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Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: A Influência do Cristianismo na Filosofia de Jean-Jacques Rousseau
Título(s) alternativo(s): The Influence of Christianity on the Philosophy of Jean-Jacques Rousseau
Autor(es): Castro, Luciana Xavier de
Primeiro orientador: Almeida Júnior, José Benedito de
Primeiro membro da banca: Martins, Adriano Eurípedes Medeiros
Segundo membro da banca: Rezende, Angela Zamora Cilento de
Terceiro membro da banca: Guimarães, Ged
Quarto membro da banca: Pinto, Weiny César Freitas
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar a influência da religião na filosofia de Jean-Jacques Rousseau, especialmente, em seu pensamento moral, político e em suas reflexões sobre educação. Nossa pesquisa é fundamentada, principalmente, nas obras Emílio ou Da Educação, O Contrato Social e Cartas Escritas da Montanha, além de relevantes textos do nosso filósofo que abordam essa temática e de comentadores delas. Nesse contexto, primeiramente, definimos o cristianismo em Rousseau como teísmo cristão, cujo conceito é construído a partir da ideia de religião natural, que fundamenta sua crença em Deus, e que tem como princípio, a saber, os sentimentos naturais do homem, que são, a consciência e a razão; e, também, a revelação cristã. Dessa forma, defendemos que nosso filósofo era cristão, por, dentre outros motivos, acreditar na Bíblia como revelação divina. Porém, sua crença não dependia da intermediação proposta pelas instituições religiosas. Além disso, mesmo acreditando na autenticidade do Evangelho, não defendia que esse era necessário para a prática da fé e, nem mesmo, para revelar Deus aos homens. Por esse motivo, era um crítico das instituições religiosas. Assim, percebemos, também, que a religião, para ele, era necessária ao Estado moderno, entretanto, deveria se aproveitar dela apenas os princípios que conduziam os cidadãos a amarem as leis e a praticarem os preceitos de sociabilidade. Outrossim, deveria se extinguir, toda intolerância religiosa; e, manter, sobretudo, um Estado laico que garantia a liberdade de seus cidadãos, ao mesmo tempo em que privilegiava o culto verdadeiro ao ser divino. Diante disso, concluímos que a religião foi uma das principais bases da filosofia moral rousseauísta. Ademais, por ter apresentado uma expressão religiosa que lhe era muito particular, e por ter sido um crítico das instituições cristãs, além de ter exposto um modelo político que dava ênfase a soberania popular absoluta, entendemos que Rousseau foi vítima de intolerância e censura política e religiosa, tanto em Paris, quanto em Genebra, como é possível identificar nos textos que escreve em sua defesa. Sobre a república de Genebra, mesmo que evidenciasse, nas Cartas Escritas da Montanha, ser um crítico das instituições políticas da sua pátria e, ainda, do calvinismo genebrino, defendemos que sua obra política se inspirou, em certa medida, na constituição de Genebra, consequentemente, foi influenciado pelos princípios políticos protestantes, visto que, a Genebra que animou Rousseau, teve como um de seus principais legisladores o reformador João Calvino. Além do exposto, em suas reflexões sobre educação, sabemos que, o principal objetivo da formação humana era preservar a consciência da corrupção, através da educação negativa. Nesse sentido, entendemos que, o conceito de consciência em Rousseau tem inspiração religiosa, o que evidencia a ligação entre educação e religião. Por fim, a educação em Rousseau, preconizou uma preocupação em formar indivíduos tolerantes; posto que, a intolerância religiosa e civil, em sua concepção, poderia levar a destruição das sociedades, portanto era preciso ser extinguida.
Abstract: The objective of this research is to investigate the influence of religion on Jean-Jacques Rousseau's philosophy, especially on his moral and political thinking and on his reflections on education. Our research is based mainly on the works Emilio or Education, The Social Contract and Letters Written from the Mountain, as well as relevant texts by our philosopher that address this topic and their commentators. In this context, firstly, we define Christianity in Rousseau as Christian theism, whose concept is built from the idea of natural religion, which bases its belief in God, and which has as its principle, namely, man's natural feelings, which are, conscience and reason; and, also, Christian revelation. Thus, we argue that our philosopher was a Christian, for, among other reasons, he believed in the Bible as divine revelation. However, their belief did not depend on the intermediation proposed by religious institutions. Furthermore, even though he believed in the authenticity of the Gospel, he did not argue that it was necessary for the practice of faith or even to reveal God to men. For this reason, he was a critic of religious institutions. Thus, we also realized that religion, for him, was necessary for the modern State, however, only the principles that led citizens to love the laws and practice the precepts of sociability should benefit from it. Furthermore, all religious intolerance should be extinguished; and, above all, maintaining a secular State that guaranteed the freedom of its citizens, while at the same time privileging the true worship of the divine being. Given this, we conclude that religion was one of the main bases of Rousseau's moral philosophy. Furthermore, because he presented a religious expression that was very particular to him, and because he was a critic of Christian institutions, in addition to having exposed a political model that emphasized absolute popular sovereignty, we understand that Rousseau was a victim of intolerance and political censorship and religious, both in Paris and Geneva, as is possible to identify in the texts he writes in his defense. Regarding the republic of Geneva, even though he showed, in the Letters Written on the Mountain, that he was a critic of the political institutions of his homeland and, also, of Genevan Calvinism, we argue that his political work was inspired, to a certain extent, by the constitution of Geneva, consequently, it was influenced by Protestant political principles, since the Geneva that inspired Rousseau had the reformer John Calvin as one of its main legislators. In addition to the above, in his reflections on education, we know that the main objective of human formation was to preserve awareness of corruption, through negative education. In this sense, we understand that Rousseau's concept of conscience has religious inspiration, which highlights the connection between education and religion. Finally, Rousseau's education advocated a concern with forming tolerant individuals; Since, religious and civil intolerance, in his conception, could lead to the destruction of societies, therefore it needed to be extinguished.
Palavras-chave: Jean-Jacques Rousseau
Religion
Religião
Theism
Teísmo
Christianity
Cristianismo
Geneva
Genebra
Education
Educação
Tolerance
Tolerância
Intolerance
Intolerância
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Filosofia
Referência: CASTRO, Luciana Xavier de. A Influência do Cristianismo na Filosofia de Jean-Jacques Rousseau. 2023. 206 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.585
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.585
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/40991
Data de defesa: 29-Nov-2023
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS::ODS 4. Educação de qualidade - Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
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