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Tipo de documento: Tese
Tipo de acceso: Acesso Aberto
Título: Constelações de vagalumes: Bruno Schulz e outros insetos fosforescentes no cosmos da palavra poética
Título (s) alternativo (s): Constellations of fireflies: Bruno Schulz and other luminescent insects in the cosmos of poetic word
Autor: Martins, Élida Mara Alves Dantas
Primer orientador: Soares, Leonardo Francisco
Primer coorientador: Krausz, Luis Sergio
Primer miembro de la banca: Moreira, Maria Elisa Rodrigues
Segundo miembro de la banca: Siewierski, Henryk
Tercer miembro de la banca: Ribeiro, Elzimar Fernanda Nunes
Cuarto miembro de la banca: Santos, . Marli Cardoso dos
Resumen: Como se mapeasse sob uma perspectiva astronômica a incidência do espírito da arte sobre a humanidade, em um ensaio intitulado “Assim nascem as lendas”, de 1935, o escritor e pintor polonês Bruno Schulz, figura em torno da qual constelo as reflexões desta tese, pinta apenas com palavras a seguinte paisagem cósmica: “a grandeza está repartida escassamente, em pequenas doses, sobre o mapa do mundo, como os lampejos de um metal precioso sobre os hectares de um jardim de rochas”. Com seus sentidos de poeta, Schulz professa sua crença no fato de que os verdadeiros artistas entraram em extinção assim que o século XIX digeriu seu último grande homem, seu último metal precioso. Segundo ele, depois disso, a humanidade respirou aliviada, jurando não mais dar à luz nenhum. Quatro décadas depois, em 1975, em outro canto do globo terrestre, por meio de um artigo intitulado “O vazio do poder na Itália”, o cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, com tom igualmente pessimista e mesmo senso de responsabilidade de Schulz, anunciou um desaparecimento semelhante: o espírito popular, o próprio espírito humano havia desaparecido do coração da sociedade. E assim como o escritor polonês, o cineasta define esse fenômeno por meio de uma imagem poético-literária: os metais preciosos que o polonês via desaparecer assumem, aos olhos do italiano, outra forma de luz, a dos vaga-lumes. Mais adiante no tempo, em 2009, em um gesto solidário luminoso, o filósofo francês e historiador da arte Georges Didi-Huberman revisita o universo de Pasolini, sai no rastro dos seus lampejos e volta para nós com a esperança da Sobrevivência dos vaga-lumes. Inspirada por Didi-Huberman, sigo o traçado reticular de Schulz, Pasolini e de outros insetos fosforescentes da arte, como o escritor israelense David Grossman, para contemplar, no cosmos da palavra poética, a formação de uma constelação de artistas-vaga-lumes que, contrariando seus próprios sentimentos pessimistas, apropriaram-se de uma força poética com potência inversamente proporcional à das forças destruidoras. Baseando-me em outro ensaio artístico-filosófico de Schulz, intitulado “Mitificação da realidade”, de 1936, mas atrelando às noções postuladas por ele contribuições de outros artistas que compõem sua constelação, proponho-me a refletir sobre a palavra poética como uma força ordenadora do universo, como fundadora da arte, como o próprio espírito da criação artística. Compreendo essa força como o campo magnético que conecta os grandes artistas dispersos pela humanidade e suas obras, mas também como o elemento que ordena nossos próprios universos quando, na condição de leitores e de pesquisadores literários, nos expomos à radiação das constelações da arte. É nesse multiverso da criação, da recepção e da crítica literária que me avizinho de Didi-Huberman para dizer: “os vaga-lumes, depende apenas de nós não vê-los desaparecerem. Ora, para isso, nós mesmos devemos assumir a liberdade do movimento”. O desenvolvimento desta tese foi, portanto, o meu modo de assumir essa liberdade. Ela é fruto de um desejo, de uma esperança que até mesmo nós pesquisadores da arte temos, embora nem sempre possamos assumi-lo, o de que os vaga-lumes resistam e habitem no meio de nós.
Abstract: As though mapping from an astronomical perspective the incidence of the spirit of art upon humanity, in an essay from 1935, named “Assim nascem as lendas”, writer and painter Bruno Schulz, the figure around which I constellate the reflections in this thesis, paints only with words the following comisc landscape: “greatness is shared sparsely, in small doses, over the world map, like sparkles of a precious metal over the acres of a rock garden”. With his senses of poet, Schulz professes his creed in the fact that the true artists have gone into extinction as soon as the nineteenth century digested its last great man, its last precious metal. According to him, after that, humanity breathed relieved, swearing not to give birth no any else. Four decades later, in 1975, elsewhere on the globe, in an article named “O vazio do poder na Itália”, Italian film-maker Pier Paolo Pasolini, with an equally pessimist tonality and with the same sense of responsibility featured by Schulz, announced a similar vanishing: the spirit of the people, the human spirit itself has disappeared from the heart of society. Alike the Polish writer, the film-maker defines this phenomenon with a poetic-literary image: the precious metals that the Polish saw disappearing assumed, in the eyes of the Italian, a different form of light, that of the fireflies. Ahead in time, in 2009, in a luminous gesture of solidarity, french philosopher and art historian Georges Didi-Huberman revisits Pasolini’s universe, follows the trail of his sparkles, and comes back to us with hope put upon the Survival of fireflies. Inspired by Didi-Huberman, I track the reticular layout of Schulz, Pasolini and other phosphorescent insects of art, like Israeli writer David Grossman, to contemplate, in the cosmos of poetic word, how a constellation of firefly-artists is formed, writers who, contrary to their own pessimistic feelings, have appropriate of a poetical force with inversely proportional power to that of the destructive forces. Based upon another of Schulz’s artistic-philosophic essays, named “Mitificação da realidade”, from 1936, and also combining his notions to the contributions of other artists composing the same constellation as him, I propose to reflect on the poetic word as an organizing force of the universe, as a founder of art, as the spirit of artistic creation itself. I understand this force as the magnetic field that connects the great artists dispersed around humanity and their works, but also as the element that orders our own universes when, in the condition of readers and researchers of literature, we expose ourselves to the radiation of the constellations of art. It is in this multiverse of creation, reception and literary criticism that I come close to Didi-Huberman saying that “the fireflies, it depends on us not seeing them disappear. Well, for this, we ourselves must assume certain freedom of movement”. Therefore, the development of this thesis was the path I found to assume such freedom. It is an outgrowth of certain desire, of certain hope that even us researchers of art share, even though we are not always allowed to assume it: a hope and desire that the fireflies resist and inhabit among us.
Palabras clave: Bruno Schulz
Palavra poética
Vagalumes
Criação artística
Crítica literária criativa
Poetic word
Firefly
Artistic creation
Creative literary criticism
Palabra poética
Luciérnagas
Creación artística
Crítica literaria creativa
Área (s) del CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Tema: Schulz, Bruno, 1892-1942
Poética
Literatura
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Literários
Cita: MARTINS, Élida Mara Alves Dantas. Constelações de vagalumes: Bruno Schulz e outros insetos fosforescentes no cosmos da palavra poética. 2020. 198 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.406
Identificador del documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.406
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/30118
Fecha de defensa: 27-feb-2020
Aparece en las colecciones:TESE - Estudos Literários

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