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Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acceso: Acesso Aberto
Título: Reestruturação produtiva, privatização e movimento sindical na siderurgia mundial
Título (s) alternativo (s): Productive restructuring, privatization and union movement in the global steel industry
Autor: Costa, Walber Carrilho da
Primer orientador: Paula, Germano Mendes de
Primer miembro de la banca: Mello Júnior, Edson
Segundo miembro de la banca: Pochmann, Márcio
Resumen: A economia capitalista tem passado nas últimas três décadas por um grande processo de reestruturção industrial. A partir da crise dos anos 70, com o fim do sistema de câmbio fixo e com os dois choques do preço do petróleo, acirra-se a concorrência intercapitalista, culminando na redução da lucratividade das empresas, cujas necessidades de valorização do capital induziram a significativas mudanças nos padrões de produção, sendo que esse processo foi capitaneado pelas grandes corporações. Dentre as principais alterações, destacam-se: a) a busca por uma maior flexibilidade produtiva, capaz de oferecer respostas mais rápidas às variações do mercado; b) um novo paradigma produtivo baseado na microeletrônica, por alguns denominados como toyotismo; e c) a queda relativa do setor industrial como absorvedor dos postos de trabalho na economia. Juntamente a este processo de reestruturação produtiva alterou-se a orientação de política econômica, privilegiando os preceitos neo-liberais de economia de mercado; de abertura comercial; de desregulamentação e de menor intervenção dos Estados (através, entre outros, da privatização). Os referidos processos implicam transformações no “Mundo do Trabalho”, que, como resultado da reestruturação produtiva e das políticas neo-liberais, tem passado por mudanças tanto quantitativas, quanto qualitativas, advindas, fundamentalmente, do crescimento do desemprego e da informalidade. Tais mudanças afetam as relações de trabalho no interior da esfera produtiva, configurando uma problematização para o movimento sindical, que atualmente tem passado por um período de crise, caracterizado por: a) uma queda nas taxas de sindicalização; b) uma retração do número de greves; c) uma perda de representatividade perante os empregadores, trabalhadores e governo; e d) uma dificuldade de ação coletiva, dada à crescente individualização das relações de trabalho. Assim, constata-se uma crescente precarização do mercado de trabalho, sendo que os trabalhadores estão cada vez mais fragilizados diante dessas transformações. Contudo, esse processo não deve ser encarado de forma determinista, ou seja, de que a introdução de novas tecnologias e novos métodos organizacionais, em um contexto de políticas neo-liberais, leve necessariamente a uma mesma intensidade de mudanças nas relações de trabalho. De fato, esse é resultado de um conjunto de fatores de ordem política, economica, cultural e institucional, que naturalmente se apresentam de diferentes maneiras entre os vários países e setores. Assim, as relações de trabalho se encontram inseridas em “ambientes” diversos e as transformações por que passa o mercado de trabalho são, por conseqüência, diferenciadas entre os vários países. Além do mais, os trabalhadores, ao viverem as transformações em curso, interagem com elas de forma constitutiva e formativa, sendo a tecnologia concebida como uma expressão de relações de forças, dependente da atuação dos grupos sociais envolvidos e das disputas no interior das organizações produtivas. É preciso, portanto, relativizar os efeitos da tecnologia, pois eles são parcialmente dependentes da própria relação de trabalho, que é, ao mesmo tempo, formadora e moldada pelo processo de precarização do mercado de trabalho. Nesse sentido, o objetivo desta dissertação é analisar os impactos do processo de reestruturação produtiva e privatização sobre as relações de trabalho, mais especificamente sobre o movimento sindical num importante ramo da indústria de transformação, a siderurgia. A partir de uma tipologia, analisam-se as especificidades de cada tipo de relação de trabalho para alguns dos principais países produtores de aço. As experiências analizadas são da Alemanha, do Japão, dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Canadá como representantes dos países desenvolvidos, e do México, da Argentina e do Brasil, como dos países latino-americanos. Esta dissertação está dividida em quatro capítulos. O Capítulo 1 apresenta as principais transformações na esfera produtiva ora em curso na atual fase do capitalismo, ressaltando os novos paradigmas tecnológicos e seus impactos sobre o “Mundo do Trabalho” e enfatizando o movimento sindical, que vem perdendo seu poder de barganha frente ao capital. Pretende-se também analisar como essas transformações se apresentaram na economia brasileira, mostrando que essas mudanças, apesar de restritas aos países de capitalismo central, nos anos 80, foram também disseminadas, ao longo dos anos 90, para os páises em desenvolvimento, como o Brasil. O Capítulo 2 objetiva mostrar quais foram os impactos do processo de reestruturação produtiva na siderurgia mundial sobre os trabalhadores diretos; as relações de trabalho e o movimento sindical. Nesse capítulo é recuperada uma tipologia que diferencia dois tipos de relações de trabalho na indústria siderúrgica mundial: “Cooperativas” e “Adversárias”. À luz dessas, examina-se a reestruturação produtiva e seus efeitos sobre os principais países produtores de aço bruto no mundo capitalista (Alemanha, Japão, Estados Unidos, "Reino Unido e Canadá). O Capitulo 3 acrescenta uma importante categoria à taxonomia, apresentada no capítulo anterior, ao incorporar à analise os impactos da reestruturação em países latino-amercianos (México, Argentina e Brasil). Apesar das semelhanças com as demais, postula-se que esta categoria, denominada “Capital/Hegemônico”, apresentou uma reestruturação produtiva inserida em uma relação de trabalho diferente daquelas apresentadas nos países desenvolvidos. O último, capítulo resume e sistematiza as principais conclusões levantadas ao longo do texto.
Abstract: The capitalist economy has undergone a major process of industrial restructuring over the past three decades. From the crisis of the 1970s, with the end of the fixed exchange rate system and the two oil price shocks, intercapitalist competition has intensified, culminating in a reduction in the profitability of companies, whose capital appreciation needs led to significant changes in production patterns, and this process was led by large corporations. Among the main changes, the following stand out: a) the search for greater productive flexibility, capable of offering faster responses to market variations; b) a new productive paradigm based on microelectronics, by some called toyotismo; and c) the relative decline of the industrial sector as an absorber of jobs in the economy. Along with this process of productive restructuring, the orientation of economic policy was changed, privileging the neo-liberal principles of market economy; commercial opening; deregulation and less intervention by States (through, among others, privatization). These processes imply transformations in the “World of Work”, which, as a result of the productive restructuring and neo-liberal policies, has undergone both quantitative and qualitative changes, mainly due to the growth of unemployment and informality. Such changes affect labor relations within the productive sphere, configuring a problematization for the union movement, which currently has gone through a period of crisis, characterized by: a) a fall in unionization rates; b) a retraction in the number of strikes; c) a loss of representation before employers, workers and the government; and d) a difficulty in collective action, given the growing individualization of relations of job. Thus, there is an increasing precariousness of the labor market, and workers are increasingly weakened by these changes. However, this process should not be seen in a deterministic way, that is, that the introduction of new technologies and new organizational methods, in a context of neo-liberal policies, necessarily leads to the same intensity of changes in labor relations. In fact, this is the result of a set of factors of a political, economic, cultural and institutional nature, which naturally present themselves in different ways between different countries and sectors. Thus, labor relations are inserted in different “environments” and the transformations that the labor market is undergoing are, therefore, differentiated between the various countries. Furthermore, the workers, in experiencing the transformations underway, interact with them in a constitutive and formative way, with technology conceived as an expression of power relations, dependent on the performance of the social groups involved and disputes within the productive organizations. . Therefore, it is necessary to relativize the effects of technology, as they are partially dependent on the working relationship itself, which is, at the same time, formative and shaped by the process of precarious work. labor market. In this sense, the objective of this dissertation is to analyze the impacts of the process of productive restructuring and privatization on labor relations, more specifically on the union movement in an important branch of the manufacturing industry, the steel industry. From a typology, the specificities of each type of employment relationship are analyzed for some of the main steel producing countries. The analyzed experiences are from Germany, Japan, the United States, the United Kingdom and Canada as representatives of developed countries, and Mexico, Argentina and Brazil, as well as Latin American countries. This dissertation is divided into four chapters. Chapter 1 presents the main transformations in the productive sphere now underway in the current phase of capitalism, highlighting the new technological paradigms and their impacts on the “World of Work” and emphasizing the union movement, which has been losing its bargaining power against capital . It is also intended to analyze how these transformations presented themselves in the Brazilian economy, showing that these changes, although restricted to countries of central capitalism, in the 1980s, were also disseminated, throughout the 1990s, to developing countries, such as the Brazil. Chapter 2 aims to show what were the impacts of the productive restructuring process on the global steel industry on direct workers; labor relations and the union movement. In this chapter, a typology that differentiates two types of work relationships in the global steel industry is recovered: “Cooperatives” and “Adversaries”. In the light of these, the productive restructuring and its effects on the main crude steel producing countries in the capitalist world (Germany, Japan, United States, "United Kingdom and Canada) are examined. Chapter 3 adds an important category to the taxonomy, presented in the previous chapter, when incorporating the impacts of restructuring in Latin American countries (Mexico, Argentina and Brazil) into the analysis. Despite the similarities with the others, it is postulated that this category, called “Capital / Hegemonic”, presented a productive restructuring inserted in a working relationship different from those presented in developed countries. The last, chapter summarizes and systematizes the main conclusions raised throughout text.
Palabras clave: Economia
Mercado de trabalho
Siderurgia
Movimento sindical
Área (s) del CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA
Tema: Siderurgia
Privatização
Sindicalismo
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Economia
Cita: COSTA, Walber Carrilho da. Reestruturação produtiva, privatização e movimento sindical na siderurgia mundial. 1999. 148 f. Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.1999.24
Identificador del documento: http://doi.org/10.14393/ufu.di.1999.24
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29821
Fecha de defensa: 1999
Aparece en las colecciones:DISSERTAÇÃO - Economia

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