Please use this identifier to cite or link to this item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/37603
ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-3678-3217
Document type: Tese
Access type: Acesso Aberto
Title: Poética da solidão para além de Cem Anos em Gabriel García Márquez
Alternate title (s): Poetics of solitude beyond One Hundred Years in Gabriel García Márquez
Author: Santos, George Lima dos
First Advisor: Gama-Khalil, Marisa Martins
First member of the Committee: Milanez, Nilton
Second member of the Committee: Coito, Roselene de Fatima
Third member of the Committee: Soares, Leonardo Francisco
Fourth member of the Committee: Vianna, Cintia Camargo
Summary: A presente tese tem como objetivo vislumbrar uma poética da solidão a partir da análise de três romances do escritor colombiano Gabriel García Márquez, a saber, Cem anos de solidão (1967), O general em seu labirinto (1989) e O outono de um patriarca (1975), considerando o movimento centrípeto das obras, a disposição dos seus respectivos enredos e a formação discursiva por trás dessa disposição. Esse intuito nasce da hipótese elaborada por Mario Vargas Llosa (2007), em seu ensaio “Cien años de soledad: realidad total, novela total”, de que Cem anos de solidão é um romance total, noção a partir da qual teoriza que essa obra absorve retrospectivamente os estágios anteriores da realidade fictícia elaborada pelo seu autor, isto é, elementos fictícios das obras anteriores. Todavia, para além dessa teorização, ao se observar a recorrência da solidão como tema nos romances do escritor colombiano, vê-se que Cem anos de solidão não somente é um romance total por retomar retrospectivamente elementos de outras obras, mas, sobretudo, por materializar modus operandi pelos quais a solidão se manifesta em romances que foram escritos inclusive depois. A concepção de poética utilizada para entendermos de que modo ocorre essa regularidade foi teorizada por Tzvetan Todorov (1976) ao compreender por esse termo as estruturas abstratas (literariedade) que tornam a literatura possível. A análise desses três romances se dá por materializarem temática política, partindo da hipótese de que esse âmbito social tematizado é um fenômeno sócio-histórico que, nesse aspecto, estabelece condições também para compreendermos a recorrência da solidão na obra de García Márquez. Assim sendo, a tese de que as obras analisadas fazem parte de uma poética da solidão é dada a ver a partir da operação de alguns procedimentos teórico-metodológicos que permitem observar constâncias de um romance a outro: a princípio, aponta-se para o lugar aonde vai a literatura, considerando os jogos de linguagem na construção do simulacro da solidão; em seguida, analisa-se o modo pelo qual a temática política ganha formato na organização do enredo dos romances; por fim, compreende-se as formações discursivas que regem a disposição dos fatos narrados, que, dessa forma, justificam o modo solitário de suas respectivas fábulas. Para fundamentarmos teoricamente as considerações sobre essa poética da solidão, foram utilizadas as reflexões de Maurice Blanchot (2005, 2011) e Michel Foucault (2000) sobre o movimento realizado pela literatura à medida que põe em jogo seu ser de linguagem e opera um simulacro. Foi utilizada também a noção de “temática” teorizada pelo formalista russo Boris Tomachevski (2013), posto que sua complexa relação com a “fábula” e o “enredo” permite descrever o projeto literário a partir do que é narrado e seu modo de narrar. Além disso, o conceito de “formação discursiva” teorizado por Michel Foucault (2013b) se mostrou pertinente na compreensão das regras de formação que justificam a organização da narrativa. Portanto, a construção de uma poética da solidão para além de Cem anos de solidão mostra sua coerência a partir do labor com a palavra, da organização da narrativa e pelo pano de fundo discursivo.
Abstract: La presente tesis tiene como objetivo vislumbrar una poética de la soledad a partir del análisis de tres romances del escritor colombiano Gabriel García Márquez, a saber, Cien años de soledad (1967), El general en su laberinto (1989) y El otoño del patriarca (1975), considerando el movimiento centrípeto de las obras, la disposición de sus respectivos enredos y la formación discursiva por tras de esa disposición. Ese intuito nace de la hipótesis elaborada por Mario Vargas Llosa (2007), en su ensayo “Cien años de soledad: realidad total, novela total”, de que Cien años de soledad es un romance total, idea a partir de la cual teoriza que esa obra absorbe retrospectivamente las etapas anteriores de la realidad ficticia elaborada por su autor, o sea, elementos ficticios de las obras anteriores. Todavía, más allá de esa teorización, al observar la recurrencia de la soledad como tema en los romances del escritor colombiano, nota se que Cien años de soledad no es apenas un romance total por retomar retrospectivamente elementos de otras obras, además por materializar el modus operandi dónde la soledad se manifiesta en romances que fueron escritos después. La concepción de poética utilizada para entendernos de qué modo ocurre esa regularidad fue teorizada por Tzvetan Todorov (1976) al comprender por ese termo las estructuras abstractas (literalidades) que tornan la literatura posible. El análisis de los tres romances se da por materializaren temática política, partiendo de la hipótesis de que ese ámbito social tematizado es un fenómeno socio-histórico que, en ese aspecto, establece requisitos para comprendernos también la recurrencia de la soledad en la obra de García Márquez. Por consiguiente, la tesis de que las obras analizadas forman parte de una poética de la soledad dada a partir de la operación de algunos procedimientos teórico-metodológicos que permiten observar constancias de un romance a otro: a principio, apunta para el lugar dónde va la literatura, considerando los juegos de lenguaje en la construcción del simulacro de la soledad; posteriormente se analiza el modo por lo cual la temática política gana formato en la organización del argumento de los romances; por fin, se comprende las formaciones discursivas que rigen la disposición de los hechos narrados, que, así, justifican el modo solitario de sus respectivas fábulas. Para fundamentarnos teóricamente las consideraciones sobre esa poética de la soledad, fueron utilizadas las reflexiones de Maurice Blanchot (2005, 2011) y Michel Foucault (2000) acerca del movimiento realizado por la literatura a medida que pone en juego su ser de lenguaje y opera un simulacro. Fue utilizada también la noción de “temática” teorizada por lo formalista ruso Boris Tomachevski (2013), puesto que su compleja relación con la “fábula” y el “argumento” permite describir el proyecto literario a partir de lo que es narrado y su manera de narrar. Además, el concepto de “formación discursiva” teorizado por Michel Foucault (2013b) se mostró pertinente en la compresión de las reglas de formación que justifican la organización de la narrativa. Por tanto, la construcción de una poética de la soledad aparte de Cien años de soledad muestra su coherencia a partir del trabajo con la palabra, de la organización de la narrativa y por el telón de fondo discursivo.
Keywords: Solidão
Solitude
Gabriel García Márquez
Gabriel García Márquez
Poética
Poetic
Discurso Político
Political Discourse
Temática
Thematic
Area (s) of CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA
Subject: Literatura
Language: por
Country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Uberlândia
Program: Programa de Pós-graduação em Estudos Literários
Quote: SANTOS, George Lima dos. Poética da solidão para além de Cem Anos em Gabriel García Márquez. 2023. 160 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.158.
Document identifier: https://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.158
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/37603
Date of defense: 6-Mar-2023
Appears in Collections:TESE - Estudos Literários

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