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Tipo de documento: Tese
Tipo de acceso: Acesso Aberto
Título: A segurança alimentar e nutricional em diferentes tipos de famílias brasileiras: uma análise do período de avanço entre 2004 e 2013
Título (s) alternativo (s): Food and nutritional security in different types of Brazilian families: an analysis of the period of advancement between 2004 and 2013
Autor: Xavier, Bruno Damasceno
Primer orientador: Nascimento, Carlos Alves do
Segundo orientador: Maia, Alexandre Gori
Primer miembro de la banca: Jesus, Clesio Marcelino de
Segundo miembro de la banca: Souza, Marcelino de
Tercer miembro de la banca: Pauli, Rita Inês Paetzhold
Cuarto miembro de la banca: Almeida Filho, Niemeyer
Quinto miembro de la banca: Nascimento, Carlos Alves do
Resumen: O tema da segurança alimentar e nutricional (SAN) volta a ganhar espaço nas discussões políticas e econômicas atualmente, em grande medida, devido ao agravamento da situação alimentar ocorrida após a Pandemia de COVID-19. Os dados para o Brasil mostram um significativo avanço da SAN entre os anos de 2004 a 2013 (PNAD/IBGE), após este período, os dados da POF 2017/2018 mostram uma rápida e profunda reversão, que se agrava ainda mais com os números posteriores à chegada da pandemia (2020 e 2022 – rede PENSSAN), com a insegurança alimentar e nutricional (InSAN) passando a afetar a maioria das pessoas e domicílios brasileiros. O foco desta tese está no período de avanço positivo da SAN no Brasil, entre 2004 e 2013. A literatura sobre o período mostra que o avanço da SAN no país está diretamente ligado ao aumento da renda média disponível das famílias. Além disso, entre os diversos fatores associados à SAN, as pesquisas destacam a importância da ocupação da pessoa de referência como influência sobre as condições alimentares nos domicílios. A primeira pergunta que buscamos investigar foi se a SAN evoluiu de maneira homogênea quando consideramos diferentes tipos de famílias, a partir das posições de ocupação dos seus membros. Para isso, partimos da hipótese de que, dada a importância da renda, em termos de nível e estabilidade, quando consideramos diferentes tipos de famílias teria ocorrido um avanço heterogêneo, devido às diferentes posições de ocupação dos membros destas famílias. Em segundo lugar, entendemos que a evolução da renda das famílias fez com que elas passassem a consumir novos bens, que antes não tinham a possibilidade de consumir. Sendo assim, o aumento da renda disponível causou uma alteração no padrão de consumo das famílias, que, por sua vez, fez com que elas destinassem/desviassem parte de seus recursos monetários para itens não alimentícios. Dessa forma, tivemos como segunda hipótese a ideia de que esse desvio de renda, pode ter dificultado, criado barreiras para a evolução da SAN entre os diferentes tipos de famílias, principalmente aquelas em situação de InSAN grave. A fim de testar estas hipóteses tivemos como objetivo geral reunir elementos, a partir dos microdados das PNADs (2004, 2009 e 2013), que nos permitissem diferenciar a manifestação da SAN entre diferentes tipos de famílias, separando para comparação aquelas residentes no rural e no urbano, numa análise com foco nacional e em uma macrorregião específica, no caso, o Centro-Oeste. De forma mais específica, objetivamos: i) descrever e analisar a evolução dos níveis de SAN entre os diferentes tipos de famílias; ii) identificar outros elementos que nos permitissem apontar diferenciações entre os tipos de famílias (“SAN líquida” e “novo esforço necessário”); iii) descrever e analisar a evolução dos diferentes níveis de InSAN entre os tipos de famílias; iv) descrever e comparar a evolução do acesso das famílias às condições (ou serviços) de infraestrutura dos domicílios e alguns bens de consumo; v) reunir elementos da conjuntura/literatura nacional que nos ajudem entender a evolução da SAN no período de análise; e vi) reunir elementos que nos permitam visualizar/descrever a complexidade do conceito de SAN e suas formas de avaliação/monitoramento. Para isso, a metodologia utilizada foi desenvolvida no âmbito do projeto RURBANO, diferenciando/agrupando 4 tipos de famílias, quais sejam: famílias de empregadores; famílias de contas-próprias; famílias de empregados; e, famílias de não ocupados. Após este agrupamento, realizamos o cruzamento de informações das PNADs sobre os diferentes níveis de InSAN para cada tipo de família e as respectivas condições de acesso dos domicílios residentes aos serviços de infraestrutura (coleta de lixo, água canalizada, existência de banheiro e esgotamento sanitário), além disso, o acesso das famílias a alguns bens de consumo (geladeira, fogão, televisão, telefone celular, máquina de lavar, microcomputador e acesso à internet). Além desta metodologia, apresentamos no terceiro capítulo, de forma breve, um estudo da associação dos tipos de famílias do Centro-Oeste aos diferentes níveis de InSAN, por meio de um modelo logit multinomial. Entre os resultados podemos destacar fortes elementos que confirmam nossa primeira hipótese, ocorrendo uma significativa manifestação heterogênea da SAN a depender do tipo de família. Constatamos que as famílias de empregadores apresentam vantagens em termos de SAN sobre os demais tipos de famílias em todas as situações (nacional, regional, rural, urbano, agrícolas e não agrícolas), de outro lado, as famílias de contas-próprias e famílias de não ocupados apresentam as piores condições alimentares. Em termos dos contingentes de famílias em SAN é possível observar que em algumas situações, como no caso das famílias de contas-próprias do rural do Centro-Oeste, não houve um aumento do contingente de famílias nesta situação (SAN), houve na verdade uma queda, porém, ainda assim, ocorreu um crescimento percentual da SAN. Isso porque a queda no total de famílias (denominador) foi maior do que a queda no número de famílias em SAN (numerador). Em termos das condições de infraestrutura dos domicílios foi possível observar uma dupla vantagem nas famílias de empregadores, de um lado, algumas já apresentavam patamares de acesso mais elevados desde 2004, de outro, algumas famílias estavam em condições semelhantes aos demais tipos em 2004, porém, alcançaram níveis bem mais elevados em 2013, principalmente entre aquelas em InSAN grave. Dessa forma, foi possível não somente confirmar nossa primeira hipótese, mas também encontrar casos extremos de manifestação da (In)SAN, como por exemplo o caso das famílias de empregadores agrícolas e não agrícolas do rural do Centro-Oeste que chegaram a 100% de SAN em 2013, enquanto famílias de contas-próprias agrícolas (agricultura familiar) rurais dessa região tiveram um aumento da InSAN grave no período de análise. Quanto à segunda hipótese testada, observamos que a evolução do acesso das famílias em InSAN grave, no Brasil e no Centro-Oeste, evoluiu, em termos percentuais, acima das famílias em SAN, gerando elementos que nos permitem conjecturar que houve de fato uma destinação de recursos monetários para bens não alimentícios, mesmo entre famílias em condição de maior gravidade alimentar, o que pode ter dificultado a evolução da SAN para níveis mais elevados. Portanto, podemos concluir que as ações, medidas e políticas públicas utilizadas no período e, de forma mais ampla, a conjuntura socioeconômica e política que se formou, afetou os tipos de famílias em diferentes magnitudes, fazendo com que alguns tipos de famílias evoluíssem mais do que outros em termos de SAN. Dessa forma, enquanto algumas famílias chegaram a 100% de SAN, outras não saíram do Mapa da Fome. Ou seja, a depender das ações tomadas e da conjuntura que se conforma, os diferentes tipos de famílias são afetados de forma diferente, a depender da posição de ocupação de seus membros.
Abstract: The topic of food and nutritional security (FNS) is gaining ground again in political and economic discussions today, largely due to the worsening of the food situation that occurred after the COVID-19 Pandemic. Data for Brazil show a significant advance in FNS between the years 2004 to 2013 (PNAD/IBGE), after this period, data from POF 2017/2018 show a rapid and profound reversal, which worsens even further with the numbers subsequent to the arrival of the pandemic (2020 and 2022 – PENSSAN network), with food and nutritional insecurity (FNI) starting to affect the majority of Brazilian people and households. The focus of this thesis is on the period of positive advancement of the SAN in Brazil, between 2004 and 2013. The literature on the period shows that the advancement of the SAN in the country is directly linked to the increase in the average disposable income of families. Furthermore, among the various factors associated with FNS, research highlights the importance of the reference person's occupation as an influence on eating conditions in households. The first question we sought to investigate was whether the FNS evolved in a homogeneous manner when we consider different types of families, based on the occupation positions of its members. To do this, we start from the hypothesis that given the importance of income, in terms of level and stability, when we consider different types of families, there would have been a heterogeneous advance, due to the different occupation positions of the members of these families. Secondly, we understand that the evolution of family income has caused them to start consuming new goods, which they previously did not have the possibility of consuming. Consequently, the increase in disposable income caused a change in families' consumption patterns, which, in turn, caused them to allocate/divert part of their monetary resources to non-food items. Therefore, as a second hypothesis, we had the idea that this income diversion may have made it difficult and created barriers for the evolution of FNS among different types of families, especially those in a situation of severe FNI. To test these hypotheses, our general objective was to gather elements, based on microdata from the PNADs (2004, 2009 and 2013), that would allow us to differentiate the manifestation of FNS between different types of families, separating for comparison those residing in rural and urban areas, in an analysis with a national focus and in a specific macro-region, in this case, the Central-West. More specifically, we aim to: i) describe and analyze the evolution of FNS levels among different types of families; ii) identify other elements that would allow us to point out differences between the types of families (“net FNS” and “new effort required”); iii) describe and analyze the evolution of different levels of FNI between types of families; iv) describe and compare the evolution of families' access to household infrastructure conditions (or services) and some consumer goods; v) gather elements from the national literature that help us understand the evolution of the FNS during the period of analysis; and vi) gather elements that allow us to visualize/describe the complexity of the FNS concept and its forms of evaluation/monitoring. For this, the methodology used was developed within the scope of the RURBANO project, differentiating/grouping 4 types of families, namely: employer families; self-employed families; employee’s families; and, non-employed families. After this grouping, we cross-referenced information from the PNADs on the different levels of FNI for each type of family and the respective access conditions of resident households to infrastructure services (garbage collection, piped water, existence of a bathroom and sewage system), in addition, family access to some consumer goods (refrigerator, stove, television, cell phone, washing machine, personal computer and internet access). In addition to this methodology, in the third chapter, we briefly present a study of the association between types of families in the Central-West and different levels of FNI, using a multinomial logit model. Among the results we can highlight strong elements that confirm our first hypothesis, with a significant heterogeneous manifestation of FNS depending on the type of family. We found that employer families have advantages in terms of FNS over other types of families in all situations (national, regional, rural, urban, agricultural and non-agricultural), on the other hand, self-employed families and families of unemployed people have the worst food conditions. In terms of the number of families in FNS, it is possible to observe that in some situations, such as in the case of self-employed families in rural areas in the Central-West, there was no increase in the number of families in this situation (FNS), there was actually a drop, but there was still a percentage increase in FNS. This is because the drop in the total number of families (denominator) was greater than the drop in the number of families in FNS (numerator). In terms of the infrastructure conditions of households, it was possible to observe a double advantage in employer families, on the one hand, some already had higher levels of access since 2004, on the other, some families were in similar conditions to the other types in 2004, however, reached much higher levels in 2013, especially among those with severe FNS. In this way, it was possible not only to confirm our first hypothesis, but also to find extreme cases of manifestation of FNI, such as the case of families of agricultural and non-agricultural employers in rural areas of the Central-West region who reached 100% of FNS in 2013, while agricultural self-employed families (family farming) in this region had a serious increase in FNI in the period of analysis. Regarding the second hypothesis tested, we observed that the evolution of access for families in severe FNI, in Brazil and in the Central-West, evolved, in percentage terms, above that of families in FNS, generating elements that allow us to conjecture that there was in fact a allocation of monetary resources for non-food goods, even among families in conditions of greater food severity, which may have hindered the evolution of FNS to higher levels. Therefore, we can conclude that the actions and public policies used in the period and, more broadly, the socioeconomic and political situation that was formed, affected the types of families in different magnitudes, causing some types of families to evolve more than others in terms of FNS. Thus, while some families reached 100% SAN, others did not leave the Hunger Map. In other words, depending on the actions taken and the current situation, different types of families are affected differently, depending on the occupation position of their members.
Palabras clave: Segurança alimentar e nutricional
Posições na ocupação
Centro-oeste
Agricultura familiar
Rural e urbano
Food and nutrition security
Occupation positions
Central-West
Family farming
Rural and urban
Área (s) del CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA DO BEM-ESTAR SOCIAL::ECONOMIA DOS PROGRAMAS DE BEM-ESTAR SOCIAL
Tema: Economia
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Economia
Cita: XAVIER, Bruno Damasceno. A segurança alimentar e nutricional em diferentes tipos de famílias brasileiras: Uma análise do período de avanço entre 2004 e 2013. 2024 201 f. Tese (Doutorado em Economia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2024. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.434.
Identificador del documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.434
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/42056
Fecha de defensa: 26-jun-2024
Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS): ODS::ODS 1. Erradicação da pobreza - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
ODS::ODS 2. Fome zero e agricultura sustentável - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
ODS::ODS 3. Saúde e bem-estar - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
ODS::ODS 6. Água potável e saneamento - Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
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