Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17102
Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: O que nos diz de nós o delírio?: uma compreensão psicanalítica sobre as relações na saúde mental
Autor(es): Albuquerque, Mariana Pelizer de
Primeiro orientador: Romera, Maria Lucia Castilho
Primeiro membro da banca: Kodato, Sergio
Segundo membro da banca: Próchno, Caio César Souza Camargo
Terceiro membro da banca: Farinha, Marciana Gonçalves
Resumo: Esta dissertação foi motivada por uma indagação sobre o lugar da loucura e sua articulação com a Luta Antimanicomial e Reforma Psiquiátrica, com o CAPS Centro de Atenção Psicossocial, dispositivo alternativo aos hospitais psiquiátricos e com profissionais e usuários da saúde mental. A pesquisa foi sendo construída a partir da busca de um lugar para a loucura, dentro e fora de muros, dentro e fora de nós e pela questão: existe espaço para a loucura? Desta forma, me propus a investigar as relações estabelecidas em um CAPS da cidade de Uberlândia e as lógicas que as constituíam. O método interpretativo por ruptura de campo, sugerido por Herrmann, me auxiliou a encontrar uma nova forma de olhar e estar diante da loucura. Em tal perspectiva, o delírio atravessa e é atravessado por conjunções da ordem do real ou do produtor dos sentidos das relações. Discorro a respeito do delírio sob o prisma da Teoria dos Campos, movimento que visa resgatar a importância do método interpretativo frente à teoria e a técnica psicanalítica. Para realizar esse trabalho fiz uso da análise de um caso clínico atendido na instituição e de relatos de profissionais sobre sua rotina naquele serviço de saúde mental. Refletindo sobre rotina, enquanto função psíquica, proposto na teoria de Herrmann e a rotina estruturada no CAPS, fiquei intrigada sobre quais os sentidos desta, neste serviço de saúde mental. A partir disso, procurei delinear algumas formas de relações que ali se estabelecem e qual a lógica que as sustentam. Procurei colocar-me em uma postura típica à forma de pensar sustentada pelo método psicanalítico, qual seja, a interroganteinterpretante e isso me possibilitou habitar outro(s) lugar(es). Um texto literário emergiu como efetivo interpretante integrando-se no trânsito temporal da descoberta. Ao evocar Alice no País das Maravilhas de Lewis Carol, a escrita de minhas apreensões tomaram uma nova configuração. Um espaço em movimento se abriu para a reflexão do lugar ou lugares da loucura, da busca e do repúdio pelo diferente, do espanto e da abertura possível para novos sentidos. De alguma forma o discurso delirante do paciente parece denunciar lacunas na organização do serviço e outras lógicas de funcionamento da instituição, além de descortinar as lógicas das relações e do mundo contemporâneo. Tais achados foram postos em diálogo com a teorização de Balman sobre a contemporaneidade, desdobrando-se em uma ampliação da compreensão do problema investigado.
Abstract: This study was motivated by the question of the place of insanity and its relationship with the Anti-Asylum and Psychiatric Reform, according to Mental Health professionals and users of a CAPS Centro de Atenção Psicossocial (Psychosocial Care Center), an alternative to psychiatric hospitals. The research was built from the search of a place for insanity, inside and outside walls, inside and outside of us and the question: is there room for madness? Thus, I set out to investigate the relationship established in a CAPS in Uberlândia-MG, Brasil and the fundamentals it was built upon. The interpretive method for breaking fields, suggested by Herrmann, helped me find a new way of looking at and facing insanity. In this perspective, delirium goes through and is gone through by conjunctions of reality or by the producer of the meanings of relationships. I discuss delirium through the prism of Fields Theory, a movement that seeks to rescue the importance of the interpretative method from the psychoanalytic theory and technique. To accomplish this work, I used a clinical case treated in the institution and reports from professionals on their routine at the same mental health service institution. Reflecting on routine, as a mental function, proposed in the theory of Herrmann and structured routine in CAPS, I was intrigued about the meanings of routine at this particular mental health service. From there, I tried to outline some forms of relationships that are established and the basis that supported them. I tried to put myself in a typical position of the psychoanalytic method, that is, the questioner-interpretant, and this enabled me to live in other (s) place (s). A literary text emerged as an effective interpretant integrating the transit time of discovery. In evoking Alice in Wonderland by Lewis Carol, writing my apprehensions took a new configuration. A space opened up for moving the reflection of the place or places of insanity, search and repudiation by the different, of wonder and openness to possible new directions. Somehow the delirious speech of the patient seems to expose shortcomings in the organization of the service and other logical operations of the institution, and uncover the reasonings of relations and the contemporary world. These findings were put into dialogue with the Theory of Balman about the contemporary, unfolding into a broadening of understanding of the problem investigated.
Palavras-chave: Loucura
Teoria dos campos
CAPS
Madness
Psychoanalysis
Fields theory
Psicanálise
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Referência: ALBUQUERQUE, Mariana Pelizer de. O que nos diz de nós o delírio?: uma compreensão psicanalítica sobre as relações na saúde mental. 2010. 122 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17102
Data de defesa: 27-Ago-2010
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO - Psicologia

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