Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28874
ORCID: | http://orcid.org/0000-0002-3176-5845 |
Tipo do documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | A anterioridade dos processos emocionais na estruturação do juízo moral |
Título(s) alternativo(s): | The precedence of emotional processes in the structuring of moral judgment Anteriorità dei processi emotivi nella strutturazione del giudizio morale L'antériorité des processus émotionnels dans la structuration du jugement moral |
Autor(es): | Teles, Johnny Clayton Cardoso |
Primeiro orientador: | Almada, Leonardo Ferreira |
Primeiro membro da banca: | Meurer, César Fernando |
Segundo membro da banca: | Camargo, Sérgio de Siqueira |
Resumo: | Dos gregos aos romanos, desde a cultura judaico-cristã, as emoções ou foram subestimadas ou relegadas a meros impulsos, apetites e desejos. Embora Hume tenha enfatizado a influência e, por vezes, o domínio das emoções sobre a razão, ou mesmo o racionalista Kant, tenha observado que julgamentos morais sejam acompanhados por sentimentos morais, somente nas últimas décadas, com a revolução e o amadurecimento das ciências cognitivas, descobertas em psicologia evolutiva e estudo dos primatas, revolução afetiva e, por fim, mapeamento cerebral e desenvolvimento das Neurociências, é que surgiu um aprofundamento na relação moralidade e emoções. A pesquisa aqui delineada objetiva, sumariamente, defender a tese, fundada em quatro modelos cognitivos, de que as emoções, em menor ou maior grau, em maior ou em menor intensidade, tem papel anterior dominante na estruturação do juízo moral e consequentemente na tomada de decisão, seja moral ou não. O primeiro modelo é o de A. Damásio, que demonstra que as emoções desempenham um papel central na cognição social e na tomada de decisão. Conceitos e definições sobre emoção e sentimentos devem ser abordados para a compreensão do modelo, ou da hipótese dos marcadores somáticos. A ideia central é que tais processos dependem significativamente dos substratos neurais que regulam a homeostase, emoções e sentimentos, um processo influenciado por marcadores. O segundo modelo é a Teoria do Duplo Processo Cerebral de J. Greene. O modelo cognitivo de Greene tende a perceber as emoções ora como processos automáticos ora como processos manuais, que nos dizem o que fazer, mas que também tencionam entre interesses individuais e coletivos, ou seja, tribalistas. No geral, a pesquisa de Greene, segue e apoia a afirmação de que a razão não é causa suficiente para o juízo ou comportamento moral - a emoção jaz na estrutura. A Neurociência Afetiva de J. Panksepp, fundamentada em estudos evolucionistas e pesquisas com animais, pretende reconfigurar o papel das emoções básicas através da teoria dos circuitos (sistemas) emocionais ou afetivos, defende que o processo emocional, incluindo os sentimentos, exercem um papel causal na cadeia dos eventos que controlam as ações tanto dos humanos quanto dos animais. Por último, J. Haidt reavalia os papéis da reflexão e do raciocínio no julgamento moral que é, predominantemente intuitivo e impulsionado principalmente por respostas emocionais automáticas que são sem esforço e produzidas por processos inconscientes, ou seja, o juízo moral é causado por intuições morais rápidas e é seguido (quando necessário) por raciocínio lento e ex post facto. Intentamos confirmar que cada vez mais evidências e pesquisas em psicologia e neurociência cognitiva, sugerem que o juízo moral é mais uma questão de emoção e intuição afetiva do que de raciocínio deliberado, ou seja, na prática, as reações afetivas são tão rápidas e impulsivas que funcionam como viseiras em cavalos. |
Abstract: | From the Greeks to the Romans, from Judeo-Christian culture, emotions were either underestimated or relegated to mere impulses, appetites and desires. Although Hume has emphasized the influence and sometimes the dominance of emotions over reason, or even a rationalist as Kant, has observed that moral judgments have been accompanied by moral sentiments, only in recent decades, with the revolution and maturation of the cognitive sciences, researches in evolutionary psychology and the study of primates, affective revolution, and finally brain mapping and the development of neuroscience, have led to a deepening of the relationship between morality and emotions. The research outlined here aims, briefly, to defend the thesis, based on four cognitive models, that emotions, to a greater or lesser extent, to a greater or lesser intensity, have an earlier dominant role in structuring moral judgment and, consequently, in making decisions, whether moral or not. The first model is that of A. Damásio, who demonstrates that emotions play a central role in social cognition and decision making. Concepts and definitions about emotion and feelings should be approached in order to understand the model, or the somatic marker hypothesis. The central idea is that such processes depend significantly on the neural substrates that regulate homeostasis, emotions, and feelings, a process influenced by markers. The second model is that of J. Greene's intituled Dual Process Theory. Greene's cognitive model tends to perceive emotions as either automatic processes or manual processes that tell us what to do, but which also tends between individual and collective interests, that is, tribalists. Overall, Greene's research follows and supports the claim that reason is not sufficient cause for judgment or moral behavior - emotion lies in structure. J. Panksepp's Affective Neuroscience, grounded in evolutionary studies and animal research, aims to reconfigure the role of basic emotions through the theory of emotional or affective circuits (systems), argues that the emotional process, including feelings, plays a causal role in the chain of events that control the actions of both humans and animals. Finally, J. Haidt reevaluates the roles of reflection and reasoning in moral judgment which is predominantly intuitive and driven mainly by automatic emotional responses that are effortless and produced by unconscious processes, i.e moral judgment is caused by moral intuitions, fast and is followed (when necessary) by slow thinking and ex post facto. We try to confirm that more and more evidence and research in cognitive psychology and neuroscience suggests that moral judgment is more a matter of emotion and affective intuition than deliberate reasoning, that is, in practice, affective reactions are so fast and impulsive that they work as visors on horses. |
Palavras-chave: | Tomada de decisão moral Emoções Afetos Sentimentos Processos emocionais Modelos Sistemas emocionais Duplo processo Marcador somático Moral decision making Emotions Affections Feelings Emotional processes Models Emotional systems Double process Somatic marker |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA::ETICA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Filosofia |
Referência: | TELES, Johnny Clayton Cardoso. A anterioridade dos processos emocionais na estruturação do juízo moral. 2020. 77 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.29. |
Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.29 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28874 |
Data de defesa: | 5-Fev-2020 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Filosofia |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
AnterioridadeProcessosEmocionais.pdf | 10.5 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons