Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/46761| ORCID: | http://orcid.org/0000-0002-1962-2729 |
| Tipo do documento: | Dissertação |
| Tipo de acesso: | Acesso Embargado |
| Término do embargo: | 2027-08-15 |
| Título: | Brian Gabriel entre acolhimentos, medidas socioeducativas e desamparo: o que pode a escuta psicanalítica frente às passagens institucionais? |
| Título(s) alternativo(s): | Brian Gabriel between care provision, socio-educational measures and helplessness: what can psychoanalytic listening do in the face of institutional transitions? |
| Autor(es): | Pires, Diego Gomes |
| Primeiro orientador: | Neves, Anamaria Silva |
| Primeiro membro da banca: | Marin, Isabel da Silva Khan |
| Segundo membro da banca: | Martins, Aline Souza |
| Resumo: | Este estudo tem como objetivo analisar a narrativa produzida por um adolescente inserido em medida socioeducativa de meio fechado, com trajetória de abandono familiar e prévia inserção em acolhimento institucional. Especificamente, pretende-se compreender a função da escuta psicanalítica frente ao contexto socioeducativo, considerando a construção do testemunho como forma de acolhimento e intervenção que possibilita a emergência de novas nomeações discursivas e a reconstrução da história subjetiva do adolescente que transita por institucionalizações. Metodologicamente, foi construído um caso clínico, a partir do método interpretativo da Psicanálise, valorizando a singularidade do sujeito e o inconsciente como matriz de análise. O caso foi elaborado a partir de atendimentos psicológicos, entrevistas, relatos pessoais e documentos institucionais (PIAs, relatórios do Conselho Tutelar, CREAS e CAPSi), sempre priorizando as narrativas de Brian Gabriel, nome fictício de um adolescente de 16 anos. O percurso desse adolescente revela a tensão entre proteção e responsabilização, em que sistemas reforçam silenciamentos institucionais e impõem rotulações que agravam as possibilidades de cuidado. A análise revelou a fragmentação dos discursos institucionais que rotulavam o adolescente como problemático, louco ou bandido, estigmas que silenciavam o garoto, delineando o desamparo afetivo. Fugas e atos infracionais emergiram como tentativas de comunicação diante do vazio emocional e da falta de escuta, o que parecia indicar a busca por inscrição social. A escuta psicanalítica sustentada ao longo dos atendimentos buscou favorecer a construção do testemunho político-clínico: Brian buscou por nomeações próprias para a dor e desafiou as categorizações institucionais. O estudo enfrentou interrupções, boicotes e resistências diversas que impossibilitaram a continuidade dos atendimentos e limitaram o dispositivo clínico itinerante. Por fim, este trabalho aponta para a imperativa necessidade de aprofundar a pesquisa e a intervenção em contextos socioeducativos e de acolhimento. Urge que se desenvolvam e implementem dispositivos clínico-políticos mais robustos e contínuos, que transcendam a lógica medicalizante e punitiva, e que, efetivamente, garantam a escuta e a sustentação dos vínculos para esses jovens. A Psicanálise, ao insistir no campo/lugar/condição de testemunha, oferece um horizonte para que, mesmo diante do "não" das instituições, a voz do sujeito possa finalmente ecoar. |
| Abstract: | This study aims to analyze the narrative produced by an adolescent placed under a closed socio-educational measure, with a history of family abandonment and prior institutional care. Specifically, it seeks to understand the function of psychoanalytic listening within the socio-educational context, considering the construction of testimony as a form of reception and intervention that enables the emergence of new discursive namings and the reconstruction of the adolescent’s subjective history as they move through processes of institutionalization. Methodologically, a clinical case was constructed using the interpretative method of psychoanalysis, valuing the subject’s singularity and the unconscious as the matrix of analysis. The case was developed from psychological sessions, interviews, personal accounts, and institutional documents (Individual Action Plans – PIAs, reports from the Guardianship Council, CREAS, and CAPSi), always privileging the narratives of Brian Gabriel, a fictitious name for a 16-year-old adolescent. This adolescent’s trajectory reveals the tension between protection and accountability, in which systems reinforce institutional silencing and impose labels that exacerbate the challenges of care. The analysis uncovered the fragmentation of institutional discourses that labeled the adolescent as problematic, mad, or criminal—stigmas that censored his voice and outlined his affective helplessness. Escapes and infractional acts emerged as attempts at communication in the face of emotional voids and lack of listening, suggesting a search for social inscription. Sustained psychoanalytic listening throughout the sessions sought to foster the construction of a political-clinical testimony: Brian endeavored to find his own discursive names for his pain and to challenge institutional categorizations. The study encountered interruptions, sabotage, and various resistances that thwarted the continuity of sessions and limited the itinerant clinical apparatus. Finally, this work underscores the imperative need to deepen research and intervention in socio-educational and care contexts. It is urgent to develop and implement more robust and continuous clinical-political frameworks that transcend medicalizing and punitive logics and that effectively guarantee listening and the support of relational bonds for these youths. By insisting on the field/place/condition of the witness, psychoanalysis offers a horizon in which—even in the face of institutional “no”—the subject’s voice can at last resonate. |
| Palavras-chave: | adolescências adolescence Psicanálise Psychoanalysis institucionalização institutionalization testemunho testimony Psicologia Psychology |
| Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
| Assunto: | Psicologia |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
| Programa: | Programa de Pós-graduação em Psicologia |
| Referência: | PIRES, Diego Gomes. Brian Gabriel entre acolhimentos, medidas socioeducativas e desamparo: o que pode a escuta psicanalítica frente às passagens institucionais?. 2025. 107 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2025. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.2025.513. |
| Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.di.2025.513 |
| URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/46761 |
| Data de defesa: | 15-Ago-2025 |
| Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): | ODS::ODS 16. Paz, justiça e instituições eficazes - Promover sociedades pacíficas e inclusivas par ao desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. |
| Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Psicologia |
Arquivos associados a este item:
| Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
|---|---|---|---|---|
| BrianGabrielEntre.pdf Até 2027-08-15 | Dissertação | 694.55 kB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir Solictar uma cópia |
Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons