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https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17153
Tipo do documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Título: | O manejo da pessoalidade em conversas profissionais: uma perspectiva discursiva para a ética em grupo |
Título(s) alternativo(s): | Management of personhood in professional conversations: a discursive perspective for ethics in groups |
Autor(es): | Oliveira, Flávia Miranda |
Primeiro orientador: | Rasera, Emerson Fernando |
Primeiro membro da banca: | Resende, Paula Cristina Medeiros |
Segundo membro da banca: | Lorenzi, Carla Guanaes |
Terceiro membro da banca: | Ferreira, Cíntia Bragheto |
Resumo: | Na literatura em Psicologia, encontramos poucos trabalhos que investigam os impasses éticos do trabalho com grupos e como os psicólogos negociam sua definição e seu enfrentamento. Diante dessa constatação de uma escassez de trabalhos no campo da ética grupal os quais, em sua maioria, apresentam uma compreensão ética prescritiva e instrumental, avaliamos que o desafio está em ampliar os estudos neste campo temático de tal modo que novos olhares sobre a ética, mais processuais e dialógicos, possam ser elaborados. Assim, interessados em gerar entendimentos que discorram sobre o mundo ético que se cria nas conversas grupais, apresentamos uma proposta discursiva sobre este tema. Esse tipo de reflexão nos envolve em discussões sobre os diversos cuidados conversacionais despendidos em uma situação de interação. Privilegiamos, nesta pesquisa, o estudo acerca da prática discursiva denominada por nós como o Manejo da Pessoalidade, a qual se refere à construção discursiva de si numa conversa. Vale destacar que ao falarmos de Manejo da Pessoalidade estamos nos referindo a qualquer enunciado que utilize recursos lingüísticos relacionados a questões pessoais (ex. pra mim, eu, particularmente, na minha opinião, eu penso assim, entre outros), bem como que resgate assuntos que os interlocutores anunciam como pertencente a uma suposta pessoalidade. Diante disso, o objetivo geral dessa pesquisa é compreender como psicólogos que realizam práticas grupais, em situação de interação em grupo, manejaram a Pessoalidade durante conversas sobre ética grupal, bem como as funções que esse manejo exerce na conversa. Para tanto, foram realizados dois grupos de sensibilização sobre o tema da ética nas práticas grupais, com psicólogos coordenadores de grupo. Estes aconteceram semanalmente e de forma separada, perfazendo cinco encontros para cada grupo, num total de 10 encontros na pesquisa. Os 10 participantes apresentaram idades variadas (entre 23 e 46 anos), eram de ambos os sexos e atuavam em diversas áreas: saúde, clínica e organizacional. Após a realização destes grupos, transcrevemos as 20 horas de conversas grupais, as quais foram analisadas segundo as propostas de análise do discurso, influenciadas pela perspectiva construcionista social, mais precisamente pela Psicologia Discursiva. A partir dessa perspectiva teórico-metodológica, foram identificadas diferentes funções relacionadas ao Manejo da Pessoalidade no debate sobre ética. Da análise empreendida, emergiram quatro funções: lidando com divergências; buscando adeptos na diversidade; normalizando a diferença; e problematizando o estabelecido. Assim, a apresentação de si mesmo nestas conversas permite uma neutralização de possíveis ameaças conversacionais, garante um espaço para a convivência dialógica de diferentes versões de sentido, favorece a construção de uma normalidade no que se refere às diferentes formas de atuação profissional e possibilita um questionamento em relação a conhecimentos já corroborados. Concluímos que o Manejo da Pessoalidade em conversas grupais sobre ética ocorre de forma a legitimar outras possibilidades de significação para aspectos éticos e, paradoxalmente, constrói o campo conversacional sobre ética como um espaço delicado e polêmico. |
Abstract: | In the psychology literature, we found few studies investigating the ethical dilemmas of working with groups and how psychologists define and deal with them .Given this finding of a lack of studies in group ethics which, in their majority, have a prescriptive and instrumental ethical understanding, we evaluated that the challenge would be to expand the study on this theme so that new visions, more processual and dialogical on ethics, may be developed. Thus, interested in generating understandings that discuss the ethical world which is created in group conversations, we present a discursive proposal on this issue. This type of reflection involves us in discussions on the various cares spent on conversational interactions. In the present research, we preferred the study of the discursive practice that we named Management of Personhood, which relates to the discursive construction of self in conversation. It is noteworthy that when we talk about Management of Personhood we are referring to any statement that uses linguistic resources related to personal issues (ex: for me, I, particularly, in my opinion, I think so, among others) as well as those which speakers consider to belong to an alleged personhood. Thus, the overall objective of this research was to understand how psychologists, who conduct groups, managed Personhood during talks on group ethics, as well the roles that this management plays in conversation. Two groups on ethics in groups were conducted weekly and separately, making up for five meetings for each group and a total of 10 meetings for both. The 10 male and female participants varied in age (23 to 46 years) and worked in several areas: health, clinical and organizational. After completion of these groups, we transcribed the 20 hours of group talks, which were analyzed according to Discourse Analysis, influenced by the social constructionist perspective, more precisely by Discursive Psychology. From this theoretical-methodological perspective, we identified different functions related to Management of Personhood. Four roles emerged: dealing with differences; seeking adepts in diversity, normalizing differences, and questioning the established. Thus, the personal presentation of himself/herself of the participants in these conversations allowed a conversational neutralization of possible threats, ensured a dialogic space for the coexistence of different systems of meaning, favored the construction of normality in regards to different ways of professional performance and enabled a questioning in relation to knowledge already confirmed. We concluded that the Management of Personhood in group talks on ethics occurs in order to legitimize other possibilities of meaning for ethical aspects and, paradoxically, makes the conversational field on ethics delicate and controversial. |
Palavras-chave: | Manejo da pessoalidade Ética Grupos Psicologia discursiva Management of personhood Ethics Groups Discursive psychology Psicologia discursiva Psicologia aplicada |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | BR |
Editora: | Universidade Federal de Uberlândia |
Sigla da instituição: | UFU |
Departamento: | Ciências Humanas |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Referência: | OLIVEIRA, Flávia Miranda. Management of personhood in professional conversations: a discursive perspective for ethics in groups. 2012. 125 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.di.2012.179 |
Identificador do documento: | https://doi.org/10.14393/ufu.di.2012.179 |
URI: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17153 |
Data de defesa: | 16-Mar-2012 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO - Psicologia |
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