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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19842
Tipo do documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | Diversidade, mudanças temporais e os efeitos de uma estação seca prolongada na regeneração em floresta estacionai decidual |
Autor(es): | Gusson, André Eduardo |
Primeiro orientador: | Nascimento, Andre Rosalvo Terra |
Primeiro coorientador: | Sanches, Maria Cristina |
Primeiro membro da banca: | Longhi, Solon Jonas |
Segundo membro da banca: | Oliveira, Ana Paula de |
Terceiro membro da banca: | Pinheiro, Marcelo Henrique Ongaro |
Quarto membro da banca: | Vale, Vagner Santiago do |
Quinto membro da banca: | Nascimento, André Rosalvo Terra |
Resumo: | As florestas tropicais dividem-se em dois grandes sistemas florestais distintos, as florestas úmidas e as florestas estacionais, cada qual com sua nomenclatura em função das características biológicas e principalmente do regime hídrico a qual estão submetidas (Veloso et al., 1991). Nas florestas úmidas, o regime hídrico é superior, como média anual de precipitação de 4.000 mm bem distribuídos ao longo do ano, enquanto que as florestas estacionais recebem um volume de precipitação média anual, muitas vezes, inferior a 2.000 mm concentrados em um período do ano (Whittaker, 1975). As comunidades vegetais nas florestas estacionais deciduais começaram a ser investigadas mais profundamente quando suas características ecológicas relacionadas à diversidade, padrões de dispersão e estrutura das espécies foram evidenciadas (Hubell, 1979). As florestas estacionais deciduais são formações florestais localizadas em regiões geográficas onde a precipitação é menor que 1.800 A mm ano'1 (Murphy e Lugo, 1986) distribuída em duas estações climáticas definidas que podem variar de 4-9 meses com menos de 100 mm na estação seca (Gentry, 1995). As florestas estacionais deciduais estão distribuídas em duas grandes áreas contínuas, ambas localizadas na América do Sul, uma na região nordeste do Brasil e outra no sudeste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, mas também ocorrem em manchas menores na península de Yucatan no México, norte da Venezuela e Colômbia e na Indochina Central (Miles et al. 2006). No passado, a floresta estacional decidual pode ter sido uma fitofisionomia contínua com ocorrência desde o bioma Caatinga até os vales Andinos, usando o Cerrado e o Chaco como unidades geográficas para sua maior extensão, que ocorreu durante o ultimo máximo glacial do Pleistoceno (Prado e Gibbs, 1993). A ocorrência da floresta estacional decidual não está limitada a um determinado Bioma, mas sim a uma condição ambiental específica, formando uma unidade fitogeográfica (Prado, 2000). No Brasil, a floresta estacional decidual contribui como fitofisionomia para caracterização das comunidades vegetais em diferentes biomas brasileiros. Estas florestas estão associadas a outros biomas devido ao clima local, tipo de solo e condições topográficas (Pennington et al., 2009), sendo registradas principalmente em áreas de domínio Caatinga (Apgaua et al., 2014; Apgaua et al., 2015; Salgado et al., 2015) e Cerrado (Werneck e Colli, 2006; Weneck et al., 2009; Carvalho e Felfili, 2011; Collevatti et al., 2013), mas pode ocorrer na interface com florestas úmidas (Pennington et al., 2009). A maioria dos estudos realizados com as comunidades vegetais nas florestas estacionais deciduais denotam a importância e a contribuição da riqueza de espécies e a diversidade beta (Balvanera et al., 2002; Pennington et al., 2009; Lopez-Martinez et al., 2013; Apgaua et al., 2014), as mudanças temporais e dinâmica da comunidade vegetal (Swaine et al., 1990; Gijsbers et al., 1994; Venkateswaran e Parthasarathy, 2005; Carvalho e Felfili, 2011; Lévesque et al., 2011), porém, nenhum destes aborda experimentos in situ relacionados aos possíveis efeitos das mudanças climáticas sobre as comunidades de plantas. Recentemente, os pesquisadores conseguiram avaliar os efeitos da seca prolongada sobre a floresta tropical úmida, com a morte de grandes árvores explicada por uma falha hidráulica no sistema condutor das plantas induzidas pela baixa disponibilidade de água no solo (Rowland et al., 2015). Esta descoberta foi resultado do maior projeto com experimentos in situ no Brasil (ESECAFLOR) que juntamente com outras pesquisas conseguiram aferir as respostas das florestas tropicais úmidas frente aos impactos das mudanças climáticas (Asner et al., 2004; Davidson et al., 2004; Nepstad et al., 2007; Brando et al., 2008; Cleveland et al., 2010). Importante ressaltar que estas pesquisas reportam resultados de trabalhos conduzidos no bioma Amazônico, em floresta tropical úmida, sob uma geografia e condições ambientais totalmente diferentes das florestas direcionadas por esta pesquisa, realizada no bioma Cerrado com a floresta estacional decidual. Apesar das evidências, os relatórios de 2013 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) apontam a falta de pesquisas visando prever os impactos das mudanças ambientais sobre os sistemas florestais, principalmente, impactos relacionados à seca nas florestas tropicais e ressalta a necessidade de estudos que contribuam com resultados concretos para reduzir a incerteza gerada na ciência ligada à vegetação e clima, diz Patrick Meir (Guimarães, 2015). Neste contexto, esta pesquisa poderá contribuir com resultados inéditos e ampliar o banco de dados que alimentam modelos que buscam reduzir tais incertezas evidenciadas pelo IPCC. Os efeitos de uma seca prolongada sobre a floresta estacional decidual pode demorar a evidenciar os resultados, pois o tempo de resposta é muito maior considerando a resiliência das espécies lenhosas nestas florestas (Derroire et al., 2016). Entretanto, as plântulas em regeneração na floresta são mais sensíveis às mudanças no ambiente (Bunker e Carson, 2005) e, certamente, o efeito de um distúrbio pode ser aferido em um curto espaço de tempo. De acordo com os efeitos da seca sobre as florestas tropicais, a hipótese inicial do presente estudo foi verificar se a regeneração da floresta estacional decidual é sensível às mudanças ambientais em pequena escala de tempo e, se existe um gradiente ambiental relacionado com a distribuição das espécies lenhosas em regeneração natural. Ainda, se mudanças no padrão da sazonalidade climática podem alterar os parâmetros das comunidades vegetais nestas florestas. Com perspectiva de contribuir com as pesquisas que buscam entender como as florestas tropicais comportam-se frente a eventos sazonais de seca, esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar experimentalmente os efeitos da redução da precipitação incidente e a intensificação da estação seca sobre os principais parâmetros da comunidade lenhosa em regeneração em floresta estacional decidual. Para tanto, objetivos secundários se fazem necessários para alimentar a pesquisa experimental, como inventariar as espécies lenhosas em regeneração da floresta estacional decidual e verificar as mudanças temporais que podem ocorrer neste componente. Algumas perguntas deverão ser respondidas em cada capítulo: Quais são as perspectivas para a floresta estacional decidual no cenário das mudanças climáticas? (Capítulo 1); Existe um gradiente ambiental relacionado com a distribuição das espécies na comunidade em floresta estacional decidual? (Capítulo 2); Como se apresentam as mudanças temporais na regeneração de floresta na presença de um gradiente? (Capítulo 3) e Quais são os efeitos de uma seca prolongada sobre os parâmetros da comunidade em floresta estacional decidual? (Capítulo 4). Norteada pela hipótese, questionamentos e objetivos, a presente tese de doutorado foi estrutura em quatro capítulos que abordam os seguintes temas: 1° A floresta estacionai decidual no contexto das mudanças climáticas globais e regionais. 2° A regeneração do componente lenhoso e relações ambientais em floresta estacional decidual do Parque Estadual do Pau Furado, Uberlândia, Minas Gerais. 3° Mudanças temporais na regeneração em floresta estacional decidual do Parque Estadual do Pau Furado, Uberlândia, Minas Gerais. 4° Os efeitos do prolongamento da seca sobre a regeneração da floresta estacional decidual no Parque Estadual do Pau Furado, Uberlândia, Minas Gerais. |
Palavras-chave: | Ecologia Ecologia das florestas tropicais Secas - Meteorologia florestal Hidrologia florestal Florestas - Conservação |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais |
Referência: | GUSSON, André Eduardo. Diversidade, mudanças temporais e os efeitos de uma estação seca prolongada na regeneração em floresta estacionai decidual. 2017. 113 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2017.175 |
Identificador do documento: | http://doi.org/10.14393/ufu.te.2017.175 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19842 |
Data de defesa: | 28-Ago-2017 |
Aparece nas coleções: | TESE - Ecologia, Conservação e Biodiversidade |
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