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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/35166
Tipo do documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | A participação do "Grupo Cogna Educação" na financeirização da Educação Básica do Brasil |
Título(s) alternativo(s): | The participation of the "Grupo Cogna Educação" in the financialization of Basic Education in Brazil |
Autor(es): | Almeida, Carolina Rezende de |
Primeiro orientador: | Previtali, Fabiane Santana |
Primeiro membro da banca: | Catani, Afrânio Mendes |
Segundo membro da banca: | Morais, Sérgio Paulo |
Resumo: | O Grupo Cogna Educação (antiga Kroton) é conhecido por fazer parte do oligopólio no segmento do ensino superior, alcançado por meio de uma política agressiva de compras e fusões. Esse conglomerado de empresas se fez possível, em larga medida, graças à parceria pública financiada, principalmente pelo FIES - Fundo de Financiamento Estudantil e Prouni – Programa Universidade para Todos. O auge da quantidade de contratos do FIES foi o ano de 2014. No entanto, com a implementação de novas regras do Programa (mudanças do prazo de carência e nas taxas de juros), o grupo Cogna passou a ver sua receita oriunda do ensino superior em queda a partir do ano de 2016. Também contribuíram para este cenário outros fatores como a negativa do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em aprovar uma das tantas fusões propostas pela Cogna, desta vez com a Estácio de Sá. Diante deste cenário, e da volatilidade do ensino superior privado, o grupo Cogna dirigiu seus investimentos para outros mercados. Em 2018 o grupo adquiriu a Somos Educação, empresa líder na educação básica, tanto pela quantidade de escolas próprias direcionadas ao ensino básico privado quanto pelas editoras que atendem ao PNLD – Programa Nacional do Livro Didático (Ática, Scipione e Saraiva). Além disso, a Cogna promoveu uma reestruturação, em 2019, visando o direcionamento dos negócios. Após ter crescido vertiginosamente no ensino superior privado, a empresa se estruturou para a manutenção nesse setor e intensificou sua atuação no ensino básico privado e público, incrementando e diversificando suas receitas. No ensino básico público o grupo Cogna atua por meio do PNLD e pela venda de serviços com Sistemas de Gestão. E no ensino básico privado o grupo atua na venda de livros, material didático/apostilas e na prestação de serviços de plataformas, sistemas de ensino e gestão e cursos de línguas. O processo de financeirização, percebido no ensino superior e agora no ensino básico, se apresenta em escala global e tem como consequência a ampliação do capital monetário e o acúmulo de recursos, por meio da rentabilidade do capital, tornando a educação uma mercadoria. É um processo cujos os agentes principais são grupos empresariais e investidores nacionais e estrangeiros (bancos e fundos de investimentos). A financeirização ocorre por meio de processos diretos e indiretos, originários das relações com o estado, seja pela transferência de fundos públicos, pelas isenções e imunidades tributárias, ou pela combinação de ambos. Esse processo se contrapõe a uma educação emancipatória e de qualidade, aprofundando o abismo social entre a educação básica pública e a educação voltada aos filhos da elite. É um processo que somado às tensões que vêm ocorrendo no país, principalmente no campo da educação, evidencia ainda mais a escola como um campo de disputa ideológica e confronta a educação como um direito universal. |
Abstract: | Cogna Education Group (formerly Kroton) is known for being part of the oligopoly in the higher education segment, achieved by means of an aggressive policy of purchases and mergers. This conglomerate of companies was made possible, to a large extent, thanks to the public partnership mainly financed by the Student Financing Fund - FIES and - University for All Program - Prouni.The peak of FIES contracts was the year 2014. However, with the implementation of new rules of the Program (changes in the grace period and in interest rates), the Cogna group revenues from higher education started falling from 2016 onwards. Other factors also contributed to this scenario, such as the refusal of the Administrative Council for Economic Defense (CADE) to approve one of the many mergers proposed by Cogna, this time with Estácio de Sá. Due to this scenario, and the volatility of private higher education, the Cogna group searched other markets for investment. In 2018 the group purchased Somos Educação, a leading company in basic education, both in terms of the number of their own schools aimed at private basic education and by the publishers that serve the National Textbook Program - PNLD (Ática, Scipione and Saraiva). In addition, Cogna carried out a restructuring in 2019, aimed at managing the business. After growing dramatically in private higher education, the company structured itself to maintain this sector and intensified its activities in private and public basic education, increasing and diversifying its revenues. In public basic education, the Cogna group operates through the PNLD and through service sales with Management Systems. In private basic education, the group also sells books, teaching materials/workbooks and provides platform services, teaching and management systems and language courses. The process of financialization in higher education and now in basic education is present on a global scale and has the expansion of monetary capital and the accumulation of resources, consequently, by means of the profitability of capital, having education changed into a commodity. It is a process whose main agents are business groups and national and foreign investors (banks and investment funds). Financialization occurs through direct and indirect processes, originated from relations with the State, whether through the transfer of public funds, tax exemptions and immunities, or a combination of both. This process is opposed to an emancipatory and quality education, deepening the social abyss between public basic education and education aimed at the children of the elite. It is a process that added to the tensions that have been occurring in the country, especially in the field of education, makes the school even more evident as a field of ideological dispute and confronts education as a universal right. |
Palavras-chave: | Educação Básica Financeirização da Educação Mercantilização da Educação Privatização da Educação Cogna Educação Basic Education Financialization of Education Commodification of Education Privatization of Education Cogna Education |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Assunto: | Educação |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Educação |
Referência: | ALMEIDA, Carolina Rezende. A participação do “Grupo Cogna Educação” na financeirização da educação básica no Brasil. 2022, 116f. Dissertação. (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Uberlândia, Uberlândia, 2022. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.285 |
Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.285 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/35166 |
Data de defesa: | 1-Jun-2022 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Educação |
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