Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17862
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Evidência molecular para a via aérea de infecção do Mycobacterium leprae e o papel dos portadores assintomáticos na persistência da hanseníase
Autor(es): Araújo, Sérgio
Primeiro orientador: Goulart, Isabela Maria Bernardes
Primeiro membro da banca: Teixeira, David Nascimento Silva
Segundo membro da banca: Röder, Denise Von Dolinger de Brito
Terceiro membro da banca: Frade, Marco Andrey Cipriani
Quarto membro da banca: Rosa, Patrícia Sammarco
Resumo: A hanseníase persiste como problema de saúde pública, particularmente no Brasil, segundo país mais endêmico do mundo. Os mecanismos de infecção e a cadeia de transmissão não estão completamente elucidados. Neste estudo investigamos a rota de infecção do Mycobacterium leprae, da exposição das vias aéreas, colonização e disseminação pela corrente sanguínea. Este é o primeiro estudo a avaliar no mesmo indivíduo a detecção de DNA de M. leprae pela reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (qPCR) no vestíbulo nasal, mucosa de conchas nasais, e amostras de sangue periférico; além de sorologia anti-PGL-I por ensaio imunoenzimático de ligação (ELISA), e da resposta de hipersensibilidade tardia pelo teste de Mitsuda. Foram incluídos 113 pacientes com hanseníase e 104 contatos domiciliares de pacientes com hanseníase (HHCs). Resultados foram explorados por estatísticas bivariadas e por análise de correspondência múltipla. Positividade para DNA entre os pacientes foi de: 66,4% (75/113) em swab nasal, 71,7% (81/113) em biópsia de concha nasal, 19,5% (22/113) em amostras de sangue, e soropositividade de 62,8% (71/113); com o aumento de positividades em direção ao polo multibacilar (MB) do espectro clínico. As quantidades médias de M. leprae detectado nas diferentes amostras de pacientes foram: 1.8E+07 bacilos/ml em swabs nasais, 4.1E+07 bacilos/ml em biópsias nasais, e 9.3E+03 bacilos/ml em amostras de sangue. Relações estatisticamente significantes foram observadas em todas as comparações pareadas entre os testes, com uma intrincada congruência entre todos os resultados dos pacientes (P<0,05). A positividade entre HHCs foi de: 49% (51/104) para swab nasal, 53,8% (56/104) para biópsias nasais, 6,7% (7/104) para sangue, e 18,3% (19/104) para anti-PGL-I. As quantidades médias de M. leprae entre as diferentes amostras foram: 1.8E+04 bacilos/ml em swab nasal, 1.3E+05 bacilos/ml em biópsia nasal, e 1,4E+04 bacilos/ml em sangue. As médias dos índices ELISA dos HHCs de pacientes PB foram menores do que contatos de MB (P=0,0037). A análise de correspondência múltipla dos dados dos HHCs revelou associações entre: os resultados positivos para qPCR no sangue e anti-PGL-I, e resultados positivos para qPCR em swab e biópsia de concha nasal. A comparação entre os valores médios obtidos para os pacientes em relação aos HHCs demonstrou que para ambos locais no nariz (superfície e mucosa), e para sorologia anti-PGL-I, as médias diferiram significativamente (P<0,0001). Durante o período mínimo de seguimento de 5 a 7 anos, de 104 HHCs, 7 desenvolveram hanseníase (6,7%). O risco para o adoecimento foi estimado comparando os resultados de HHCs que desenvolvem doença com aqueles que não foram afetados. Positividade na passagem ou mucosa nasal não foi determinante para desenvolvimento da doença; no entanto, a presença no sangue aumentou o risco [RR / LR + 5,54 (IC 95% 1,30-23,62)], assim como a soropositividade [LR + 3,69 (IC 95% 1,67-8,16); RR 5,97 (IC 95% 1,45-24,5)]. Nossos resultados enfatizam a rota aérea de infecção como predominante. As frequências de positividade entre HHCs revelou que: M. leprae está disseminado entre eles; HHCs estão expostos a um grande número de bacilos, independente da manifestação clínica do caso índice; e que, HHCs abrangem um grupo identificável de indivíduos que contribuem para o risco de infecção para eles e, muito provavelmente, para os outros.
Abstract: Leprosy persists as public health problem, particularly in Brazil, the second most endemic country in the world. The chain of transmission and mechanisms of infection are not completely understood. Here we investigated the route of infection and disease onset, from airways exposure, colonization, and bloodstream dissemination. This is the first study to evaluate in the same individual the detection of M. leprae DNA through real-time quantitative polymerase chain reaction (qPCR) in nasal vestibule, nasal turbinate mucosa, and peripheral blood samples; in addition to anti- PGL-I serology by enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA), and the delayed hypersensitive response through the Mitsuda test (intradermal reaction), of 113 leprosy patients and 104 household contacts of leprosy patients (HHCs). Data exploratory bivariate statistics and multiple correspondence analysis were employed. The DNA positivity among patients: 66.4% (75/113) in nasal swabs, 71.7% (81/113) in nasal turbinate biopsies, 19.5% (22/113) in blood samples, and seropositivity of 62.8% (71/113); with increasing incidences towards the multibacillary (MB) pole of the clinical spectrum. The mean quantities of M. leprae detected in the different patient samples were: 1.8E+07 bacilli/reaction in nasal swabs, 4.1E+07 bacilli/reaction in nasal turbinate biopsies, and 9.3E+03 bacilli/reaction in peripheral blood samples. Statistically significant relationships between every pairwise comparison of data and an intricate multivariate congruence were observed for patients’ data (P<0.05). The positivity among HHCs: 18.3% (19/104) for anti-PGL-I, 49% (51/104) for nasal swabs, 53.8% (56/104) for nasal biopsies, and 6.7% (7/104) for blood samples. The mean quantities of M. leprae among the different samples were: 1.8E+04 bacilli/reaction for nasal swabs, 1.3E+05 bacilli/reaction for nasal turbinate biopsies, and 1.4E+04 bacilli/reaction for peripheral blood samples. The comparison between the mean ELISA indexes obtained for the HHCs of PB patients versus the results from contacts of MB patients were significantly different (P=0.00γ7). The multiple correspondence analysis of HHCs’ data revealed associations between: positive results to both qPCR in blood and anti-PGL-I, and positive results to both qPCR in nasal swab and nasal turbinate biopsies. The comparison between the mean values obtained for patients vs. HHCs, shown that for the both sites in the nose (surface and mucosa), and for the anti-PGL-I, the means differed significantly (P<0.0001). During a minimum follow-up period from 5 to 7 years, out of 104 HHCs, 7 developed leprosy (6.7%). Risk for the disease outcome was estimated comparing results of HHCs WHO develop leprosy with those not affected. Neither nasal passage nor mucosa positivity was determinant of later disease onset; howsoever, blood presence increased the risk for disease development [RR/LR+ 5.54 (IC 95% 1.30 - 23.62)], as well did the seropositivity [LR+ 3.69 (95%CI 1.67 - 8.16); RR 5.97 (95%CI 1.45 - 24.5)]. Our findings strongly suggest that the aerial route of infection and transmission is predominant. The overall frequency of positivity among HHCs revealed that: M. leprae is widespread among them; HHCs experience high bacillary burden regardless of their index case disease manifestation; and that, HHCs comprise a recognizable group of individuals that contribute to the infection risk to themselves and most probably to others.
Palavras-chave: Ciências Médicas
Hanseníase
Mycobacterium leprae
Epidemiologia
PCR em tempo real quantitativa (qPCR)
Ensaio de ligação imuno-enzimático (ELISA)
Glicolipídeo fenólico I
Leprosy
Epidemiology
Mycobacterium leprae
Quantitative real-time PCR
Enzyme-linked immunosorbent assay
Phenolic glycolipid I
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
Referência: ARAÚJO, Sérgio. Evidência molecular para a via aérea de infecção do Mycobacterium leprae e o papel dos portadores assintomáticos na persistência da hanseníase. 2016. 130 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.te.2016.35
Identificador do documento: https://doi.org/10.14393/ufu.te.2016.35
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17862
Data de defesa: 29-Fev-2016
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