Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/39329
ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-2729-1253
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Ensaios sobre determinantes da complexidade econômica em economias intensivas em recursos naturais
Título(s) alternativo(s): Essays on determinants of economic complexity in natural resource-intensive economies
Autor(es): Sousa, Rafael Moraes de
Primeiro orientador: Veríssimo, Michele Polline
Primeiro membro da banca: Vieira, Flávio Vilela
Segundo membro da banca: Giovanini, Adilson
Terceiro membro da banca: Mendonça, Talles Girardi de
Quarto membro da banca: Saiani, Carlos César Santejo
Resumo: A experiência das economias intensivas em recursos naturais com o crescimento econômico é notabilizada pela constante necessidade de superar desafios estruturais, sendo um dos principais entraves manifestado pela incapacidade em prover uma benéfica mudança de sua estrutura produtiva em favor da diversificação de suas atividades. Soma-se a isso, os desafios na busca de um nível de sofisticação produtiva compatível com uma trajetória sustentada de crescimento de longo prazo. Com essa problemática em perspectiva, a tese tem por objetivo investigar empiricamente elementos apontados como determinantes/estruturantes do contexto de sofisticação da estrutura produtiva, via abordagem instrumental e teórica da Complexidade Econômica, dando destaque aos elementos que favorecem ou dificultam a complexidade em economias baseadas em recursos naturais. Para esse propósito, a tese foi organizada em três ensaios que associam o padrão de especialização, medidas estruturais e relações espaciais ao processo de melhoria da complexidade econômica, perfazendo análises com enquadramento internacional para um conjunto de países selecionados, nacional para os estados brasileiros e subnacional para os municípios de São Paulo e Minas Gerais. Dessa forma, seguem como linha investigativa: 1) Os efeitos dos canais condicionantes de uma estrutura produtiva e exportadora baseada em recursos naturais sobre a complexidade econômica; 2) A concentração das exportações em recursos naturais como possíveis obstáculos de sofisticação produtiva; e 3) As interações de proximidade espacial da sofisticação produtiva. O primeiro ensaio aborda as características condicionantes da estrutura produtiva e do padrão de especialização em um contexto de longo prazo. Por meio da complementariedade entre as premissas teóricas da Complexidade Econômica e da literatura da Maldição dos Recursos Naturais (MRN), o ensaio associa os canais de instabilidade (volatilidade cambial) e estrutura institucional (qualidade das instituições) para verificar os efeitos de longo prazo nos Indicadores de Complexidade Econômica (ECI), tomado como proxy do desenvolvimento das capacidades locais que resultam em diversificação e na sofisticação da estrutura produtiva e exportadora. Para tanto, foi empregada análise de cointegração para dados em painel (PMG) estruturados em uma amostra de 54 países, com distintos níveis de desenvolvimento econômico, bem como selecionados também a partir de um critério baseado em sua estrutura exportadora, no período de 1995 a 2018. O procedimento econométrico percorreu a investigação dos efeitos da volatilidade da taxa de câmbio real efetiva e da qualidade institucional sobre o grau de complexidade econômica que um país consegue atingir. Os resultados indicam a influência que os dois canais testados exercem sobre a complexidade econômica dos países, em especial, naqueles com predominância exportadora de produtos primários e manufaturas baseados em recursos naturais. O segundo ensaio analisa os fatores determinantes/estruturais da sofisticação produtiva no Brasil, com uma abordagem para a dinâmica da complexidade econômica nos estados brasileiros, destacando, sobretudo, os efeitos da concentração em recursos naturais na sofisticação produtiva e exportadora. Por se basear em uma perspectiva de longo prazo, de modo análogo ao ensaio 1, foram aplicados modelos de cointegração para dados em painel (PMG) com as 27 unidades federativas do Brasil, no período de 2002 a 2017, cuja finalidade consiste que os resultados do fator de especialização (concentração dos recursos naturais na pauta exportadora) e dos fatores estruturais (infraestrutura, capital humano, diversidade produtiva, renda, abertura comercial) representem relações de longo prazo. Os resultados expressam que a especialização em produtos primários, manufaturas baseadas em recursos naturais e na indústria de baixa intensidade tecnológica revela ter pouco êxito no processo de sofisticação, de modo a insistência nesse padrão pode aprofundar o cenário de armadilha da baixa complexidade. Em sequência, o terceiro ensaio investiga a hipótese de beneficiamento espacial da complexidade das atividades e produtos nos municípios dos estados de São Paulo e Minas Gerais, escolhidos como exemplo de locais com maior e menor complexidade econômica, respectivamente. Supõe-se que a proximidade com regiões mais complexas desencadeia uma relação de transbordamento positivo, resultante da aquisição e acumulação das capabilities non-tradeable (desenvolvidas localmente), especialmente, nas regiões com maior diversidade produtiva (metropolitanas e com dinâmicas econômicas mais intensas). A metodologia utilizada envolve a mensuração do Indicador de Complexidade Econômica (ECI) para todos os municípios de São Paulo e Minas Gerais; a aferição do I de Moran e do Local Indicator of Spatial Association (LISA); e a estimação de regressões espaciais baseadas em Modelos de Dependência Espacial de Alcance Global (MEAG). Os resultados confirmam a existência de relações de dependência espacial da complexidade das atividades e revelam que o processo de sofisticação da estrutura produtiva possui um componente espacialmente dependente, indicando que as relações de vizinhança nos municípios de São Paulo e Minas Gerais são relevantes. Além disso, o tipo de especialização regional é um fator significativo no processo de formação dos clusters de complexidade.
Abstract: The experience of natural resources-based economies with economic growth is notable for the constant need to overcome structural challenges, one of the main obstacles manifested by the inability to provide a beneficial change in their productive structure in favor of their activities diversification. Added to this are the challenges in seeking a level of productive sophistication compatible with a sustained trajectory of long-run growth. With this issue in perspective, this thesis aims to empirically investigate elements identified as determining/structuring within a context of the productive structure sophistication, via an instrumental and theoretical approach of Economic Complexity, highlighting the elements that favor or frustrate the complexity economy in natural resource-based economies. For this purpose, the thesis was organized into three essays, which associate specialization pattern, structural measures and spatial relationships with the process of improving economic complexity, performing analyzes with an international framework for a set of selected countries, national for the Brazilian states and subnational for the municipalities of São Paulo and Minas Gerais. In this way, they follow as an investigative line: 1) The effects of the conditioning channels of a productive and exporting structure based on natural resources on the economic complexity; 2) The concentration of natural resources exports as possible obstacles to productive sophistication; and 3) The spatial proximity interactions of productive sophistication. The first essay deals with the conditioning characteristics of the productive structure and the specialization pattern in a long-run context. Through the complementarity between the theoretical assumptions of Economic Complexity and the Curse of Natural Resources (MRN) literature, the essay associates the channels of instability (exchange rate volatility) and institutional structure (quality of institutions) to verify the long-run effects on the Indicators of Economic Complexity (ECI), taken as a proxy for the development of local capabilities that result in diversification and sophistication of the production and export structure. For that, it uses a cointegration analysis for panel data (PMG) structured on a sample of 54 countries, with different levels of economic development, as well as selected based on a criterion based on their export structure, in the period of 1995 to 2018. The econometric procedure covered the investigation of the effects of the volatility of the real effective exchange rate and institutional quality on the degree of economic complexity that a country can reach. The results indicate the influence that the two tested channels exert on the economic complexity of the countries, in particular, on those with a predominance of exports of primary products and manufactures based on natural resources. The second essay analyzes the determining/structural factors of productive sophistication in Brazil, with an approach to the dynamics of economic complexity in the states, highlighting, above all, the effects of concentration in natural resources on the country's productive and export sophistication. Because it is based on a long-run perspective, similarly to test 1, cointegration models for panel data (PMG) were applied with the 27 Federative Units of Brazil, in the period from 2002 to 2017, whose purpose is that the results the specialization factor (concentration of natural resources in the export basket) and the structural factors (infrastructure, human capital, diversity, income, trade opening) represent long-run relationships. The results show that specialization in primary products, manufacturing based on natural resources and low-tech industry proved to be unsuccessful in the sophistication process, so insistence on this pattern could deepen a low-complexity trap scenario. In sequence, third essay investigates the hypothesis of spatial improvement of the complexity of activities and products in the municipalities of São Paulo and Minas Gerais states, which were taken as an example of places with greater and lesser economic complexity, respectively. It is assumed that proximity to more complex regions triggers a positive overflow relationship, resulting from the acquisition and accumulation of non-tradeable capabilities (locally developed), especially in regions with greater productive diversity (metropolitan and with more intense economic dynamics). The methodology involves measuring the Economic Complexity Indicator (ECI) for all São Paulo and Minas Gerais municipalities; Moran's I and the Local Indicator of Spatial Association (LISA); and estimation of spatial regressions based on Global Scope Spatial Dependency Models (MEAG). The results confirm the existence of spatial dependence relations on activities complexity and reveal that the productive structure sophistication process has a spatially dependent component, indicating that neighborhood relations in São Paulo and Minas Gerais municipalities are relevant. Furthermore, the regional specialization pattern is a significant factor in the formation process of complexity clusters.
Palavras-chave: Complexidade econômica
Recursos naturais
Especialização
Proximidade espacial
Sofisticação
Economic complexity
Natural resources
Specialization
Sophistication
Spatial proximity
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
Assunto: Economia
Recursos naturais e estudos ambientais
Economia ambiental
Econometria espacial
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Economia
Referência: SOUSA, Rafael Moraes de. Ensaios sobre determinantes da complexidade econômica em economias intensivas em recursos naturais. 2023. 147 f. Tese (Doutorado em Economia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.527.
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.527
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/39329
Data de defesa: 20-Set-2023
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