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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34306
Tipo do documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Término do embargo: | 2024-02-23 |
Título: | Eu não tenho o que escolher, não. Já está escolhido por eles! Estudo qualitativo sobre expectativas e exercício da autonomia de mulheres acerca da escolha da via de nascimento no Brasil |
Título(s) alternativo(s): | Estudo qualitativo sobre expectativas e exercício da autonomia de mulheres acerca da escolha da via de nascimento no Brasil |
Autor(es): | Gontijo, Bárbara Dias Rezende |
Primeiro orientador: | Paro, Helena Borges Martins da Silva |
Primeiro coorientador: | Freitas, Efigenia Aparecida Maciel de |
Primeiro membro da banca: | Giuliani, Carla Denari |
Segundo membro da banca: | Baldon, Vanessa Santos Pereira |
Terceiro membro da banca: | Amorim, Melania Maria Ramos de |
Quarto membro da banca: | Souza, Kleyde Ventura de |
Resumo: | Introdução: A assistência ao parto sofreu grandes mudanças ao longo dos anos e o parto fisiológico deu espaço a uma assistência cada vez mais medicalizada e intervencionista. O modelo biomédico contribuiu para que as mulheres perdessem sua autonomia e protagonismo no momento do parto. Nesse modelo atual de atenção obstétrica a maioria das mulheres não tem suas escolhas da via de nascimento respeitadas e há um desencontro entre o desejo pelo parto vaginal e o desfecho em cesariana. Objetivos: Analisar as concepções de mulheres grávidas sobre suas expectativas relacionadas à via de nascimento bem como o exercício da autonomia na (não) escolha do modo de nascer de seus filhos (as). Material e Métodos: Estudo qualitativo, realizado a partir de quatro grupos focais, com 31 gestantes primigestas e não primigestas, em quatro unidades básicas de saúde da família de um município de Minas Gerais com elevadas taxas de cesárea. Fizemos análise lexical através de Nuvem de Palavras e Árvore de Similitude e análise temático-categorial. Para a análise quantitativa de variáveis categóricas realizamos cálculo de frequência de palavras, classificação hierárquica descendente por similaridade e análise fatorial de correspondência. Para análise qualitativa das variáveis categóricas realizamos análise de conteúdo. Resultados: A partir da inferência de quatro classes (rede de saúde; recursos e tecnologias de saúde; expectativas sobre as vias de nascimento e expectativas sobre o trabalho de parto), identificamos a peregrinação das gestantes devido à desarticulação dos serviços de saúde, a indicação rotineira de procedimentos desnecessários associados ao excesso de intervenções e o modelo de assistência centrado no médico como fatores que influenciaram na decisão das mulheres pela via de nascimento. As mulheres não se sentem participativas nem respeitadas na escolha da via de nascimento e suas decisões não são pautadas no exercício da autonomia. A (não) escolha da via de nascimento esbarra na imposição profissional, na falta de disponibilidade profissional para acompanhar o trabalho de parto e parto, no receio de vivenciar uma experiência ruim e nas indicações falaciosas de cesariana. Por não terem escolha, as mulheres optam pela “cesárea a pedido” visando fugir da violência obstétrica. Existe uma “autonomia limitada”, exercida sem conhecimento prévio dos riscos e benefícios de cada modo de nascer. Conclusões: A peregrinação atrelada à desarticulação da rede de saúde, ao uso excessivo de recursos e tecnologias de saúde, ao excesso de indicações de cesárea e à baixa atuação de enfermeiras obstétricas, inviabilizou uma experiência de parto positiva, em contraposição às expectativas das mulheres. Na perspectiva das parturientes, o modo de nascer é determinado pelos profissionais que assistem o parto e as mulheres não têm exercido autonomia nessa decisão. Há um retrocesso no reconhecimento dos direitos femininos que impossibilita o exercício pleno da autonomia no trabalho de parto e nascimento. |
Abstract: | Introduction: Childbirth care has undergone major changes over the years and physiological childbirth has given way to increasingly medicalized and interventionist care. The biomedical model contributed to women losing their autonomy and protagonism during childbirth. In this current model of obstetric, care most women do not have their birth route choices respected and there is a mismatch between the desire for vaginal birth and the outcome with a cesarean. Aims: Analyze the conceptions of pregnant women about their expectations related to the way of birth, as well as the exercise of autonomy in (not) choosing the way their children are born. Material and methods: Qualitative study, carried out from four focus groups, with 31 pregnant women primiparous and non-primiparous women, in four basic family health units in a city in Minas Gerais with high rates of cesarean section. We did lexical analysis through Word Cloud and Similitude Tree and analysis thematic-category. For the quantitative analysis of categorical variables, we performed word frequency calculation, descending hierarchical classification by similarity and factorial correspondence analysis. For qualitative analysis of categorical variables, we performed content analysis. Results: From the inference of four classes (health network; resources and technologies of health; expectations about the routes of birth and expectations about labor), we identified the pilgrimage of pregnant women due to the disarticulation of health services, the routine indication of unnecessary associated procedures to the excess of interventions and the doctor-centered care model as factors that influenced the decision of women about the route of birth. Women do not feel participative or respected when choosing the route of birth and their decisions are not based on the exercise of autonomy. The (non) choice of birth route it comes up against professional imposition, the lack of professional availability to accompany the labor and delivery, the fear of experiencing a bad experience and the fallacious indications for cesarean delivery. Because they have no choice, women opt for “cesarean on demand” in order to avoid obstetric violence. Exists a “limited autonomy”, exercised without prior knowledge of the risks and benefits of each mode of birth. Conclusions: The pilgrimage linked to the disarticulation of the health network, the excessive use of health resources and technologies, the excess of indications for cesarean sections and the low performance of obstetric nurses, made a positive birth experience impossible, in contrast to the expectations of women. From the perspective of parturients, the mode of birth is determined by the professionals who attend the birth and women have not exercised autonomy in this decision. There is a setback in the recognition of women's rights that makes it impossible to fully exercise autonomy in labor and birth. |
Palavras-chave: | parto vaginal cesárea grupos focais autonomia pessoal decisões violência obstétrica vaginal birth cesarean section focus groups personal autonomy decisions obstetric violence |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE |
Assunto: | Ciências médicas Parto normal Trabalho de parto Cesariana |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde |
Referência: | GONTIJO, Bárbara Dias Rezende. Eu não tenho o que escolher, não. Já está escolhido por eles! estudo qualitativo sobre expectativas e exercício da autonomia de mulheres acerca da escolha da via de nascimento no Brasil. 2021. 163 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2022.125 |
Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.te.2022.125 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/34306 |
Data de defesa: | 16-Dez-2021 |
Aparece nas coleções: | TESE - Ciências da Saúde |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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EuNãoTenho.pdf | Dissertação | 1.78 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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