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Tipo do documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: O Corpo Estranho: paródia e transgressão do feminino em O Efeito Urano, de Fernanda Young
Título(s) alternativo(s): The Foreign Body: parody and transgression of the feminine in Urano's Effect, by Fernanda Young
Autor(es): Bastos, Marta Maria
Primeiro orientador: Camargo, Fábio Figueiredo
Primeiro membro da banca: Borges, Luciana
Segundo membro da banca: Pereira, Kenia Maria de Almeida
Terceiro membro da banca: Carmo, Maria Suzana Moreira do
Quarto membro da banca: Rebello, Ivana Ferrante
Resumo: Esta pesquisa analisa o romance O efeito Urano (2001), de Fernanda Young, narrativa que tematiza uma (mal)dita história de amor e erotismo, entre duas mulheres: Cristiana e Helena. Esta autora elege o dedo médio como metáfora, por assemelhar-se a um “dildo”, funcionando como uma imitação do órgão sexual masculino, um suplemento, um artifício, de acordo com Paul Preciado, (2014), criando, com isso, uma contrassexualidade em seu discurso. O texto é narrado em primeira pessoa por Cristiana, que puxa pela memória e conta seu jogo de manipulação tanto das outras personagens quanto do leitor. A narrativa questiona o binarismo sexo/gênero, teoricamente conceituado por Judith Butler (2013), Paul Preciado (2014), Simone de Beauvoir (1980) e Luciana Borges (2013), dentre outros. O corpo feminino é apresentado em sua subjetividade, seu erotismo, seus desejos, sua luta para libertar-se das amarras do patriarcado, impositor de normas e regras para os indivíduos e seus corpos, no exercício de suas vidas e sua sexualidade. Fernanda Young apresenta um novo modo de produção desse corpo e desse discurso, criando um contradiscurso, utilizando-se da paródia e da carnavalização: a primeira, conclamando a sociedade no sentido de continuação, de transgressão, oportunizando um diálogo entre o passado e o presente, o moderno e o pós-moderno, segundo Linda Hutcheon (1991); a segunda promove uma reflexão a respeito do lugar que o masculino e o feminino ocupam na sociedade, e nesse sentido pelo esquema de carnavalização os papeis são trocados ou por um período específico de tempo a personagem-narradora age com uma percepção mais reconhecida como masculina. Há uma inversão de valores e troca de papéis das personagens: Guido é destronado de seu poder falocêntrico, reduzido à condição subalterna; sua mulher, Cristiana, ascende ao seu lugar com poder e voz, detendo o falo em suas mãos. A subversão do lugar do feminino e do masculino ocorre nesta narrativa à semelhança da carnavalização, apresentada por Bakhtin (1981), como uma tentativa de ruptura com as instituições normativas sociais, culturais e religiosas, como controladoras dos indivíduos, seus corpos e suas condutas morais e sexuais. Nesse sentido esta tese desvenda o modo como a protagonista olha para seu próprio corpo, como o interpreta e o descreve, assim como verifica o seu modo de olhar para o corpo de outra mulher. Assim analisamos os personagens e a construção que a autora faz destes, percebendo um jogo entre Cristiana e o outro narrador que fala paralalelamente à personagem narradora. Analisamos também como Cristiana se constitui como uma personagem histérica se assumindo desta forma em sua própria narrativa, demonstrando que seu corpo é um corpo estranho e que lhe basta.
Abstract: This research analyzes the novel O efeito Urano (2001), by Fernanda Young, a narrative that thematizes a (evil)dita story of love and eroticism, between two women: Cristiana and Helena. This author elects the middle finger as a metaphor, because it resembles a "dildo", functioning as an imitation of the male sexual organ, a supplement, a artifice, according to Paul Preciado, (2014), thus creating a countersexuality in his speech. The text is narrated in first person by Cristiana, who pulls through the memory and tells her game of manipulation of both the other characters and the reader. The narrative questions the binarism sex/gender, theoretically conceptualized by Judith Butler (2013), Paul Preciado (2014), Simone de Beauvoir (1980) and Luciana Borges (2013), among others. The female body is presented in its subjectivity, its eroticism, its desires, its struggle to free itself from the bonds of patriarchy, impositor of norms and rules for individuals and their bodies, in the exercise of their lives and their sexuality. Fernanda Young presents a new mode of production of this body and this discourse, creating a counterdiscourse, using parody and carnivalization: the first, calling on society to continue, transgression, opportunistic a dialogue between the past and the present, the modern and the postmodern, according to Linda Hutcheon (1991); the second promotes a reflection about the place that the masculine and the feminine occupy in society, and in this sense by the scheme of carnivalization the roles are exchanged or for a specific period of time the character-narrator acts with a perception more recognized as masculine. There is an inversion of values and exchange of roles of the characters: Guido is dethroned from his phallocentric power, reduced to the subaltern condition; his wife, Cristiana, ascends to her place with power and voice, holding the phallus in her hands. The subversion of the place of the feminine and the masculine occurs in this narrative similar to carnivalization, presented by Bakhtin (1981), as an attempt to break with social, cultural and religious normative institutions, as controllers of individuals, their bodies and their moral and sexual conducts. In this sense this thesis unveils the way the protagonist looks at her own body, how she interprets and describes it, as well as verifies her way of looking at another woman's body. Thus we analyze the characters and the construction that the author makes of these, perceiving a game between Cristiana and the other narrator who speaks paralylelamente to the narrator character. We also analyze how Cristiana constitutes herself as a hysterical character assuming herself in this way in her own narrative, demonstrating that her body is a foreign body and that it is enough for her.
Palavras-chave: Paródia
Carvanalização
Corpo feminino
Fernanda Young
Parody
Carnivalization
Female Body
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Assunto: Young, Fernanda, 1970-2019
Corpo humano na literatura
Paródia
Idioma: por
País: Brasil
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Programa: Programa de Pós-graduação em Estudos Literários
Referência: BASTOS, Marta Maria. O corpo estranho: paródia e transgressão do feminino em O efeito Urano, de Fernanda Young. 2020. 120 f. Tese (Doutorado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.674
Identificador do documento: http://doi.org/10.14393/ufu.te.2020.674
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/30088
Data de defesa: 4-Set-2020
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