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Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: As marcas da subjetivação profissional de uma professora alfabetizadora
Autor(es): Barreto, Viviane Silva
Primeiro orientador: Silva, Silvia Maria Cintra da
Primeiro membro da banca: Leite, César Donizetti Pereira
Segundo membro da banca: Costa, Lucia Helena Ferreira Mendonça
Resumo: De acordo com os pressupostos da teoria histórico-cultural, sobretudo as contribuições de Vigotski, é na relação com o outro que nos constituímos como humanos. Se a apropriação da cultura pelo homem ocorre por via da mediação social, ou seja, na relação eu outro, é também nesta relação que um professor torna-se professor: por meio das relações sociais estabelecidas e internalizadas em seu desenvolvimento, em um processo histórico e social. Ao problematizar a constituição profissional de uma professora alfabetizadora de Ensino Fundamental da rede pública de Uberlândia (MG), diferenciada em sua prática, o objetivo desta pesquisa foi conhecer os caminhos de subjetivação profissional desta docente, isto é, os seus processos de apropriação e internalização do sentido e dos modos de ser professora. A pesquisa qualitativa foi desenvolvida a partir da orientação metodológica da história oral de vida e constou de entrevista registrada em áudio, realizada em seis sessões. As cinco primeiras sessões, conduzidas livremente pela professora, destinaram-se ao relato de sua história. A sessão final foi semidirigida e destinou-se ao esclarecimento de aspectos tais como o papel da família em sua escolha e formação profissional; a sua relação com a escola e com a educação; as professoras que marcaram a sua trajetória escolar; sua percepção a respeito da construção da própria prática como um todo; o que ela considera importante na formação docente; enfim, como percebe o próprio processo de subjetivação profissional. Devidamente transcrita, a entrevista foi lida atentamente com o intuito de melhor apreender na narrativa como a participante constituiu-se professora. Buscou-se destacar os temas mais recorrentes e significativos, de maneira que pudessem configurar categorias de análise, ilustradas pelas falas e episódios biográficos que perpassaram a formação profissional da educadora. Os dados da pesquisa têm como substrato a memória da professora, reconstruída a partir da reconstituição de sua história de vida, com recordações daquilo que foi sendo significado e internalizado a partir das mediações e dos sentidos construídos acerca do que representa, para ela, ser professora. Como afirma Vigotski, a memória é uma função psicológica superior que se constitui histórica e socialmente pela mediação social. Verifica-se que a história de vida da docente foi e é permeada por experiências marcantes que revelam, desde muito cedo, um contato com o universo escolar atravessado por relações afetivas, especialmente na figura de uma tia, a primeira professora de Clara, que a apresentou à leitura, à fantasia e à imaginação. As outras professoras, ao longo de sua formação, também foram importantes para que ela aprendesse e desenvolvesse reflexões em relação à função educativa, mesmo quando não condiziam com sua compreensão acerca da profissão. O contato com os pares, supervisoras e alunos igualmente constituíram aprendizagens significativas para que a professora que se tornou alfabetizadora pudesse fazer emergir, em seus projetos, suas concepções acerca da escola e da educação, refletidas em uma prática pedagógica diferenciada. Em seus relatos, fica evidente que a subjetivação profissional, no caso da docência, não se inicia no momento da escolarização formal, profissionalizante, mas principia nas vivências que envolvem situações de ensino e de aprendizagem que, dialeticamente, constituem o sujeito.
Abstract: Based on the cultural-historical theory and mainly from the contributions of Vigotski, it is the relationship with others that we as humans are made up. If culture is appropriated by man via social mediation or be that through the other-I relationship, it is also in this relationship that the teacher becomes a teacher: through the established and internalized social relations during development in a historical and social process. The aim of this study was to know the ways of professional subjectivity, or better said, processes of appropriation and internalization of meanings and ways of being a teacher, for the studied teacher. The qualitive research was performed from the oral life history perspective and registered in six audio taped sessions. The first five sessions were conducted freely by the teacher as she told her story. In the last session, questions were presented to clarify aspects such as the role of the family in her professional choice and training, the teachers that influenced her; her perception in regards to the construction of her practice as a whole; what she considers important in teacher training; all in all, how she perceives her own process of professional subjectivity. The interview was carefully listened to, transcribed, printed out and read so as to try to comprehend in her narration how she became a teacher. The most recurrent and significant themes were highlighted in such a way that analysis categories could be made up, illustrated by the talks and biographical episodes that pass through the professional training of the educator. Research data has as a substrate, the memory of the teacher from the reconstruction of her life story with memories of that which turned into meaningful and was internalized from mediations and from meanings constructed upon what it represents for her to be a teacher. If fact, for Vigotski, memory is a superior psychological function which is historically and socially made up by social mediation. In this study, the life history of the teacher was permeated by notable experiences that revealed, from early on, a contact with the school universe gone through by affective relations especially in the figure of an aunt, the first teacher of Clara that presented her to reading, make-believe and imagination. The other teachers, up to her graduation also were important for her to learn and develop reflections in regards to the educative function even when they did not match her comprehension upon the profession. Contact with partners, supervisors and students equally made up significant learning, for the teacher who became a literacy teacher, could make surge her conceptions about school and education in her projects reflected in her differentiated pedagogical practice. In her reports, it is evident that professional subjectivity, in the case of teaching, does not begin at the moment of formal schooling, professionally, but initiates in the experiences that involve teaching and learning situations that dialectally make up the subject.
Palavras-chave: Formação docente
História oral de vida
Memória
Subjetivação profissional
Aprendizagem
Desenvolvimento
Teacher training
Oral life history
Memory
Professional subjectivity
Learning
Development
Psicologia do desenvolvimento
Professores - Formação
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Referência: BARRETO, Viviane Silva. As marcas da subjetivação profissional de uma professora alfabetizadora. 2008. 133 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2008.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17066
Data de defesa: 8-Mai-2008
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO - Psicologia

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