Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29195
ORCID:  http://orcid.org/0000-0001-8808-6889
Tipo de documento: Tese
Tipo de acceso: Acesso Aberto
Título: Territórios e projetos em disputa na institucionalização dos cursos de licenciatura em educação do campo
Título (s) alternativo (s): Disputed territories and projects in the institutionalization of undergraduate courses in field education
Autor: Paula, Heloisa Vitória de Castro
Primer orientador: Chelotti, Marcelo Cervo
Primer miembro de la banca: Souza, Murilo Mendonça Oliveira de
Segundo miembro de la banca: Pimenta, Alessandro Rodrigues
Tercer miembro de la banca: Cléps Júnior, João
Cuarto miembro de la banca: Pessôa, Vera Lúcia Salazar
Resumen: As reflexões sobre a Educação do Campo não podem se apartar do contexto social da luta pela terra. Nesse sentido, a Educação do Campo se constitui para além da prática pedagógica, ao passo que se territorializa em busca de romper as cercas do latifúndio, do capital e da ignorância. Ela emerge dentro do Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST) e transcende os anseios do movimento de uma educação para assentados e acampados. Ao reconhecer que a luta não era somente dos sem terra, outros sujeitos agregaram força para garantir educação pública para o campo. O direito à escola se amplia para a luta por uma educação para os povos do campo que contemplasse os saberes e fazeres próprios desses sujeitos. A Educação do Campo pode ser vista como um território em constante disputa, haja vista que há um processo de desterritorialização da mesma. Nesta perspectiva, propusemo-nos a compreender se ao passo que a proposta de Educação do Campo se institucionaliza e amplia sua oferta para além da militância dos movimentos sociais foi possível manter a essência em que foi gestada. Foram considerados os campos simbólico, material e político, que abarcam a cultura, a terra, o território e a luta na Educação do Campo. O desafio esteve em pensar epistemológica e empiricamente o reflexo da institucionalização da Educação do Campo, considerando que este processo trouxe novas práticas que consequentemente apresentaram novas perspectivas e novas relações com as premissas e a essência da Educação do Campo, gestadas pelos movimentos sociais de forma orgânica. Para tanto, foi imprescindível buscar a compreensão de como os cursos de Licenciatura em Educação do Campo articulam as Experiências Sociais constituídas na Terra e no Território na construção de suas matrizes curriculares a partir das matrizes formativas da Educação do Campo para que pudéssemos apontar as possibilidades de territorialização ou re-territorialização desta dentro das IES. A pesquisa foi delineada por meio da pesquisa teórica e documental. Foram consultados livros clássicos e contemporâneos, artigos científicos, teses e dissertações, além de teóricos relevantes na discussão sobre Território, Conhecimento e Educação do Campo. A pesquisa documental se propôs a analisar os Boletins e Cadernos Temáticos do Setor de Educação do MST e da Via Campesina, os Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) dos cursos de Licenciatura em Educação do Campo e demais documentos articulados à Educação do Campo dentro dos movimentos sociais de luta pela terra. As análises realizadas nos levam a reconhecer a Licenciatura em Educação do Campo como o mais importante território da Educação do Campo, que, por sua vez, apresenta-se como um território em constante disputa. A resistência de um projeto de educação que nasce no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, mas rompe os limites do movimento, materializa-se na construção de projetos pedagógicos que não se descolam da matriz formadora da Educação do Campo, mesmo que, por vezes, não se reconheça dentro da Pedagogia do Movimento. A institucionalização foi um fortalecedor deste processo, ao passo que as instituições não são homogêneas e têm características próprias, envoltas por currículos ocultos que irão se apropriar da Educação do Campo, sem dela tirar toda essência.
Abstract: The reflections on Field Education cannot depart from the social context of the struggle for land. In this sense, Education in the Countryside is constituted beyond the pedagogical practice, while it is territorialized in search of breaking the fences of the latifundium, capital and ignorance. Rural Education emerges within the Landless Field Workers Movement (MST) and transcends the aspirations of the education movement for settlers and campers. When recognizing that the struggle was not only for the landless, other subjects added strength to guarantee public education for the countryside. The right to school is extended to the fight for an education for the people of the countryside, which contemplates the knowledge and practices of these subjects. Field Education can be seen as a territory in constant dispute, given that there is a process of deterritorialization of Field Education. In this perspective, we set out to understand whether, while the Field Education proposal is institutionalized and expands its offer beyond the militancy of social movements, it was possible to maintain the essence in which it was created. Symbolic, material and political fields are being considered, encompassing culture, land, territory and the struggle in Field Education. The challenge was to think epistemologically and empirically to reflect the institutionalization of Field Education, considering that the institutionalization process brought new practices that consequently presented new perspectives and new relationships with the premises and essence of Field Education, generated by the social movements of organic form. For that, it was essential to seek an understanding of how the Licenciatura courses in Field Education, articulate the Social Experiences constituted on Earth and in the Territory in the construction of their curricular matrices from the formative matrices of Field Education so that we could point out the possibilities of territorialization or re-territorialization of Rural Education within HEIs. The research was outlined through theoretical and documentary research. Classic and contemporary books, scientific articles, theses and dissertations were consulted, as well as relevant theorists in the discussion on Territory, Knowledge and Education in the Field. The documentary research proposed to analyze the Bulletins and Thematic Notebooks of the Education Sector of the MST and Via Campesina, the Pedagogical Course Projects of the undergraduate courses in Field Education and other articulated documents involved in Field Education within the movements social struggles for land. The analyzes carried out lead us to recognize the Degree in Field Education as the most important territory of Rural Education. The territory of Educação do Campo, in turn, presents itself as a territory in constant dispute. The resistance of an education project that is born in the Landless Workers Movement, but breaks the movement's limits, materializes in the construction of pedagogical projects that do not detach themselves from the formation matrix of Rural Education, even though sometimes it is not recognized within of Movement Pedagogy. Institutionalization was a strengthening of this process, while the institutions are not homogeneous and have their own characteristics, surrounded by hidden curricula that will take over the Education of the Countryside, without taking all the essence out of it.
Palabras clave: Território
Formação de Professores
Política Pública
Educação do Campo
Territory
Teacher training
Public policy
Field Education
Territorio
Formación de Profesores
Politica Publica
Educación de Campo
Área (s) del CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Geografia
Cita: PAULA, Heloisa Vitória de Castro. Territórios e projetos em disputa na institucionalização dos cursos de licenciatura em educação do campo. 2020. 229 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.3609
Identificador del documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.3609
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29195
Fecha de defensa: 27-mar-2020
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