Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19567
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Inocentes com as mãos vermelhas e a encenação da derrota de esquerda em la Chinoise (A Chinesa, 1967), de Jean-Luc Godard: um estudo de recepção e diálogos com Glauber Rocha
Autor(es): Carvalho, Jailson Dias
Primeiro orientador: Ramos, Alcides Freire
Primeiro membro da banca: Ramos, Rosângela Patriota
Segundo membro da banca: Duarte, André Luís Bertelli
Terceiro membro da banca: Souza, Julierme Sebastião Morais
Quarto membro da banca: Oliveira, Sirley Cristina
Resumo: Jean-Luc Godard, em finais da década de sessenta e início de setenta, notabilizou-se pela urdidura de filmes considerados políticos. A película La chinoise (1967), no Brasil, A chinesa, caracteriza-se por ser uma fita de transição face ao cinema de autor, vertente cinematográfica defendida por Godard e pelos cineastas da Nouvelle vague, bem como por adquirir o matiz de cinema político. A trajetória de Jean-Luc Godard rumo a essa moldura de produção de filmes não foi unívoca; ela percorreu um caminho pelo militantismo de direita de gênero hussardo. No plano dos personagens, de uma proximidade como crítico e, depois, como realizador de películas que orbitavam em torno dos filmes B americanos - que condensavam um número exorbitante de acontecimentos e um ritmo frenético nas ações dos personagens, com aspectos temáticos e de estilo ligados ao gênero noir -, surgiu a urdidura de protagonistas com o papel de portadores de mensagens - “estafetas” -, com o único propósito de intermediar as mensagens políticas por ele formuladas. Esse percurso de politização do cineasta também pode ser creditado às vicissitudes da cinefilia francesa, que, a partir de seus adeptos, foi obrigada a toda sorte de reivindicações e passeatas para fazer valer sua autonomia no espectro cinematográfico francês. Nesse tocante, o cinema novo brasileiro foi igualmente responsável pela politização de Jean-Luc Godard: mesmo que a interpretação sobre a derrota de esquerda que parece advir de A chinesa não possa ser creditada aos filmes e ao contato dele com os cineastas do movimento, no entanto, o processo de esquerdização de Jean-Luc Godard, que redundou naquela interpretação, teve, sim, a ajuda do cinema novo. Por sua vez, a primazia de Godard sobre Glauber Rocha esteve envolta no manto da angústia da influência, ascendência criativa e significativa de Godard sobre o cineasta brasileiro.
Abstract: In the end of the 1960s and beginning of the 1970s, Jean Luc Godard was widely known for producing films which were considered political films. The film La chinoise (The Chinese, 1967) is a movie of transition in view of the auter cinema, a cinematographic branch defended by Godard and the film-makers of the Nouvelle vague. In addition, it presents shades of a political movie. The pathway of Jean-Luc Godard towards this model of film production was not unambiguous; it followed a path through the hussar right-wing militantism. The performance as a critic and, later, as a film-maker of films inspired in the American B movies - which condensed a huge number of events and a frenetic rhythm in the characters’ actions, with some thematic and style aspects related to the film noir - resulted in characters that carry messages - “couriers” -, with the only purpose to intermediate the political messages elaborated by Godard. Godard’s route of politicization can also refer to the vicissitudes of the French cinephilia. Due to its supporters, it was force to engage in many manifestations and parades to exert its autonomy in the French cinema. The Brazilian cinema novo was equally responsible for the politicization of Jean-Luc Godard: although the interpretation of an apparent defeat of the left wing in La chinoise cannot be assigned to the movies and film-makers of the cinema novo, Godard’s “leftward shift” was indeed influenced by the Brazilian movement. At last, Glauber Rocha’s fascination for Godard relates to the anxiety of influence, a significant and creative ascendancy of Godard over the Brazilian cinema.
Palavras-chave: A Chinesa - Jean-Luc Godard
Glauber Rocha
Cinema político
História - Política
Derrota de esquerda
História
La chinoise
Jean-Luc Godard
Defeat of the left wing
History
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em História
Referência: CARVALHO, Jailson Dias. Inocentes com as mãos vermelhas e a encenação da derrota de esquerda em la Chinoise (A Chinesa, 1967), de Jean-Luc Godard: um estudo de recepção e diálogos com Glauber Rocha. 2017. 207 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2017.110
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2017.110
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19567
Data de defesa: 2-Mai-2017
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