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ORCID:  http://orcid.org/0000-0002-1170-3727
Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: “Olha, essa consciência política surge do agir!”: experiências e memórias de estudantes secundaristas que ocuparam escolas públicas (Uberlândia – MG, 2016-2019)
Título(s) alternativo(s): “Look, this political consciousness arises from acting!”: experiences and memories of high school students who occupied public schools (Uberlândia – MG, 2016-2019)
Autor(es): Fávero, Douglas Gonsalves
Primeiro orientador: Morais, Sérgio Paulo
Primeiro membro da banca: Souza, Sauloéber Tarsio de
Segundo membro da banca: Groppo, Luís Antonio
Terceiro membro da banca: Varussa, Rinaldo José
Quarto membro da banca: Martins, André Silva
Quinto membro da banca: Netto, Mario Borges
Resumo: A presente pesquisa buscou analisar o processo de formação de consciência e a memória dos estudantes secundaristas que ocuparam as escolas em Uberlândia entre os meses de outubro e novembro de 2016. Compreendemos o processo de formação de consciência a partir da perspectiva de Marx e Engels de tornar consciente um conflito e levá-lo até o fim por meio de uma luta política. Na mesma perspectiva teórica, vemos a memória como um conjunto de representações e interpretações desse processo, mas mediados pelas determinações – no sentido de limites e pressões – do presente e de expectativas e anseios futuros, criando um campo de possibilidades e disputas. Para apreender tais dimensões subjetivas, valemo-nos da perspectiva teórica e metodológica da experiência, indicada por E. P. Thompson, e da história oral como metodologia de pesquisa, sobretudo das perspectivas desenvolvidas por Alessandro Portelli. Nesse sentido, compreendemos que as ocupações estavam inseridas e se constituíam enquanto relações de classes, pois, para além das reivindicações contra a PEC 241 (55), a Reforma do Ensino Médio e o Escola Sem Partido, havia todo um reconhecimento de conflitos e antagonismos em relação a uma elite política e econômica, uma percepção entre o nós e o eles. Na mesma perspectiva, havia uma dimensão de confronto direto à autoridade e à hierarquia escolar, além de relações políticas com um conjunto de organizações da classe trabalhadora, como movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos. Nesse ínterim, a ação política promovida pelos estudantes proporcionou um conjunto de compreensões, ainda que de forma fragmentada e difusa, das relações sociais, antes naturalizadas, como os antagonismos de classes envolvendo, entre outros, a mídia, o Estado e a própria escola. Dessa forma, no processo de ocupar a escola e construir uma autogestão coletiva e democrática, os estudantes passaram a vislumbrar as relações hierárquicas e de poder que atravessam a escola, assim como seu caráter estatal e de classe, concepções que perpassam a gestão escolar, o ambiente educativo e o currículo. Nessa crítica, os estudantes almejaram, como um momento prefigurativo, uma escola pública, como antítese direta à estatal, colocando-os no centro do processo educativo e das tomadas de decisões no âmbito da gestão administrativa e pedagógica. Ainda, encontramos uma sensação de incompletude com o retorno à normalidade escolar, uma vez que a hegemonia da escola estatal foi reestabelecida, embora as relações entre os sujeitos foram substancialmente transformadas, pois a construção e a participação no movimento de ocupações promoveram, em diversos aspectos, um profundo processo educativo. Por fim, encontramos uma memória marcada por um conflito entre a grandeza e o entusiasmo de um significativo movimento político frente a um avanço conservador que limita as possibilidades de protestos radicalizados como são as ocupações em suas diversas formas.
Abstract: The present research aimed to analyze the process of consciousness formation and the memory of high school students who occupied schools in Uberlândia between October and November 2016. We understand the process of consciousness formation from the perspective of Marx and Engels of becoming conscious a conflict and bringing it to an end through a political struggle. In the same theoretical perspective, we see memory as a set of representations and interpretations of this process, but mediated by determinations – in the sense of limits and pressures – of the present and future expectations and aspirations, creating a field of possibilities and disputes. To apprehend these subjective dimensions, we use the theoretical and methodological perspective of experience, indicated by E. P. Thompson, and of oral history as a research methodology, especially the perspectives developed by Alessandro Portelli. In this sense, we understood that the occupations were inserted and constituted as class relations, because, in addition to the claims against PEC 241 (55), the High School Reform and the School Without Party, there was a whole recognition of conflicts and antagonisms concerning a political and economic elite, a perception between them and us. In the same perspective, there was a dimension of direct confrontation with school authority and hierarchy and political relations with a set of working class organizations such as social movements, unions and political parties. In the meantime, the political action promoted by the students provided a set of understandings, albeit fragmented and diffuse form, of social relations, previously naturalized, such as class antagonisms involving, among others, the media, the State and the school itself. Thus, in the process of occupying the school and building a collective and democratic self-management, students began to glimpse the hierarchical and power relations that cross the school and its state and class character. These conceptions permeate school management, the educational environment and the curriculum. In this criticism, the students aimed, as a prefigurative moment, a public school, as a direct antithesis to the state school, placing them at the center of the educational process and decision-making within the administrative and pedagogical management scope. Still, we find a sense of incompleteness with the return to school normality, since the hegemony of the state school was reestablished. However, the relations between the subjects were substantially transformed because the construction and participation in the movement of occupations promoted, in several aspects, a profound educational process. Finally, we find a memory marked by a conflict between the greatness and enthusiasm of a significant political movement facing a conservative advance that limits the possibilities of radicalized protests, as are occupations in their various forms.
Palavras-chave: História oral
Consciência de classe
Ocupações de escolas
Escola estatal
Movimentos sociais
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Assunto: Educação
Movimentos sociais e educação
Historia oral
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Educação
Referência: FÁVERO, Douglas Gonsalves. “Olha, essa consciência política surge do agir!”: experiências e memórias de estudantes secundaristas que ocuparam escolas públicas (Uberlândia – MG, 2016-2019). 2021. 305 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2021. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.701
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2021.701
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/33848
Data de defesa: 9-Dez-2021
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