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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/41439
ORCID: | http://orcid.org/0000-0001-9487-8188 |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acceso: | Acesso Embargado |
Fecha de embargo: | 2026-04-15 |
Título: | Vozes da resistência: vivências de pessoas transgêneras e travestis na contabilidade brasileira |
Título (s) alternativo (s): | Voices of resistance: the experiences of transgender people and transvestites in brazilian accounting Voces de resistencia: experiencias de transexuales y travestis en la contabilidad brasileña |
Autor: | Círico, Juh |
Primer orientador: | Silva, Marli Auxiliadora da |
Primer coorientador: | Casa Nova, Silvia Pereira de Castro |
Primer miembro de la banca: | Nganga, Camilla Soueneta Nascimento |
Segundo miembro de la banca: | Lucas, Angela Christina |
Tercer miembro de la banca: | Vendramin, Elisabeth de Oliveira |
Cuarto miembro de la banca: | Silva, Sandra Maria Cerqueira da |
Resumen: | No Brasil, pessoas transgêneras e travestis enfrentam desafios para obterem acesso a direitos básicos tais como saúde, moradia, educação e emprego (Benevides, 2024), sendo o país em que mais se assassina e se suicidam pessoas trans e travestis. Por viverem marginalmente, também enfrentam obstáculos quanto à sua permanência no sistema de ensino e posterior inserção no mercado de trabalho, e também à ocupação de cargos de liderança. Nos ambientes acadêmicos, até 2020, apenas 0,02% da população transgênera e travesti conseguiram acessar o Ensino Superior, e quanto ao cenário do mercado de trabalho, 90% de mulheres transgêneras e travestis atuam compulsoriamente na prostituição, pois as empresas não as contratam por transfobia estrutural presente na cultura organizacional (Benevides e Nogueira, 2021). Para além da contratação, é necessário que as organizações invistam em políticas de diversidade voltadas para a permanência e ascensão profissional, visto que por mais que pessoas transgêneras e travestis possuam graduação e pós-graduação, raras são as oportunidades para a ocupação de cargos de alto escalão nas organizações (Cândido e Medeiros, 2021; Paniza e Moresco, 2022). Inclui-se nessa realidade, a área contábil, que possui ambientes que reproduzem e reforçam um perfil de profissional e/ou estudante/docente ideal, referente ao homem, branco, cisgênero, heterossexual e sem deficiência (Círico; Telles; Galvão, 2021; Círico; Silva, 2024; Santiago; Barros; Bonfim, 2019). Este cenário revela, portanto, a necessidade de ações para incluir pessoas não-cisgêneras nos ambientes acadêmicos e organizacionais, de forma geral, e de forma específica nos ambientes contábeis, que são o campo de estudo desta investigação. Para tanto, a minha pesquisa pretende responder a seguinte questão: Que experiências são reveladas pelas vivências de pessoas transgêneras e travestis na Contabilidade brasileira? Tendo como suporte teórico o Transfeminismo (Jesus; Alves, 2012; Jesus et al. 2015; Nascimento, 2021) e a Interseccionalidade (Akotirene, 2019; Carneiro, 2011; Collins; Bilge, 2021; Crenshaw, 1989, 2002; Gonzalez; 2020), objetivei problematizar, a partir da identificação das experiências, as vivências de pessoas transgêneras e travestis em ambientes contábeis acadêmicos e empresariais no Brasil. A tese é dividida em três artigos científicos. A metodologia de pesquisa é aplicada, e se caracteriza, quanto aos objetivos, como de natureza descritivo-exploratória. Utilizei da abordagem qualitativa para discussão do problema. No artigo 1, apresento um letramento sobre diversidade de gênero para ser aplicado nos ambientes da contabilidade, tanto no contexto acadêmico, quanto organizacional. No artigo 2, realizo uma Revisão Integrativa da Literatura para contribuir com a compilação da literatura sobre as vivências de pessoas transgêneras e travestis nas universidades e empresas. No artigo 3, desenvolvo a análise de entrevistas semiestruturadas com pessoas transgêneras e travestis, contribuindo para a ressignificação e construção de um lugar de pertencimento para pessoas não-cisgêneras, diversas, e a reflexão sobre como tornar os ambientes contábeis acadêmicos e organizacionais brasileiros inclusivos e acolhedores. As entrevistas foram transcritas com o uso do software Reshape e analisadas por meio da Técnica de Análise Temática Dialógica, de Silva e Borges (2017), com a apresentação de temas, subtemas e mapas de significados de acordo com os relatos compartilhados pelas pessoas entrevistadas. Quanto aos resultados, observei que há um movimento opressor de exclusão e expulsão de estudantes e pessoas trabalhadoras transgêneras e travestis em ambientes acadêmicos e organizacionais, por não corresponderem, de acordo com a cisnormatividade, presente nesses ambientes. Um dos recursos utilizados por pessoas transgêneras e travestis, principalmente identidades femininas, para acessarem esses espaços, na tentativa de não sofrerem preconceitos, é a passabilidade cisgênera. Em suma, as pessoas entrevistadas relataram experiências negativas ao vivenciarem os ambientes da contabilidade brasileira, tanto acadêmicos quanto organizacionais. Para estudos futuros, observo a importância da apresentação das categorias identitárias de gênero de forma ampliada nas pesquisas contábeis, incluindo as pessoas transgêneras (binárias e não-binárias) e travestis, deixando de utilizar indiscriminadamente o termo “sexo”, que muitas vezes é mencionado erroneamente como sinônimo de “gênero”. Além disso, visualizo a necessidade dos ambientes contábeis (des)construírem os comportamentos opressores que estão enraizados na cultura contábil brasileira, pensando em estratégias para acesso e permanência das pessoas trans e travestis na graduação, pós-graduação e nas organizações contábeis. |
Abstract: | In Brazil, transgender and travestis people face challenges in gaining access to basic rights such as health, housing, education and employment (Benevides, 2024), and it is the country in which transgender and transvestite people are murdered and commit suicide the most. Because they live on the margins, they also face obstacles in terms of staying in the education system and later entering the labour market, as well as occupying leadership positions. In academic environments, by 2020 only 0.02% of the transgender and transvestite population had managed to access higher education, and as for the labour market scenario, 90% of transgender and transvestite women work compulsorily in prostitution, as companies do not hire them due to structural transphobia present in the organisational culture (Benevides and Nogueira, 2021). In addition to hiring, organisations need to invest in diversity policies aimed at professional retention and advancement, since even though transgender and transvestite people have undergraduate and postgraduate degrees, opportunities to occupy senior positions in organisations are rare (Cândido and Medeiros, 2021; Paniza and Moresco, 2022). Included in this reality is the accounting area, which has environments that reproduce and reinforce an ideal professional and/or student/teacher profile, referring to men, white, cisgender, heterosexual and without disabilities (Círico; Telles; Galvão, 2021; Círico; Silva, 2024; Santiago; Barros; Bonfim, 2019). This scenario therefore reveals the need for actions to include non-cisgender people in academic and business environments in general, and specifically in accounting environments, which are the field of study of this research. To this end, my research aims to answer the following question: What experiences are revealed by the experiences of transgender and transvestite people in Brazilian Accounting? Using Transfeminism (Jesus; Alves, 2012; Jesus et al. 2015; Nascimento, 2021) and Intersectionality (Akotirene, 2019; Carneiro, 2011; Collins; Bilge, 2021; Crenshaw, 1989, 2002; Gonzalez; 2020) as theoretical support, I aimed to problematise, based on the identification of experiences, the experiences of transgender and transvestite people in academic and business accounting environments in Brazil. The thesis is divided into three scientific articles. The research methodology is applied and is characterised, in terms of its objectives, as descriptive-exploratory in nature. I used a qualitative approach to discuss the problem. In article 1, I present a literacy course on gender diversity to be applied in accounting environments, both in the academic and organisational contexts. In article 2, I carry out an Integrative Literature Review to help compile the literature on the experiences of transgender and transvestite people in universities and companies. In article 3, I analyse semi-structured interviews with transgender and transvestite people, contributing to the reframing and construction of a place of belonging for non-cisgender, diverse people, and reflecting on how to make Brazilian academic and organisational accounting environments inclusive and welcoming. The interviews were transcribed using Reshape software and analysed using the Dialogic Thematic Analysis Technique by Silva and Borges (2017), with the presentation of themes, sub-themes and meaning maps according to the accounts shared by the people interviewed. As for the results, I observed that there is an oppressive movement of exclusion and expulsion of transgender and transvestite students and workers in academic and organisational environments, because they do not correspond to the cisnormativity present in these environments. One of the resources used by transgender and travestis people, especially female identities, to access these spaces, in an attempt to avoid suffering prejudice, is cisgender passability. In short, the people interviewed reported negative experiences when living in Brazilian accounting environments, both academic and organisational. For future studies, I see the importance of presenting gender identity categories in an expanded way in accounting research, including transgender people (binary and non-binary) and travestis, and no longer indiscriminately using the term "sex", which is often mistakenly used as a synonym for "gender". In addition, I see the need for accounting environments to (de)construct the oppressive behaviours that are rooted in Brazilian accounting culture, thinking about strategies for transgender and travestis people to access and remain in undergraduate, postgraduate and accounting organisations. |
Palabras clave: | Pessoas transgêneras Travestis Ambientes contábeis Vivências Brasil |
Área (s) del CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO::CIENCIAS CONTABEIS |
Tema: | Contabilidade |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis |
Cita: | CÍRICO, Juh. Vozes da resistência: vivências de pessoas transgêneras e travestis na contabilidade brasileira. 2024. 154 f. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) - Universidade Federal de Uberlândia, 2024. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.280 |
Identificador del documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.te.2024.280 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/41439 |
Fecha de defensa: | 8-abr-2024 |
Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS): | ODS::ODS 8. Trabalho decente e crescimento econômico - Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos. |
Aparece en las colecciones: | TESE - Ciências contábeis |
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