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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15287
Tipo do documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | Hoje é dia de Maria , da criança e do diabo: construções identitárias |
Autor(es): | Conti, Maria Aparecida |
Primeiro orientador: | Fernandes, Cleudemar Alves |
Primeiro membro da banca: | Santos, Irenilde Pereira dos |
Segundo membro da banca: | Soares, Leonardo Francisco |
Terceiro membro da banca: | Mussalim, Fernanda |
Quarto membro da banca: | Barbosa, Pedro Luis Navarro |
Resumo: | Nosso intuito, nesta pesquisa, é buscar explicitar o processo de construção discursiva das identidades da criança e do diabo a partir da análise dos discursos transversos na obra Hoje é dia de Maria. Mais especificamente, interessamo-nos pelos processos discursivos utilizados na manutenção/desconstrução de saberes acerca dos constituintes identitários sobre a criança e sobre o diabo, em nossa sociedade, para verificarmos os jogos de controle e de circulação desses saberes por meio de discursos. Para tanto, mobilizamos uma interface do dispositivo teórico-analítico da Análise do Discurso (com ênfase nos estudos foucaultianos) e com estudos socioculturais e filosóficos a fim de fundamentar possíveis efeitos de sentido que emergem do texto e que apontam para aspectos socioculturalmente produzidos nos entre-lugares da memória infância e da memória diabo. Considerando que, em nossa sociedade, o suposto efeito de unidade produzido por esses sujeitos discursivos parece garantido por uma função-sujeito que se mostra favorável à manutenção do mito metafísico da dualidade humana (que trabalha com as dicotomias corpo x alma; real x irreal, belo x feio; bem x mal, etc.) partimos do princípio de que tal forma de pensar contribui para a constituição discursiva de identidades humanas voltadas para a manutenção de princípios éticos/morais fundamentados na crença religiosa cristã. Nosso foco direcionado ao funcionamento discursivo dessas representações simbólicas, na minissérie, aponta para a desconstrução desse mito instaurado em nossa sociedade. A percepção obtida acerca dessa constatação se fundamenta no fato de que uma vez que as identidades são (re)produzidas historicamente nas relações discursivas que, por sua vez, se inscrevem em formações discursivas diversas, possibilita a afirmativa de que o atravessamento de diferentes dizeres podem reiterar o caráter de fluidez das identidades, tal como apontado nos estudos de Bauman, Hall e outros. Em face ao exposto, notamos que, no processo de (re)construção de identidades, o conceito de representação, sendo parte integrante do funcionamento discursivo pelo qual o sentido é produzido, estabilizado e intercambiado entre os membros de uma cultura, mostrava-se bastante profícuo. Essa produtividade, no caso específico do corpus mobilizado para análise, presentificava-se no fio discursivo a partir do jogo de forças entre o legível e o ilegível constitutivos dos atravessamentos de uma dimensão linguajeira constituída por signos linguísticos verbais (jargões, expressões dialetais, etc.) e não-verbais (imagens, sons, cores, etc.). Desse modo, com base no funcionamento discursivo da minissérie, a (re)construção de representações sobre a criança e sobre o diabo contribuiu para a (des)estabilização de características socialmente disseminadas. Em outros termos, pudemos analisar como as verdades sobre a criança e sobre o diabo foram construídas, em nossa sociedade e por que essas representações foram, em nosso entendimento, desconstruídas. Talvez por ser literário, o texto da minissérie Hoje é dia de Maria pode trazer o diabo e a criança como sujeitos discursivos funcionando como o conceito devir-criança e possibilitar que a arte, sobretudo a literária, continue a causar estranheza e encantamento, principalmente, por possibilitar que quem leia/assista possa se reinventar uma vez que são os discursos provindos de uma exterioridade que constituem os sujeitos discursivos e, consequentemente, os indivíduos que assumem as diversas posições sujeitos em que se constituem pela/na linguagem sócio-historicamente. |
Abstract: | In this research, we aim to explain the discursive construction process of devil and child identities throughout analyses of the discourse which crosses the miniseries Hoje é dia de Maria. Specifically, we are interested in the discursive process used to maintenance/deconstruction of knowledge about the identity constituents which involve the child and devil in our society. Hence, in order to support the effects of meaning that emerge from the text, pointing to aspects socioculturally produced in-between places of childhood and devil memory, we mobilized a theoretical interface with Discourse Analyses (with emphasis on Foucault s theory), socio-cultural and philosophical studies. Whereas, in our society, the supposed effect of unity produced by these discursive subject seems warranted by a function-subject that is favorable to the maintenance of metaphysical myth of human duality (which works with the dichotomies: body x soul; unreal x real, beautiful x ugly, good x bad etc..) we assume that such way of thinking contributes to the discursive constitution of human identities aimed at maintaining ethical and moral principles grounded in Christian religious belief. Our analysis points to the deconstruction of the myth established in our society. This finding is based on the fact that the statement that allows the crossing of different sayings can reiterate the character of fluidity of the identities, as pointed out by Bauman, Hall and others. Considering this, we recognize that the concept of representation appears to be quite profitable, once it is an integrant part of the discursive work by which the meaning is produced. This productivity appeared in the discursive thread from the interplay of forces between legible and illegible constitutive of crossings of a linguistics dimension constituted by verbal linguistic signs (jargon, dialectal expressions, etc.) and nonverbal (pictures, sounds, colors, etc.). Thus, based on the discursive functioning of the miniseries, the (re)construction of representations about the child and about the devil contributed to the (de)stabilizing characteristics socially disseminated. In other words, we could analyze how the truths about the child and the devil were built in our society and that these representations were, in our view, deconstructed. Maybe because it is literary, the movie script of the miniseries Hoje é dia de Maria can bring the devil and the child as discursive subject functioning as the concept devir-child and allows that art, especially literature, continues to cause surprise and delight, mainly by enable those who read/watch to reinvent themselves once the speeches are coming from an exterior that constitute the discursive subject and, therefore, individuals who assume the various positions in which subjects are constituted socio-historically and comes out through the language. |
Palavras-chave: | Análise do discurso Identidade Representação Devir-criança Literatura Memória Discoursive analyse Identity Representation Devir-child Literature Memory |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Idioma: | por |
País: | BR |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Sigla da instituição: | UFU |
Departamento: | Linguística Letras e Artes |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos |
Referência: | CONTI, Maria Aparecida. Hoje é dia de Maria , da criança e do diabo: construções identitárias. 2013. 188 f. Tese (Doutorado em Linguística Letras e Artes) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2013. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.te.2013.13 |
Identificador do documento: | https://doi.org/10.14393/ufu.te.2013.13 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/15287 |
Data de defesa: | 25-Fev-2013 |
Aparece nas coleções: | TESE - Estudos Linguísticos |
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