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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/38719
ORCID: | http://orcid.org/0000-0003-2293-1669 |
Tipo do documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | Crônicas de um verão: um estudo da escrita de Marguerite Duras em O verão de 80 |
Título(s) alternativo(s): | Chroniques d'un été: une étude de l'écriture de Marguerite Duras en L’Été 80 |
Autor(es): | Quillici, Mariana Bisaio |
Primeiro orientador: | Soares, Leonardo Francisco |
Primeiro membro da banca: | Jesus, André Luís Gomes de |
Segundo membro da banca: | Lopes, Luiz Carlos Gonçalves |
Terceiro membro da banca: | Ferreira, Carolina Duarte Damasceno |
Quarto membro da banca: | Andrade, Paulo Fonseca |
Resumo: | Nos últimos anos, o estudo sobre a memória na literatura tornou-serecorrente nas mais diversas pesquisas. Inúmeros escritores e pesquisadores têm se voltado para um modo de investigação de fragmentos de memórias que ficam guardados no homem e que aparecem revivendo, redescobrindo e recriando momentos. A obra de Marguerite Duras também apresenta esse movimento, além disso, traduz emoções vividasque, muitas vezes, são transformadas em novos sentimentos, novas experiências, novas texturas: a página escrita, a imagem na tela, a voz no palco. Nesse sentido, entendemos que a poética da obra durassiana advém de suas memórias, sempre revisitadas insistentemente em sua produção. Assim, espaços, personagens e acontecimentos são fruto da vivência e das memórias da escritora os quais (re)aparecem em sua escrita, em seu cinema e em seu teatro, em um exercício que conta e reconta “de novo”, como diz a voz narrativa em O Amante (1985, p. 8). Essa repetição e/em diferença tece uma trama repleta de vozes provenientes de outros textos, outras memórias e outras linguagens. Precisamente, esta pesquisa volta-se para o livro O verão de 80,composto de dez crônicas, publicadas pela primeira vez no jornal Libération e, em seguida, organizadas em livro. Lê-se, aqui, a publicação dessas crônicas como um microcosmos do processo de escrita durassiana. Trata-se de textos breves que, em virtude do gênero, poderiam ser entendidos como simples e descartáveis onde encontramos a escrita que busca, na memória de Marguerite Duras, as questões que serão transformadas em literatura. Nesse processo, percebe-se a relação que a autora estabelece entre o passado e a composição de um presente que dialoga com os elementos espaço-temporais e com a construção de personagens que atuarão no espaço narrativo. Com base nessa leitura, apresentamos uma proposta de estudo que relaciona aspectos do gênero crônica com a escrita durassiana. O texto da tese é organizado em cinco partes e,na primeira, a introdução, falo da relação com a própria pesquisa e dos efeitos da escrita durassiana em mim como pesquisadora. Em “Crônicas: em busca de uma possível definição”, são discutidas, com base em teóricos, como: Antônio Candido (1989), David Arrigucci Jr. (1987), Alana de O Freitas EL Fahl (2013), Caroline Valada Becker (2013) e Luiza Alvim (2008), questões referentes ao gênero crônica, a fim de buscar uma definição que abarque seu surgimento, seu desenvolvimento e sua abordagem hoje, o que dialoga também com as palavras de Marguerite Duras no prefácio de Outside: notas à margem (1983). No capítulo “Marguerite Duras, a vida escrita”, lançamos nosso olhar para a vida e a escrita de Marguerite Duras que foram complementares, com o propósito de discutir aspectos da escrita durassiana fundamentais para a construção de sentido de seus textos; para essa discussão, recorremos aos comentadores da obra de Duras, tais como, Andréa Correa Paraiso (2002), Cleonice Paes Barreto Mourão (1988), Lucia Castello Branco (1990), Maria Cristina Vianna Kuntz (2014) e Paulo de Andrade (2005). Na sequência, em “O verão de 80, crônicas do extravio”, a partir dos autores que exploraram aspectos da escrita de Marguerite Duras, a exemplo de: Ana Paula Coutinho (2015), Daniela Rezende Starling (2009), Maria Silvia Antunes Furtado (2014) e Luciana Silviano Brandão Lopes (2016), interpretamos as crônicas de forma a compreendê-las com base em questões que as constituem e que são responsáveis por sua construção literária. Por fim, em “Reflexões”, retomamos alguns pontos de nossa escrita, abrindo possibilidade de novos estudos. |
Abstract: | Ces dernières années, l'étude de la mémoire dans la littérature est devenue récurrente dans diverses recherches. D'innombrables écrivains et chercheurs se sont tournés vers une manière d'enquêter sur des fragments de mémoireconservés dans l'être humain et qui semblent revivre, redécouvrir et recréer des moments. L'œuvre de Marguerite Duras introduit également ce mouvement et traduit également des émotions vécues qui se transforment souvent en nouveaux sentiments, nouvelles expériences, nouvelles textures: la page écrite, l'image à l'écran, la voix sur scène. En ce sens, on comprend que la poétique de l'œuvre durassienne vient de ses mémoires, toujours revisitées avec insistance dans sa production.Ainsi, les espaces, les personnages et les événements sont le résultat de l'expérience et des mémoires de l'écrivain qui (ré) apparaissent dans son écriture, dans son cinéma et dans son théâtre, pour un exercice qui compte et raconte encore, comme le dit la voix narrative dansL’Amant (1985, p. 8). Cette répétition et / dans la différence tisse une trame pleine de voix provenant d'autres textes, d'autres mémoires et d'autres langues. Précisément, cette recherche se tourne vers L'Été 80, constitué de dix chroniques, d'abord publié dans le journal Libération, puis organisé en livre.La publication de ces chroniques est lue ici comme un microcosme du processus d'écriture durassien. Ce sont des textes brefs qui, en raison du genre, pourraient être compris comme simples et jetables où l'on retrouve l'écriture qui cherche, dans la mémoire de Marguerite Duras, les enjeux qui seront transformés en littérature. Dans ce processus, nous pouvons voir la relation que l'auteur établit entre le passé et la composition d'un présent qui dialogue avec les éléments spatio-temporels et avec la construction de personnages qui agiront dans l'espace narratif. Sur la base de cette lecture, nous présentons une proposition d'étude qui relie des aspects de la chronique, comme genre littéraire, à l'écriture durassienne.Le texte de cette thèse est organisé en cinq parties.Dans la première, « Introdução », je parle de ma relation avec la recherche et les effets de l'écriture durassienne sur moi en tant que chercheuse.Dans « Crônicas: em busca de uma possível definição », sont discutées des questions liées à la chronique comme genre littéraire – sur la base de théoriciens comme : Antônio Candido (1989), David Arrigucci Jr. (1987), Alana de O. Freitas EL Fahl (2013), Caroline Valada Becker (2013) e Luiza Alvim (2008) – afin de chercher une définition qui embrasse son émergence, son développement et son approche aujourd'hui, qui dialogue également avec les mots de Marguerite Duras dans la préface deOutside : papiers d'un jour (1983).Dans le chapitre «Marguerite Duras, a vida escrita », nous regardons la vie et l'écriture de Marguerite Duras qui étaient complémentaires, dans le but de discuter des aspects de l'écriture durassienne qui sont fondamentaux pour la construction du sens dans ses textes. Pour cette discussion, nous nous tournons vers les commentateurs du travail de Duras, tels que Andréa Correa Paraiso (2002), Cleonice Paes Barreto Mourão (1988), Lucia Castello Branco (1990), Maria Cristina Vianna Kuntz (2014) e Paulo de Andrade (2005). À la suite, dans «O verão de 80, crônicas do extravio», à partir des auteurs qui ont exploré des aspects de l'écriture de Marguerite Duras, tels que: Ana Paula Coutinho (2015), Daniela Rezende Starling (2009), Maria Silvia Antunes Furtado (2014) e Luciana Silviano Brandão Lopes (2016), nous interprétons les chroniques afin de les comprendre à partir des enjeux que les constituent et qui sont responsables de leur construction littéraire. Enfin, dans «Reflexões», nous revenons sur certains points de cette thèse, ouvrant des possibilités de poursuivre les études. |
Palavras-chave: | Marguerite Duras Littérature O verão de 80 L'Été 80 Crônica Chronique Memória Mémoire Escrita Écriture Literatura |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA |
Assunto: | Literatura Duras, Marguerite, 1914-1996 - Crítica e interpretação Literatura francesa - Crônicas Memória na literatura Escritoras francesas |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Estudos Literários |
Referência: | QUILLICI, Mariana Bisaio. Crônicas de um verão: um estudo da escrita de Marguerite Duras em O verão de 80. 2020. 120 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.388. |
Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.388 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/38719 |
Data de defesa: | 18-Fev-2020 |
Aparece nas coleções: | TESE - Estudos Literários |
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