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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15451
Tipo do documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | Implicações subjetivas na relação professor-aluno: um olhar sobre o processo de (re)escrita de manuscritos escolares |
Autor(es): | Araujo, Érica Daniela de |
Primeiro orientador: | Agustini, Carmen Lucia Hernandes |
Primeiro membro da banca: | Novodvorski, Ariel |
Segundo membro da banca: | Dias, Luis Francisco Fianco |
Terceiro membro da banca: | Teixeira, Terezinha Marlene Lopes |
Resumo: | No presente trabalho, filiamo-nos aos pressupostos teóricos da Linguística da Enunciação de abordagem benvenistiana a fim de analisarmos a relação professor-saber-aluno no ensino de Língua Portuguesa escrita. Analisamos de que modo ocorre essa relação, no espaço escolar, tendo em vista o estabelecimento de um laço - conceito que derivamos dos estudos benvenistianos -, no processo de correferenciação. De nossa perspectiva, o estabelecimento de um laço entre professor-saber afeta o estabelecimento de um laço entre professor-aluno, dado o seu caráter relacional e contingencial. Sendo assim, a despeito de o professor ter um investimento subjetivo e, a partir desse investimento subjetivo, propor uma intervenção-interferência, o quadro teórico ao qual nos filiamos reconhece que não há garantias de que o aluno vá ―escutar‖ o que o professor pontuou em sua correção/avaliação e que essa ―escuta‖ ressoe na escrita do aluno de modo a ―ajustar-se‖ àquilo que o professor ―intenta‖ com sua intervenção, isso porque a recepção de um dizer não se dá de modo passivo. A partir disso, aventamos a hipótese de que o estabelecimento desse laço poderia constituir o gatilho para a assunção do aluno à apropriação da língua escrita, momento em que ele tomaria a língua escrita para ele e faria dela algo próprio, de tal modo a produzir uma escrita na qual estaria implicado subjetivamente, assumindo a posição de autor. Em decorrência, questionamos: a) no processo de escrit(ur)a em espaço escolar, o aluno faz laço como o quê ou com quem? Quais decorrências o estabelecimento do laço pode produzir? A intervenção do professor resulta em alguma forma de interferência? Se sim, como e por que o professor interfere no processo de escrit(ur)a? Para respondermos a essas questões, dividimos nossa análise em dois mo(vi)mentos. No primeiro, analisamos o laço em função da relação professor-saber a partir das entrevistas que realizamos com os professores participantes dessa pesquisa, bem como em função do material didático por eles elaborado para trabalhar o conteúdo em estudo no momento de nossa observação: a produção de um texto do gênero crônica. Nesse momento, empreendemos um diálogo entre a teorização de Émile Benveniste, a modalização e a perspectiva enunciativa de Authier-Revuz no que concerne às modalizações autonímicas. No segundo mo(vi)mento, por sua vez, analisamos o laço em função da relação professor-aluno, analisando, em diálogo com a perspectiva metodológica da Crítica Genética, os manuscritos escolares elaborados por alunos do 8º ano do ensino fundamental e o modo com os professores intervêm-interferem no processo de (re)escrita desses alunos, uma vez que o modo como a intervenção-interferência se dá ou é recebida pelo aluno pode produzir (ou não) a assunção daquele que escreve ao lugar de aluno com uma escrita institucionalizada e subjetiva, embora, no espaço escolar, essa relação se mostre (in)tensa. |
Abstract: | Dans ce travail, nous utilisons les théories de Benveniste sur la linguistique de l énonciation afin d analyser la relation enseignant - connaissance - élève dans l enseignement de l écriture de la langue portugaise. Nous étudions de quelle façon cette relation se forme dans le cadre scolaire, dans l optique d établir un lien (concept/coréférence dérivée des études Benvenistiennes). De notre point de vue, la création d un lien enseignant - connaissance affecte l établissement d'un lien entre l enseignant et l élève, compte tenu de son caractère relationnel et imprévisible. Ainsi, avec un enseignant ayant un investissement subjectif et qui, à partir de cet investissement subjective, réalise une intervention interférence avec un élève, le cadre théorique auquel nous nous raccordons reconnaît qu'il n y a aucune garantie que l étudiant va écouter ce que l enseignant a souligné dans sa correction (ou son évaluation). Cette écoute se ressent dans l écriture de l élève de façon à "capter" ce que l enseignant cherche à transmettre à travers son discours, et ce parce que la réception d un savoir ne se fait pas de manière passive. D'après l auteur, à partir de cette analyse nous pouvons émettre l hypothèse que la mise en place d un tel lien pourrait être le déclencheur (pour l étudiant) de l appropriation du langage écrit. Moment où l élève personnifierait son langage écrit de manière à produire une écriture subjective. Par conséquent, nous sommes demandés : a) Dans de le procédé d'écriture en espace scolaire : avec qui ou avec quoi l élève établit-il un lieu? b) Quelles conséquences l établissement d'un lien peut-il produire? c) L intervention d'un enseignant peut-elle interférer? Si oui, comment et pourquoi un enseignant intervient dans le procédé d écriture? Pour répondre à ces questions, nous avons divisé notre analyse en deux points. Dans un premier temps, nous avons analysé ce lien en fonction de la relation enseignant - connaissance à partir d entretiens que nous avons menés avec des professeurs participants à notre recherche, ainsi qu en fonction du matériel didactique utilisé par ces derniers au moment de notre observation, dans le cadre de la production d un texte de genre chronique. Nous avons alors comparé la théorie d Émile Benveniste sur la modalisation, et la perspective énonciative d Authier-Revuz concernant les modalisations autonymiques. Dans un deuxième temps, nous avons analysé ce lien en fonction de la relation enseignant élève. L analyse a consisté à comparer (ce la même façon que pour une Critique Génétique) les manuels scolaires d'élèves de 3ème année de collège, et la façon dont les enseignants interviennent interférent dans le processus de réécriture de ces étudiants. Une fois que l intervention interférence se produit (ou est reçue par l étudiant), on peut supposer (ou non) que l étudiant écrira d une manière institutionnalisée et subjective. Bien que, dans le cadre scolaire, l établissement d un tel lien est souvent difficile. |
Palavras-chave: | Relação professor-saber-aluno Laço Enunciação escrita Autoria Relation enseignant-connaissance-elève Lien Énonciation écrite Auteur |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Idioma: | por |
País: | BR |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Sigla da instituição: | UFU |
Departamento: | Linguística Letras e Artes |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos |
Referência: | ARAUJO, érica Daniela de. Implicações subjetivas na relação professor-aluno: um olhar sobre o processo de (re)escrita de manuscritos escolares. 2014. 211 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Letras e Artes) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2014. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.di.2014.148 |
Identificador do documento: | https://doi.org/10.14393/ufu.di.2014.148 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15451 |
Data de defesa: | 26-Fev-2014 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Estudos Linguísticos |
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