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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17105
Tipo do documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | A crítica ao SUS no jornal Folha de São Paulo |
Título(s) alternativo(s): | Criticism of SUS (Brazilian National Health System) in the newspaper: Folha de São Paulo |
Autor(es): | Silva, Gabriela Martins |
Primeiro orientador: | Rasera, Emerson Fernando |
Primeiro membro da banca: | Resende, Paula Cristina Medeiros |
Segundo membro da banca: | Lorenzi, Carla Guanaes |
Terceiro membro da banca: | Medrado-dantas, Benedito |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo o estudo da construção da crítica ao SUS no Jornal Folha de São Paulo, em 2008, considerando os sentidos sobre o Sistema, sobre seu gestor e seu usuário. Com essa análise visamos colaborar com as discussões em torno da importância da divulgação do SUS para efetivação de seus princípios e exercício do Controle Social. Para tanto, procedemos à análise de 667 notícias selecionadas mediante pesquisa on line no acervo da Folha, a partir da análise crítica do discurso e das contribuições da perspectiva construcionista social, lentes metodológicas que nos convidam a explicitar o caráter construído das realidades sociais, considerando os efeitos das diferentes formas de construção para os diversos atores e instituições sociais. Assim, estudamos o processo de produção da crítica ao SUS nas notícias, buscando compreender quais sentidos foram construídos ou privilegiados a partir do uso de diferentes recursos linguísticos, analisando-o como prática textual, e a influência do estilo jornalístico na construção desses sentidos, analisando-o como prática discursiva. Com esse processo, delimitamos a construção da ineficácia do SUS, da (in)competência do governo e da (in)determinação da inserção do usuário. A ineficácia do SUS foi construída mediante algumas estratégias que chamamos de: (1) A nomeação do SUS, com explicitação do termo em notícias sobre aspectos problemáticos e pouco aparecimento do mesmo em notícias sobre feitos exitosos; (2) SUS em crise, caracterizado pela repetição da palavra crise e generalização dos aspectos problemáticos; (3) A eterna memória do ruim, delimitada pelo uso de apesar de e mas , visando trazer a tona aspectos problemáticos do sistema; e (4) A ironização do SUS, marcada pelo uso da ironia ao se falar sobre seus serviços. Na construção da (in)competência do governo, encontramos: (1) A desmoralização do governo, sinalizando a intenção do mesmo de esconder dados problemáticos; (2) Outros que fazem melhor, com a valorização do privado, do internacional e do filantrópico em detrimento do público e nacional; (3) A voz dos especialistas atestando a incompetência do governo, com a deslegitimação da voz oficial; (4) Personalização do governo, ocorrendo a associação da responsabilidade do governo com motivações, quereres e afetos de pessoas; e (5) O foco no tempo, havendo a naturalização da demora ao se falar do tempo demandado para que ações em saúde acontecessem. Com relação a (in)determinação da inserção do usuário no sistema, delimitamos três estratégias: (1) Despolitização do usuário, marcada pela inserção do usuário a partir do uso de diferentes serviços de maneira descomprometida; (2) Politização limitada, caracterizada por uma participação política restrita a espaços consentidos ou delimitada a alguns seguimentos sociais; e (3) Judicialização, marcada pela exigência de direitos individuais via ação judicial. Assim, ocorreu o apagamento da possibilidade de atuação via conselhos de saúde e/ou conferências de saúde. Esses sentidos foram produzidos a partir da busca pelo furo jornalístico, caracterizado em nosso estudo pela (1) sazonalidade na publicação de notícias; (2) pelo uso de manchetes bombásticas ; (3) pela simplificação, com o intuito de propiciar o entendimento da notícia pelo maior número de pessoas; e (4) pelo uso de recursos de visibilidade, como dados acumulados, comparações e metáforas concretas. Todos esses recursos e sentidos propiciam uma visão limitada e negativa do SUS, baseada na desconfiança e na impossibilidade de melhorar o sistema. Além disso, a partir da construção da (in)competência do governo e da (in)determinação da inserção do usuário, consideramos que não ocorre a divulgação do controle social como forma de atuação e participação no SUS, o que oculta a história e o processo democrático de construção do mesmo. |
Abstract: | This paper aims to study the construction of the criticism of the SUS (Brazilian National Health System) in the newspaper Folha de São Paulo during the year of 2008, considering the meanings attributed to the system, to its directors and to its users. With this analysis we aim to collaborate with the discussions around the importance of SUS disclosure to put in effect its principles and Social Control. To do so, the analysis of 667 news articles selected by researching the papers files on line was conducted. Critical discourse analysis and contributions of the social constructionist perspective, methodological lenses which invite us to explain the constructed character of social realities, considering the effects of different forms of construction for the various actors and social institutions were used. Thus, we studied the process of news production, trying to understand what meanings have been constructed or privileged from the use of different linguistic resources, analyzing it as a textual practice, and the influence of journalistic style in the construction of these meanings, analyzing it as a discursive practice. With this process, we delimited the construction of SUS ineffectiveness, the (in)competence of the government and (in)determination of the user insertion. The ineffectiveness of SUS was built upon some discursive strategies that call for: (1) The appointment of SUS, in terms of its problematic aspects and little on its successfulness, (2) Health care system in crisis, characterized by the repetition of the word crisis and generalization of problematic areas to the role System, (3) The eternal memory of the bad, delimited by the use of "despite" and "but" in order to bring about problematic aspects of the System, and (4) The irony of SUS, marked by the use of irony when talking about the services. In the construction of the (in) competence of government, we found: (1) The demoralization of the government, signaling the intent to conceal data upon its owns problem, (2) Others who do better with private, international and philanthropic at the expense of public and national, (3) The voice of the experts attesting to the incompetence of government, with the illegitimacy of the official voice, (4) Personalization of the government, as the actions of the government are explained by the motivations, wishes and affections of the people who govern, (5) The focus on time, naturalizing the lateness of health interventions. In regards to (in) determination of the insertion of the user in the System, we delimited three discursive strategies: (1) Depoliticization of the user, marked by the insertion of the user from the use of different services in non committing manners, (2) Limited politicization, characterized by a political participation restricted to enclosed spaces or consenting to some social sectors, and (3) Judicialization, marked by the requirement of individual rights through legal proceedings. Thus, erasing of the possibility of acting through boards of health and /or health conferences was found. These directions were produced from the search for "scoops", featured in our study by (1) seasonality in the publication of news, (2) the use of "bombastic" headlines (3) simplicity, with the aim of providing understanding of the news by more people, and (4) by using visibility features, such as data accumulated, comparisons and concrete metaphors. All these features and meanings provide a limited and negative view of the SUS, based on mistrust and inability to improve the system. Moreover, since the construction of government (in)competence and the (in)determinacy of insertion of the user, we believe that social control disclosure does not occur as a form of promoting participation in the SUS, which hides the history and the democratic process of its construction. |
Palavras-chave: | SUS Imprensa Comunicação em saúde Press Health communication Critical discourse analysis Sistema Único de Saúde (Brasil) Saúde na comunicação de massa Análise crítica do discurso Folha de S. Paulo (Jornal) Construcionismo social |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | BR |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Sigla da instituição: | UFU |
Departamento: | Ciências Humanas |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Referência: | SILVA, Gabriela Martins. Criticism of SUS (Brazilian National Health System) in the newspaper: Folha de São Paulo. 2010. 134 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010. |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17105 |
Data de defesa: | 27-Ago-2010 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Psicologia |
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