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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/39803
ORCID: | http://orcid.org/0009-0006-4924-6118 |
Tipo do documento: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | Enantiodromia: Fundamentos filosóficos da Psicologia Analítica e oposições na estrutura da psique humana |
Título(s) alternativo(s): | Enantiodromia: Philosophical foundations of Analytical Psychology and oppositions in the structure of the human psyche. |
Autor(es): | Paula, Carlos Henrique Jesus de |
Primeiro orientador: | Almeida Júnior, José Benedito de |
Primeiro membro da banca: | Barreto, Paulo Irineu Fernandes |
Resumo: | Esse trabalho tem por objetivo apresentar as bases filosóficas presentes na psicologia analítica, ou do complexo (Silveira, 1981), de Carl Gustav Jung – médico psiquiatra – e suas demais alunas, esposas e amigos. Mais especificamente, fala-se do conceito de enantiodromia (Jung, 2015), termo muitas vezes associado a Jung, mas desenvolvido previamente na filosofia do pré-socrático Heráclito de Éfeso (Bornheim, 1998). Para Heráclito, toda força necessita de uma força oposta que a movimenta, tal qual o conhecido Yin Yang do taoísmo chinês, que indica como o mal possui o princípio do bem e o bem possui o princípio do mal (Jung, 2013, p. 136). Obviamente, tal comparação serve apenas para vias de ilustração quanto às proximidades de pensamento que há em diversas culturas para um mesmo fato observado, o que será devidamente explicado. Dito isso, a enantiodromia, além de ser tratada como um conceito filosófico, também é vista como um fenômeno. Este fenômeno, enquanto aquilo que pode ser observado e analisado por métodos científicos na natureza1, no presente trabalho gera indagações quanto ao limite concreto, porém também abstrato da enantiodromia enquanto conceito. De fato, tudo possui o seu contrário, extremidades que se transformam no devir, pois se reconhece o calor a partir do fato empírico de reconhecer o frio. Aquilo que há entre essas extremidades é chamado de devir, o processo de transformação de um estado ou forma para outro estado ou forma que são opostos. Ora, como se pode ver, as definições anteriores explicitam tal fenômeno em seu limite mais concreto, mais observável, por assim dizer. Mas, como disse o próprio Jung nas definições de sua obra Tipos Psicológicos, é necessário, para superar quaisquer inconvenientes da supervalorização da metodologia das ciências naturais, nos assegurarmos em conceitos muito precisos (Jung, 2015). No caso, não é uma crítica à ciência, mas à valorização do método científico como algo fixo. O paradigma científico pode e deve ser alterado na medida que novos problemas surgem (French, 2009). Portanto, meu trabalho está em abranger uma relação que se inicia pelo cunho teórico de Heráclito sobre a relação dos opostos e como se relaciona com os trabalhos de consultório de Jung. Se bem lembrarmos, Heráclito era conhecido como um filósofo da natureza, pois sua filosofia partia da observação em direção à ela. Dessa maneira, o trabalho será dividido em três capítulos. O primeiro, obviamente após a introdução do tema, falará sobre os conceitos do consciente e inconsciente na estrutura da psique humana, a definir aqui dois sujeitos do indivíduo humano. No segundo, serão compreendidos os núcleos da consciência e da inconsciência, conhecidos como ego e self, é importante separá-los, como será visto. No terceiro, os arquétipos mais profundos do inconsciente coletivo de Jung serão tratados, animus e anima, conhecidos pelas características masculinas e femininas determinadas pelo ser humano ocidental. Todos os capítulos estão ligados, de certo modo, pelo conceito de enantiodromia devido às altas camadas de oposição que existem além do que foi descrito aqui. Por fim, Jung diz, também em suas definições da obra Tipos Psicológicos, que a enantiodromia é um termo que ele utiliza a fim de designar oposições inconscientes ao decorrer do tempo (Jung, 2015). No caso, falo de ocorrências em que uma pessoa toma uma determinada posição ao longo de toda sua vida, mas inconscientemente se cria uma contraposição igualmente poderosa. Por exemplo, é dito por Jung que Nietzsche endeusava o artista alemão chamado Richard Wagner, mas ao se decepcionar com ele ao descobrir que era um antissemita, tomou uma posição completamente odiosa e repugnante contra, em uma posição extremamente oposta e muito repentina. Entretanto, esse trabalho deseja demonstrar como a enantiodromia permeia as obras de Jung além da forma como o psicoterapeuta indicava em 1921 – em partes –, ainda jovem, pois há oposições presentes nos conceitos conhecidos como consciente e inconsciente, ego e self, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo, anima e animus, dentre outros mais que não são apontados como enantiodromia diretamente, mas que são camadas de forças opostas da estrutura da psique que mantém um equilíbrio em seu pleno funcionamento do que consideramos a mente dos indivíduos humanos, homem e mulher. |
Abstract: | This work aims to present the philosophical bases showed in the analytical, or complex, psychology (Silveira, 1981), of Carl Gustav Jung – a psychiatric doctor – and his other students, wives and friends. More specifically, we talk about the concept of enantiodromia (Jung, 2015), a term often associated with Jung, but previously developed in the philosophy of the pre-Socratic Heraclitus of Ephesus (Bornheim, 1998). For Heraclitus, every force needs an opposing force that moves it, just like the well-known Yin Yang of Chinese Taoism, which indicates how evil has the principle of good and good has the principle of evil (Jung, 2013, p. 136). Obviously, such a comparison only serves to illustrate the proximity of thought that exists in different cultures for the same observed fact, which will be duly explained. That said, enantiodromia, in addition to being treated as a philosophical concept, is also seen as a phenomenon. This phenomenon, as something that can be observed and analyzed by scientific methods in nature2, in the present work generates questions regarding the concrete, but also abstract, limit of it as a concept. Now, in fact, everything has its opposite, extremities that transform into becoming, as heat is recognized from the empirical fact of recognizing cold. What exists between these extremities is called becoming, the process of transformation from one state or form to another state or form that is opposite. Now, as you can see, the previous definitions explain this phenomenon in its most concrete, most observable limit, so to speak. But, as Jung himself said in the definitions of his work Psychological Types, it is necessary, to overcome any drawbacks of the overvaluation of the methodology of natural sciences, to rely on very precise concepts (Jung, 2015, p. 385). In this case, it is not a criticism of science, but of the appreciation of the scientific method as something fixed. The scientific paradigm can and should be changed as new problems arise (French, 2009). Therefore, my work is to cover a relationship that begins with Heraclitus theoretical approach to the relationship of opposites and how it relates to Jung's office work. If we remember correctly, Heraclitus was known as a philosopher of nature, as his philosophy was based on its observation. Thus, the work will be divided into three chapters. The first, obviously after the introduction of the topic, will talk about the concepts of the conscious and unconscious in the structure of the human psyche, defining here two subjects of the human individual. In the second, the cores of consciousness and unconsciousness, known as ego and self, will be understood. It is important to separate them, as will be seen. In the third, the deepest archetypes of Jung's collective unconscious will be treated, animus and anima, known by the masculine and feminine characteristics determined by the Western human being. All chapters are linked, in a sense, by the concept of enantiodromia due to the high layers of opposition that exist beyond what has been described here. Finally, Jung says, also in his definitions in the work Psychological Types, that enantiodromia is a term he uses to designate unconscious oppositions to the course of time (Jung, 2015, p. 405). In this case, I am talking about occurrences in which a person takes a certain position throughout their life, but unconsciously creates an equally powerful opposition. For example, it is said by Jung that Nietzsche deified the German artist named Richard Wagner, but upon being disappointed in him upon discovering that he was an anti-Semite, he took a completely hateful and disgusting position against him, an extremely opposite and very sudden position. However, this work wishes to demonstrate how enantiodromia permeates Jung's works beyond the way the psychotherapist indicated in 1921, when he was still young, as there are oppositions present in the concepts known as conscious and unconscious, ego and self, personal unconscious and collective unconscious, anima and animus, among others that are not pointed out as enantiodromia directly, but are layers of opposing forces in the structure of the psyche that maintain a balance in its full functioning of what we consider the mind of human individuals, men and women. |
Palavras-chave: | Enantiodromia Consciente Conscious Inconsciente Unconscious Psicologia analítica Analytical psychology Psique Psyche |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Referência: | PAULA, Carlos Henrique Jesus de. Enantiodromia: Fundamentos filosóficos da Psicologia Analítica e oposições na estrutura da psique humana.. 2023. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Filosofia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/39803 |
Data de defesa: | 1-Dez-2023 |
Aparece nas coleções: | TCC - Filosofia |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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EnantiodromiaFundamentosFilosóficos.pdf | TCC - Carlos Henrique Jesus de Paula (Filosofia) - 11911FIL227 | 15.99 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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