Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34353
Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Término do embargo: 2024-02-18
Título: Memória e ancestralidade: as vozes na "escrevivência" de Conceição Evaristo e Eliane Potiguara
Título(s) alternativo(s): Mémoire et ascendance dans l'écriture de Conceição Evaristo et Eliane Potiguara
Autor(es): Lima, Débora Francisca de
Primeiro orientador: Melo, Carlos Augusto de
Primeiro membro da banca: Machado, Ananda
Segundo membro da banca: Benfatti, Flávia Andrea Rodrigues
Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar de que forma a memória, a ancestralidade, e a escrita de si estão experimentadas na obra Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara; e Poemas de Recordação e outros movimentos, de Conceição Evaristo, e como a violência está imbrincada como categoria de silenciamento. As vozes dessas duas mulheres recriam um dos aspectos da visão de mundo das escritas negra e indígena – a ancestralidade. Nosso interesse principal em analisar as obras voltou-se para dois aspectos. O primeiro foi a análise das imagens poéticas construídas. A ancestralidade, esse traço invisível, que perpassa gerações, ancora as poéticas; a subjetividade é elaborada na escrita de si, nas “escrevivências”, material poético utilizado por ambas. Outro aspecto englobado foi como essas literaturas contemporâneas dialogam com seus grupos étnicos e a importância de se estudar a colonialidade do poder e a decolonialidade para melhor entendimento dessas literaturas. Percebe-se uma cosmovisão étnica em que as escritoras inserem-se no universo literário com um aguçado e terno olhar feminino em torno de questões como: violência, racismo, subalternização e engendram uma forma de resistência – a escrita literária. Potiguara e Evaristo intentam denunciar a prática de exclusão, infiltrada no cotidiano, na situação de dominação vivenciada pelos negros e indígenas. A proposta de leitura dá-se a partir de um corpus teórico sobre memória, ancestralidade, bem como performance, decolonialidade e representatividades negra e indígena, uma vez que estes elementos compõem a vivência dessas mulheres na construção de suas subjetividades. Para acompanhar a evolução do tema, serão utilizados autores e autoras com reconhecidas contribuições ao estudo de personagens e performance como Cândido, Silva, Zumthor, dentre outros trabalhos acadêmicos que versam sobre a temática da memória e identidade como Selligmann-Silva e Maluf, autores que discorrem sobre (de)colonialidade como Mignolo e Quijano, sobre a representatividade indígena como em Graúna, Kambeba e Krenak, entre outros. Há um macrocenário de manifestações literárias na contemporaneidade em que as escritas negra e indígena surgem como um legado da multiplicidade da cultura brasileira e busca, nessa pluralidade, fazer parte do corredor cultural tão restrito ao cânone, em múltiplas exclusões. Compreender os papeis de enunciação das mulheres negra e indígena no contexto literário atual implica olhar para as literaturas dessas mulheres sem o estigma de cor e etnia e sem a tentativa de estabelecer um padrão de leitura/interpretação.
Abstract: The aim of this work is to investigate how memory, ancestry, and writing are experienced in the work Metade Cara, Metade Máscara, by Eliane Potiguara; and Poemas Recordação e outros movimentos, by Conceição Evaristo, and how violence is intertwined as a category of silencing. The voices of these two women recreate one of the aspects of the worldview of black and indigenous writing – ancestry. Our main interest in analyzing the works centralized into two aspects. The first was the analysis of the poetic images constructed. Ancestry, that invisible trait, which spans generations, anchors poetics; subjectivity is elaborated in the writing of the self, “escrevivências”, poetic material used by both. Another aspect embraced was how these contemporary literatures dialogue with their ethnic groups and the importance of studying the coloniality of power and decoloniality for a better understanding of these literatures. An ethnic cosmovision is perceived in which female writers insert themselves in the literary universe with a sharp and tender feminine look around issues such as: violence, racism, subalternization and engender a form of resistance - literary writing. Potiguara and Evaristo intend to denounce the practice of exclusion, infiltrated in everyday life, in the situation of domination experienced by blacks and indigenous people.The paper proposal is based on a theoretical corpus on memory, ancestry, as well as performance, decoloniality, black and indigenous representations, since these elements are built on the experience of these women in the construction of their subjectivities. To extend de compreheension of the theme, authors with recognized contributions to the study of characters and performance will be used, such as Cândido, Silva, Zumthor, among other academic works that deal with the theme of memory and identity, such as Selligmann-Silva and Maluf, authors who talk about decoloniality like Mignolo and Quijano, about indigenous representation like Graúna, Kambeba and Krenak, among others.Black and indigenous literature make up the diversity of contemporary manifestations, and in this plurality they seek inclusion in the literary context, different from the exclusion to which they were subjected. Understanding the enunciation roles of black and indigenous women in the current literary context implies looking at the literature of these women without the stigma of color and ethnicity and without the attempt to establish a standard of reading/interpretation.
Palavras-chave: literatura indígena
indigenous literature
literatura negra
memória
ancestralidade
black literature
memory
ancestry
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::LINGUISTICA HISTORICA
Assunto: Literatura
Estudos línguísticos e literários
Literatura indígena
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Literários
Referência: LIMA, Débora Francisca de. Memória e ancestralidade: as vozes na escrevivência de Conceição Evaristo e Eliane Potiguara. 2022. 121f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2022. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5016
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5016
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34353
Data de defesa: 18-Fev-2022
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