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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/31449
ORCID: | http://orcid.org/0000-0002-3615-0153 |
Document type: | Dissertação |
Access type: | Acesso Aberto |
Title: | O papel do corpo na emergência da mente (consciente): o problema da percepção-ação na exploração do ambiente a partir das perspectivas ecológicas e teorias enativistas |
Alternate title (s): | The role of the body in the emergence of the (conscious) mind: the problem of perception-action in the exploration of the environment from ecological perspectives and enactive theories |
Author: | Romão, Fabiense Pereira |
First Advisor: | Almada, Leonardo Ferreira |
First member of the Committee: | Almada, Leonardo Ferreira |
Second member of the Committee: | Meurer, César Fernando |
Third member of the Committee: | Mendonça, Fernando Martins |
Summary: | A dissertação de mestrado que apresento por meio deste resumo depreende suas motivações e finalidades gerais do clássico problema das relações mente-corpo. Mais especificamente, esta dissertação se debruça sobre questões filosóficas que dizem respeito aos substratos teóricos e conceituais da discussão acerca das origens, da natureza da consciência e de seu lugar na natureza. É de conhecimento público que as origens do nosso debate remontam há mais de 2 milênios, e de que, destarte, sua história precede em pelo menos 2 mil anos o que hoje designamos como o problema das relações entre a mente e o cérebro. Seja nos tempos pré-helênicos no seio das reflexões suscitadas pelos orientais acerca do status da consciência seja entre os antigos, medievais, modernos e contemporâneos, não houve um tempo sequer em que o problema das relações mente-corpo tenha sido abordado. Não à toa, as investigações acerca da origem da consciência impactam sobre questões existências que não são nem de longe triviais. Dentre estas, podemos citar: qual critério e/ou critérios identifica(m) ou classifica(m) a consciência? É a consciência uma entidade, uma substância ou um processo? Somos um cérebro, um corpo ou uma mente? Até o final do século XIX, é verdade, as investigações sobre o problema das relações entre a mente e o corpo ficaram circunscritas a especulações meramente conceituais. A partir dos séculos XX e XXI, as ciências empíricas em geral, sobretudo as do cérebro, passaram a incluir novos e decisivos dados em sua abordagem. Este aporte tecnológico, conceitual e epistemológico dos séculos XX e XXI engendrou, no seio da contemporânea filosofia da mente, um grande potencial para novos equacionamentos de questões milenares no que tange às lacunas explicativas presentes na dicotomia físico-mental. Considerando esse contexto, e sem recair nos perigos de uma abordagem reducionista, minha dissertação se estrutura com vistas a abarcar alguns dos principais aspectos discriminadores e definidores da consciência humana. Para tanto, buscarei um delineamento teórico e conceitual que me propicie oferecer uma resposta alternativa à dicotomia materialismo versus dualismo, substancialidade da mente versus reducionismo cerebralista. A tese principal a ser aqui defendida é a de que, do ponto de vista de seu lugar na natureza, a consciência se encontra no ápice de processos mentais que, do ponto de vista neural, encontram sua origem em processos superpostos, imbricados e reentrantes, frutos de indissociáveis relações de interação e integração entre o corpo, o cérebro e o ambiente. E, neste quadro, o encaminhamento do problema das relações entre a mente e o corpo se propõe explorar de modo geral as razões estruturais e fisiológicas que permitam sustentar a tese de que o corpo é imprescindível e não pode ser negligenciado no seu papel estruturador da mente consciente. A dissertação aspira a discutir a viabilidade geral das perspectivas corporificadas associadas às perspectivas emergentistas contemporâneas e que se propõem subsidiar teorias dedicadas a investigar a natureza e origem da vida mental. As duas frentes teóricas apresentam, a seu favor, a possibilidade de um manejo interdisciplinar do problema das relações mente-corpo em suas dimensões conceituais e teóricas. Com base nessa orientação para o problema das relações entre a mente e o corpo, o pressuposto é o de que a defesa de uma perspectiva naturalista não se compromete com a pauta redutivista que se encontra fundamentalmente ancorada no paradigma cerebralista. O pressuposto em questão é a de que a consciência é uma característica biológica de um organismo em funcionamento. Trata-se, para ser mais preciso, de uma propriedade sistêmica ou um processo que emerge das relações de integração e interação entre o corpo, o cérebro e o ambiente. Segue-se daí a tese de que cada nível superior é inextricavelmente dependente dos seus precursores de base, e de que, no entanto, os níveis superiores contêm instâncias ou propriedades que não são encontradas nos níveis anteriores. Por fim, lidarei com o problema da percepção-ação do organismo na exploração do ambiente, e de como o exame das relações de percepção-ação se torna um importante subsídio teórico fornecido pelas teorias enativistas e pelas perspectivas ecológicas, contribuindo, assim, para sustentação da posição teórica assentada na perspectiva da mente corporificada. |
Abstract: | The master’s dissertation I present through this abstract draws its general motivations and purposes from the classic problem of mind-body relations. More specifically, this dissertation focuses on philosophical issues which concern the theoretical and conceptual substrates of the discussion about the origins, nature of consciousness and its place in nature. It is public knowledge that the origins of our debate go back more than 2 millennia, and that, therefore, its history precedes at least 2,000 years what we now call the problem of the relationship between the mind and the brain. Whether in pre-Hellenic times - in the midst of reflections raised by Orientals about the status of consciousness - or among the ancient, medieval, modern and contemporary, there was not a time when the problem of mind-body relations was approached. It is not by chance that investigations about the origin of consciousness impact on issues of existence that are not even trivial. Among these, we can quote: which criteria and / or criteria identifies (or classifies) consciousness? Is consciousness an entity, a substance or a process? Are we a brain, a body or a mind? Until the end of the 19th century, it is true that investigations into the problem of the relationship between the mind and the body were confined to merely conceptual speculations. From the 20th and 21st century onwards, empirical sciences in general, especially those of the brain, began to include new and decisive data in their approach. This technological, conceptual and epistemological contribution of the 20th and 21st centuries has created, within the contemporary philosophy of mind, a great potential for new equations of the millennial issues regarding the explanatory gaps present in the physical-mental dichotomy. Considering this context, and without falling into the dangers of a reductionist approach, my dissertation is structured to cover some of the main discriminating and defining aspects of human consciousness. For that, I will seek a theoretical and conceptual design that will allow me to offer an alternative answer to the dichotomy materialism versus dualism, substantiality of the mind versus cerebral reductionism. The main thesis to be defended here is that, from the point of view of its place in nature, consciousness is at the apex of mental processes that, from the neural point of view, find their origin in overlapping, interwoven and reentrant processes, fruits of inseparable relations of interaction and integration between the body, the brain and the environment. And, in this context, the purpose of addressing the problem of the relationship between the mind and the body is to explore in general the structural and physiological reasons that support the thesis that the body is essential and cannot be neglected in its structuring role of the conscious mind. The dissertation aspires to discuss the general viability of the embodied perspectives associated with contemporary emergentist perspectives and which propose to subsidize theories dedicated to investigating the nature and origin of mental life. The two theoretical fronts present, in their favor, the possibility of an interdisciplinary management of the problem of mind-body relations in its aspects to its conceptual and theoretical dimensions. Based on this orientation towards the problem of the relations between the mind and the body, the assumption is that the defense of a naturalistic perspective does not commit to the reductive agenda that is fundamentally anchored in the cerebralist paradigm. The assumption in question is that consciousness is a biological characteristic of a functioning organism. It is, to be more precise, a systemic property or a process that emerges from the relations of integration and interaction between the body, the brain and the environment. Hence the thesis that each higher level is inextricably dependent on its basic precursors, and that, however, the upper levels contain instances or properties that are not found in the previous levels. Finally, I will deal with the problem of the organism’s perception-action in the exploration of the environment, and of how the examination of the perception-action relations become an important theoretical subsidy provided by the enativistic theories and ecological perspectives, thus contributing to support of the theoretical position based on the perspective of the embodied mind. |
Keywords: | Problema mente-corpo Mente Consciente Mente Corporificada Emergentismo Percepção-ação-exploração corporificada Relações Corpo, Cérebro e Ambiente Mind-body problem Conscious mind Bodily mind Emergentism Embodied perception-action-exploration Body, brain, and environment relations |
Area (s) of CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
Language: | por |
Country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Uberlândia |
Program: | Programa de Pós-graduação em Filosofia |
Quote: | ROMÃO, Fabiense Pereira. O papel do corpo na emergência da mente (consciente): o problema da percepção-ação na exploração do ambiente a partir das perspectivas ecológicas e teorias enativistas. 2021. 130 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. DOI http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.201.77. |
Document identifier: | http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.64 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/31449 |
Date of defense: | 19-Feb-2021 |
Appears in Collections: | DISSERTAÇÃO - Filosofia |
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