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ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-1683-2878
Tipo de documento: Trabalho de Conclusão de Residência
Tipo de acceso: Acesso Embargado
Fecha de embargo: 2026-02-08
Título: “Era só uma criança”: compreensões sobre a maternidade vivida antes dos 14 anos
Autor: Dias, Marina Abreu
Primer orientador: Hasse, Mariana
Primer miembro de la banca: Tachibana, Miriam
Segundo miembro de la banca: Bonati, Poliana Castro de Resende
Resumen: A gravidez e a maternidade de meninas menores de 14 anos evidenciam uma questão grave de saúde pública, por decorrerem sempre de uma violência presumida. As construções sobre a saúde e o cuidado e as compreensões sobre a infância e a adolescência se modificaram, ao longo do tempo, assim como os debates sobre violência sexual e consentimento. Por isso, compreende-se a relevância de estudos que identifiquem percepções das mulheres que tiveram filhos antes dos 14 anos sobre a gravidez e a maternidade, para ampliar o entendimento dos profissionais sobre a situação e qualificar a assistência. Assim, o objetivo deste estudo foi compreender como mulheres que atualmente têm mais de 18 anos, percebem a gravidez e a maternidade vividas antes dos 14 anos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e se caracteriza como uma pesquisa qualitativa. As participantes foram dez mulheres, maiores de 18 anos que passaram por uma ou mais gestações e tiveram seus filhos antes dos 14 anos. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo temático e temporal. As participantes foram mulheres entre 28 e 72 anos, que engravidaram entre os anos de 1964 e 2007. Atualmente, nenhuma delas está casada com o genitor dos filhos que tiveram antes dos 14 anos. A partir da análise de dados, foi possível identificar três categorias: 1) “Como se eu fosse uma mulher” – o contexto da gravidez, 2) “Parabéns, é uma menina” – os (des)cuidados em saúde, 3) “Muito pequena para dar conta” - repercussões das experiências. Inicialmente, observa-se que o contexto era de obrigatoriedade do casamento, após a descoberta da gravidez. Nas décadas seguintes, a rede de apoio auxiliou no cuidado da gravidez e da maternidade. Com avanço do feminismo, as meninas mães, a partir de 1980, começaram a identificar a gravidez como consequência de uma violência sexual. O acesso aos serviços de saúde era restrito e com o surgimento de políticas públicas, foi ampliado e priorizado a saúde materno-infantil. Porém, as especificidades da gravidez de meninas ainda não são cuidadas de modo integral, além de informações sobre prevenção, possibilidade de interrupção da gestação, vias de parto e amamentação não serem fornecidas. As experiências de violências repercutiram na maternidade, na relação consigo mesmo, no trabalho e no estudo, o que gerou consequências a curto e a longo prazo. Dessa forma, é necessário debates acerca da violência contra crianças e adolescentes e sobre a maternidade nesse período, a fim de ofertar proteção, cuidado e o desenvolvimento integral a essa população.
Abstract: Pregnancy and motherhood of girls under 14 years of age highlight a serious public health issue, as they always result from presumed violence. Constructions about health and care and understandings about childhood and adolescence have changed over time, as have debates about sexual violence and consent. Therefore, studies that identify the perceptions of women who had children before the age of 14 about pregnancy and motherhood are relevant to expand professionals' understanding of the situation and qualify assistance. Thus, the objective of this study was to understand how women who are currently over 18 years old perceive pregnancy and motherhood experienced before the age of 14. The research was approved by the Research Ethics Committee and is characterized as qualitative research. The participants were ten women, over 18 years of age, who had one or more pregnancies and had their children before the age of 14. Data were analyzed using thematic content analysis. The participants were women between 28 and 72 years old, who became pregnant between 1964 and 2007. Currently, none of them are married to the parent of the children they had before the age of 14. From the data analysis, it was possible to identify three categories: 1) “As if I were a woman” – the context of the pregnancy, 2) “Congratulations, it’s a girl” – the (lack of) health care, 3) “ Too small to handle it” - repercussions of the experiences. Initially, it is observed that the context was that marriage was mandatory after the pregnancy was discovered. In the following decades, the support network helped with pregnancy and maternity care. With the advancement of feminism, girl mothers, from 1980 onwards, began to identify pregnancy as a consequence of sexual violence. Access to health services was restricted and with the emergence of public policies, maternal and child health was expanded and prioritized. However, the specificities of girls' pregnancies are still not fully addressed, in addition to information on prevention, the possibility of terminating the pregnancy, modes of delivery and breastfeeding not being provided. Experiences of violence had an impact on motherhood, relationships with oneself, work and study, which generated short and long-term consequences. Therefore, debates are needed about violence against children and adolescents and about motherhood during this period, in order to offer protection, care and integral development to this population.
Palabras clave: Maternidade
Maternity
Saúde materno-infantil
Violência
Maternity
Maternal and child health
violence
Área (s) del CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Cita: DIAS, Marina Abreu. “Era só uma criança”: compreensões sobre a maternidade vivida antes dos 14 anos. 2024. 52 f. Trabalho de Conclusão de Residência (Residência em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2024.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/41416
Fecha de defensa: 8-feb-2024
Aparece en las colecciones:TCR - Ciências da Saúde

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