Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/24792
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Uma análise do (sub)desenvolvimento brasileiro: um modelo de crescimento com distribuição de renda de regime "profit-led"
Título(s) alternativo(s): An analysis of Brazilian (under)development: a profitled model of growth with income distribution
Autor(es): Oliveira, Alanna Santos de
Primeiro orientador: Nascimento, Carlos Alves do
Primeiro membro da banca: Vieira, Flávio Vilela
Segundo membro da banca: Almeida Filho, Niemeyer
Terceiro membro da banca: Brandão, Carlos Antônio
Quarto membro da banca: Amitrano, Cláudio Roberto
Resumo: O objetivo do nosso trabalho residiu em demonstrar que o desenvolvimento econômico possui natureza notadamente distributiva, perpassando uma dimensão sociocultural, na qual se inscrevem os valores e fins que presidem a vida numa dada sociedade, e outra econômica, na qual observamos o autêntico conflito distributivo na repartição do produto. Essa dupla perspectiva pode ser enfocada à luz do processo de acumulação de capital, conforme os clássicos do pensamento econômico já faziam, e como a literatura pós-keynesiana de crescimento com distribuição de renda tem se dedicado. Adicionalmente, visamos à análise particular do caso brasileiro, tomando por objeto o processo de acumulação, traduzido por seu regime de crescimento econômico, e investigando, assim, a dinâmica de conformação do produto pela ótica das remunerações. No plano histórico, pudemos evidenciar que esse quadro é predominantemente marcado por elevada concentração e desigualdade da renda no Brasil, sem que isso emperre, necessariamente, seu crescimento econômico, do ponto de vista técnico, ainda que conforme, indubitavelmente, a mais relevante malformação no quadro de nosso subdesenvolvimento. Não somente o instrumental histórico nos permitiu constatar acerca do quadro de relevante injustiça social denotada por um autêntico “apartheid” socioeconômico, mas também uma análise sedimentada em dados, provenientes de estatísticas de concentração e mensuração da dispersão da renda, como também outras informações concernentes ao nosso desenho tributário, fundiário, do plano consumidor e do mercado de trabalho corroboraram esse diagnóstico. Pela perspectiva cultural, no nosso entendimento, e tomando por referência o velho institucionalismo, esse cenário resulta de um comportamento emulativo de uma elite, traduzido no desejo de diferenciação social e econômica no plano interno, o qual torna a concentração da renda um fim em si. Esse processo tem desdobramento inequívoco sobre o consumo conspícuo e, por essa via, para o fenômeno da mimetização, tal qual identificado por Celso Furtado. Este autor constitui nossa maior referência para o desenvolvimento de nossa análise prática do regime de crescimento brasileiro, tendo em vista sua elaboração de um autêntico modelo de crescimento com distribuição de renda para o país. As hipóteses que visamos testar referiram-se à orientação do crescimento econômico pelos lucros, caracterizando uma dinâmica essencialmente “profit-led”, e à relação da distribuição funcional da renda com a razão capital-produto e com a existência de um setor de subsistência em nossa economia. Para tanto, utilizamo-nos de um SVAR (Structural Vector Autoregressive), à semelhança do empreendido em Stockhammer e Onaran (2002). Os resultados evidenciaram fortes indicativos de que o regime de crescimento econômico no Brasil é fundamentalmente orientado pela participação dos lucros na economia, denotando elevada concentração e desigualdade na distribuição funcional (o que tem reflexos inexoráveis sobre a distribuição pessoal da renda); e que a existência e persistência no tempo de um setor de subsistência (com características notadamente mais amplas do que a priori o termo poderia evocar) repercute de forma expressiva sobre a participação dos salários, enfraquecendo o poder de barganha da classe trabalhadora e, assim, reforçando esse quadro concentrador.
Abstract: The objective of our work was demonstrating that economic development has a notably distributive nature, spanning a sociocultural dimension, in which are inscribed the values and purposes that preside life in a given society, and another economic one, in which we observe the authentic distributive conflict in the output distribution. This dual perspective can be focused in the light of the process of capital accumulation, as the Classics used to do, and how the post-Keynesian literature of income distribution has done. Additionally, we aim at the particular analysis of the Brazilian case, taking the accumulation process as the object, depicted as its economic growth regime, and investigating, thus, the dynamics of output formation by the income method. At the historical level, we could show that this panorama is predominantly marked by high inequality and income concentration in Brazil, although this does not necessarily hinders its economic growth, from a technical point of view, even though it undoubtedly shapes the most relevant malformation in our underdevelopment. Not only the historical instruments allowed us to verify the picture of relevant social injustice denoted by a true socioeconomic apartheid, but also an analysis based on data, from statistics of concentration and measurement of income dispersion, as well as other information concerning our tax system, land structure, consumer and labor market corroborated this diagnosis. From the cultural perspective, in our view, and taking as reference the old institutionalism, this scenario derives from an emulative behavior of an elite, expressed as a desire of social and economic differentiation, which makes income concentration a purpose itself. This process has an unmistakable unfolding on conspicuous consumption and, therefore, on the phenomenon of mimicry, as identified by Celso Furtado. This author constitutes our greatest reference for the development of our practical analysis of the Brazilian growth regime, due to his elaboration of an authentic growth model with income distribution for our country. The hypotheses that we intend to test referred to the orientation of Brazilian economic growth by profits, characterizing an essentially "profit-led" dynamics, and the relation of the functional distribution of income with the capital-product ratio and the existence of a subsistence sector in our economy. In order to do so, we used an SVAR (Structural Vector Autoregressive), similar to that undertaken in Stockhammer and Onaran (2002). The results showed strong indicatives that Brazilian regime of economic growth is fundamentally oriented by the share of profits in the economy, which denotes high concentration and inequality in functional income distribution (with inexorable repercussions on personal distribution); and that the existence and persistence in time of a subsistence sector (with characteristics broadly wider than, a priori, the term could evoke) has an expressive repercussion on the share of wages, weakening workers’ bargaining power, thus, reinforcing this concentrating framework.
Palavras-chave: Desenvolvimento
Economia
Crescimento
Brasil - desenvolvimento econômico
Distribuição de renda
Renda - distribuição
Celso Furtado
Furtado, Celso, 1920 -2004
Brasil
Development
Growth
Income Distribution
Brazil
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::CRESCIMENTO, FLUTUACOES E PLANEJAMENTO ECONOMICO::CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONOMICO
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Economia
Referência: OLIVEIRA, Alanna Santos de. Uma análise do (sub)desenvolvimento brasileiro: um modelo de crescimento com distribuição de renda de regime "profit-led". 2019, 341 f. Tese (Doutorado em Economia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019. DOI http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2019.919.
Identificador do documento: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2019.919
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/24792
Data de defesa: 28-Fev-2019
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