and their families. The actual incidence/prevalence is unknown because studies are scarce, especially for non-IgE mediated forms, and the methodologies used are distinct. Objective: To determine the incidence of non-IgE mediated FA in infants and describe its clinical characteristics. Methods: A cohort study with children born in public hospitals between 2019 and 2020, followed longitudinally until 24 months. Inclusion criteria: children born in public hospitals, with a gestational age greater than 34 weeks, APGAR score greater than 7 at five minutes after birth, and mothers older than 19 years. Data collection occurred in three stages. The first occurred in person at the hospital after birth, the second through annual phone calls, and the third consisted of consultations and tests for suspected FA cases. The diagnosis followed international guidelines. Statistical analysis: Fisher's exact test for categorical variables and Mann-Whitney for non-parametric numerical variables with a significance level of 5%. Results: Of the 3,373 infants included, 2,099 were followed up by phone at 12 months. Of these, 15 (0.7%) had non-IgE mediated FA. Incidences: Acute FPIES 6 (0.28%), Chronic FPIES 3 (0.14%), and FPIAP 7 (0.33%). No cases of FPE were observed. Family history of atopy reported by parents: 54.6%; cesarean delivery: 55.5% of infants. Cesarean birth was a risk factor compared to vaginal delivery for the development of CMPA (OR: 3.0706, 95% CI: 1.089 – 12.63, P = 0.0423). History of atopy (OR: 9.191, 95% CI: 1.412 – 99.39, P = 0.0088), asthma (OR: 3.620, 95% CI: 1.277 – 10.09, P 0.0456), and family rhinitis (OR: 3.830, 95% CI: 10117 – 11.48, P 0.0291) were considered risk factors for the development of non-IgE mediated CMPA. Most frequent foods in acute FPIES: fruit 4 (66.6%), especially banana 3 (50%), and milk 2 (33.4%); in chronic FPIES and FPIAP: only milk. In acute FPIES, the age of onset of symptoms and tolerance varied with the triggering food, occurring early with cow's milk and later with solid foods. No cases of FA to multiple foods were observed. Main clinical manifestations: vomiting, lethargy, and dehydration in acute FPIES; vomiting, diarrhea, and poor weight gain in chronic FPIES; and bloody mucus-filled diarrhea in FPIAP. Conclusion: In this study, the incidence of FA was lower than reported in the literature. Cesarean delivery, history of atopy, asthma, and family rhinitis were identified as risk factors for the development of non-IgE mediated CMPA. The high association with fruits complicated the diagnosis and resulted in a high number of prior reactions. It is essential to increase awareness about FA, the need for diagnostic confirmation, and the performance of oral food challenges to avoid overestimation of cases, unnecessary and prolonged exclusions that increase nutritional risks, and the transition to IgE-mediated allergy.
Palavras-chave: Alergia alimentar
Food allergy
Estudo de coorte
Cohort study
Incidência
Incidence
Síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar
Food protein-induced enterocolitis syndrome
Proctocolite induzida por proteína alimentar
Food protein-induced allergic proctocolitis
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Assunto: Ciências médicas
Lactentes - Doenças
Alergia a alimentos
Imunoglobulina E
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
Referência: GONÇALVES, Luciana Carneiro Pereira. Alergia alimentar não IgE mediada em lactentes: incidência e perfil clínico e epidemiológico em uma coorte de lactentes. 2024. 112 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, 2024. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.5034.
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.503
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/43433
Data de defesa: 19-Jun-2024
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS::ODS 3. Saúde e bem-estar - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
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