Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/35201
ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-9148-9563
Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Embargado
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United States
Término do embargo: 2024-10-06
Título: Estudo sobre as relações entre a fenomenologia e a gestalt-terapia: contexto, aparições terminológicas e sentidos entrelaçados
Título(s) alternativo(s): Study on the relationship between phenomenology and gestalt-therapy: context, terminological appearances and intertwined meanings
Autor(es): Almeida, Josiane Maria Tiago de
Primeiro orientador: Goto, Tommy Akira
Primeiro membro da banca: Holanda, Adriano Furtado
Segundo membro da banca: Branco, Paulo Coelho Castelo
Resumo: O objetivo desse estudo foi investigar a contribuição da Fenomenologia de Edmund Husserl na constituição da Gestalt-terapia, pela análise da obra gestáltica, publicada em 1951, “Gestalt-terapia” (Gestalt Therapy: Excitement and Growth in The Human Personality), escrita por Frederick Perls (1893-1970), Ralph Hefferline (1910-1974) e Paul Goodman (1911-1972). No primeiro capítulo, descrevemos historicamente a aproximação entre a abordagem gestáltica e a filosofia husserliana até a escrita da obra, analisando três períodos: 1) Fritz Perls e influências em solo europeu; 2) fundação da Gestalt-terapia em solo estadunidense; e 3) Gestalt-terapia e conexões com a Psicologia Humanista. O método utilizado foi a pesquisa qualitativa conforme formulada por Lima e Mioto (2007). Verificamos três teorias mais relevantes na constituição epistemológica gestáltica no período europeu: Psicanálise, Teoria Organísmica e Gestaltheorie. Quanto à fenomenologia, Laura Perls e Paul Goodman relatam contato com alguns autores e com a obra ‘Ideias’ de Husserl, sem especificar a profundidade de seus estudos. Em relação às conexões gestálticas com abordagens humanistas e possível influência fenomenológica, verificamos que houve um paralelismo de interesses, sem aprofundamento em relação à Fenomenologia. Concluímos que não houve aproximação significativa conceitual dos teóricos da Gestalt-terapia em relação à filosofia fenomenológica até a publicação da obra ‘Gestalt-terapia’ que justificasse afirmá-la como uma influência teórica de base. No segundo capítulo, investigamos a influência da filosofia fenomenológica na elaboração da obra “Gestalt-terapia”, a partir dos sentidos citados e explicitados literalmente pelos autores. O método foi a historiografia de Joseph Brožek (1998), organizada a partir da pesquisa bibliográfica de Lima e Mioto (2007). Analisamos as citações dos termos “fenomenologia” e derivados, e nomes de autores ligados à filosofia fenomenológica. Destacamos os principais sentidos: 1) Postulado de consciência (awareness) enquanto processo onde a fenomenologia serviria à descrição de sua manifestação e funcionamento. 2) Ênfase no sujeito que experiencia como criador de sua própria realidade e na fenomenologia como ferramenta na descrição da experiência consciente. 3) Proposição da Gestalt-terapia como teoria científica alternativa ao modelo de ciência positivista e causal, utilizando como fundamento a fenomenologia. Por fim, no último capítulo, discutimos a correspondência entre os sentidos ‘gestálticos’ da Fenomenologia encontrados no capítulo anterior e seus sentidos originários, realizando uma leitura conceitual-interpretativa (Lima e Mioto, 2007). Em relação ao primeiro sentido, embora se afaste da noção de consciência psicanalítica, não há uma aproximação do conceito de awareness com aquele de consciência fenomenológica em Husserl. Em relação à Fenomenologia como recurso descritivo, identificamos diferenças significativas entre a “descrição fenomenológica” e a “descrição gestáltica”. Por fim, em relação ao modelo de ciência, observamos distinções em relação ao direcionamento que cada uma daquelas teorias necessita para embasar seu conjunto teórico. Identificamos, por fim, uma possível influência do Pragmatismo e do Funcionalismo nos conceitos gestálticos de “consciência” e “experiência”, mais significativa que a convencional atribuída à Fenomenologia. Finalmente, efetuando uma equivalência entre os sentidos gestálticos da Fenomenologia e seus sentidos originários concluímos que não há indícios claros e evidentes que indiquem que a Fenomenologia husserliana tenha sido epistemológica e metodologicamente utilizada na escrita da obra “Gestalt-terapia”.
Abstract: The aim of this study was to investigate the contribution of Edmund Husserl's Phenomenology in the constitution of Gestalt-therapy, through the analysis of the gestalt work, published in 1951, "Gestalt-therapy" (Gestalt Therapy: Excitement and Growth in The Human Personality), written by Frederick Perls (1893-1970), Ralph Hefferline (1910-1974) and Paul Goodman (1911-1972). In the first chapter, we historically describe the approximation between the Gestalt approach and Husserlian philosophy analyzing three periods: 1) Fritz Perls and influences on European soil; 2) foundation of Gestalt-therapy on American soil; 3) Gestalt-therapy and connections with Humanistic Psychology. The method used was qualitative research as formulated by Lima and Mioto (2007). We verified three most relevant theories in the Gestalt epistemological constitution in the European period: Psychoanalysis, Organismic Theory and Gestaltheorie. About the phenomenology, Laura Perls and Paul Goodman report contact with some authors and with Husserl's work 'Ideas', without specifying the depth of their studies. Regarding the gestalt connections with humanist approaches and possible phenomenological influence, we verified that there was a parallelism of interests, without deepening in relation to Phenomenology. We conclude that there was no significant conceptual approximation of Gestalt-therapy theorists in relation to phenomenological philosophy until the publication of the work 'Gestalt-therapy' that justified affirming it as a basic theoretical influence. In the second chapter, we investigate the influence of phenomenological philosophy in the elaboration of the work “Gestalt-therapy”, from the meanings mentioned and explained literally by the authors. The method was the historiography of Joseph Brožek (1998), organized from the bibliographic research of Lima and Mioto (2007). We analyzed the citations of the terms “phenomenology” and derivatives, and names of authors linked to phenomenological philosophy. We highlight the main meanings: 1) Postulate of consciousness (awareness) as a process where phenomenology would serve to describe its manifestation and functioning. 2) Emphasis on the experiencing subject as the creator of his own reality and on phenomenology as a tool in the description of conscious experience. 3) Proposition of Gestalt-therapy as an alternative scientific theory to the positivist and causal science model, using phenomenology as a foundation. Finally, in the last chapter, we discuss the correspondence between the 'gestalt' meanings of Phenomenology found in the previous chapter and its original meanings, carrying out a conceptual-interpretative reading (Lima and Mioto, 2007). Regarding the first sense, although it moves away from the notion of psychoanalytic consciousness, there is no approximation of the concept of awareness with that of phenomenological consciousness in Husserl. Regarding Phenomenology as a descriptive resource, we identified significant differences between “phenomenological description” and “gestalt description”. Finally, in relation to the science model, we observe distinctions in relation to the direction that each one of those theories needs to base its theoretical set. Finally, we identified a possible influence of Pragmatism and Functionalism on the Gestalt concepts of “consciousness” and “experience”, more significant than the conventional one attributed to Phenomenology. Finally, making an equivalence between the gestalt senses of Phenomenology and its original senses, we conclude that there is no clear and evident evidence that indicates that Husserlian Phenomenology has been epistemologically and methodologically used in the writing of the work “Gestalt-therapy”.
Palavras-chave: Gestalt-terapia
Gestalt-therapy
Fenomenologia
Phenomenology
Husserl
Husserl
Epistemologia
Epistemology
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Referência: ALMEIDA, Josiane Maria Tiago de. Estudo sobre as relações entre a Fenomenologia e a Gestalt-terapia: contexto, aparições terminológicas e sentidos entrelaçados. 2022. 160 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal de Uberlândia, 2022. http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5041
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5041
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/35201
Data de defesa: 12-Mai-2022
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