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Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Estudo dos fatores relacionados no atraso no diagnóstico do carcinoma epidermóide bucal
Autor(es): Faleiros, Cizlene do Carmo Veloso
Primeiro orientador: Loyola, Adriano Mota
Primeiro membro da banca: Faria, Paulo Rogério de
Segundo membro da banca: Loyola Filho, Antônio Ignácio
Resumo: O câncer bucal, representado pelo carcinoma epidermóide bucal (CEB) é responsável por altos índices de morbidade e mortalidade. Este comportamento tem sido associado ao padrão tardio de diagnóstico, com a maioria das lesões sendo diagnosticadas em estágios avançados. Há uma lógica na abordagem destes fatos que considera este padrão de diagnóstico associado ao atraso na procura do profissional e no estabelecimento do diagnóstico definitivo das lesões como o principal fator responsável pelo estágio avançado da doença. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o atraso no diagnóstico do câncer bucal dos pacientes atendidos no complexo hospitalar da Universidade Federal de Uberlândia e analisar sua relação com variáveis sócio-demográficas, comportamentos relacionados a doença e cuidados com a saúde e características clínicas da doença. Os diferentes tipos de atraso foram avaliados a partir da amplitude de tempo (variações) e de medianas. As análises estatísticas foram realizadas a partir de testes não paramétricos para variáveis contínuas (teste U de Mann-Whitney e de Kruskal- Wallis), e análise de regressão logística univariada. Para tanto, uma amostra de 136 casos incidentes de carcinomas epidermóides localizados em diferentes regiões da boca foram incluídos no estudo. Foram consideradas na análise, vinte e duas variáveis relacionadas aos pacientes atendidos, divididos entre aquelas de caráter sócio-demográfico (idade, sexo, cor de pele, procedência, estado civil, status laboral, grau de escolaridade e renda; sobre comportamentos relacionados à doença (exposição ao fumo ou álcool); dos cuidados com a saúde (uso de prótese, tipo de acesso a serviços de saúde, padrão de encaminhamento do paciente) e relativas as características clínicas da doença (localização, dimensão e sinais e sintomas e estadiamento clínico das lesões). Três tipos de atraso foram avaliados: 1) atraso do paciente, referente ao tempo transcorrido entre a percepção dos sinais e sintomas e a primeira consulta com o profissional de saúde; 2) atraso do profissional, considerado o tempo entre a primeira consulta ao profissional de saúde e o diagnóstico definitivo da doença (diagnóstico histopatológico) e 3) atraso total, resultado da soma dos dois atrasos mencionados. Os resultados mostraram atraso relacionado ao paciente em torno de 127 dias (4,2 meses), de 19 dias para os profissionais e de 176 dias, aproximadamente seis meses para o atraso total no diagnóstico do câncer. O atraso do paciente foi o responsável pelo maior tempo gasto no processo de diagnóstico, sendo que 64% dos pacientes apresentaram atrasos maiores que 90 dias. Duas das variáveis estudadas mostraram valores estatisticamente diferentes: sexo (p=0,007) e presença de sintomatologia dolorosa (p=0,027). O atraso para os pacientes do sexo feminino (120 dias) foi menor que para o sexo masculino (225 dias). Para os pacientes com dor, o atraso foi maior (150 dias) que os pacientes sem dor (120 dias). Somente uma associação estatisticamente marginal foi observada para o sexo (p=0,06, OR=2,42), o atraso foi estatisticamente associado aos pacientes com lesões de dimensões intermediárias (p = 0,009, OR = 0,35). Estes pacientes apresentaram menor mediana de atraso. Em relação ao atraso do profissional, a mediana foi de 19 dias, com aproximadamente 50% dos atrasos sendo maiores que 15 dias. Nenhuma variável apresentou categorias com medianas estatisticamente diferentes. Por outro lado, somente a variável sexo foi estatisticamente associada ao atraso profissional (p=0,033, OR=2,60). Lesões menores apresentaram medianas menores e um menor risco de atraso no diagnóstico profissional. O padrão de atraso do diagnóstico total apresentou valores de medianas significativamente maiores para sexo masculino (p=0,007) e pacientes com dor (p=0,022) significativamente diferentes de sua contraparte. Todavia, apenas a variável dimensão da lesão apresentou associação estatisticamente significativa para o atraso total (p=0,016, OR=0,35). O padrão de atraso observado repetiu aqueles observados em estudos do Brasil e do exterior. Nossos achados também mostram que não parece comum a identificação de associação entre variáveis sócio-demográficas, relacionadas a comportamentos e cuidados com a doença e saúde e clínica da doença e os diferentes tipos de atraso. Também, o atraso do paciente e profissional não parecem ser fatores de risco para determinação do estadiamento do câncer bucal.
Abstract: Oral cancer, as represented by oral squamous cell carcinoma (OSCC) is responsible for high morbidity and mortality. This has been associated to the delay in seeking professionals together with establishing definitive diagnosis of lesions as the main factor responsible for the advanced stage of disease. The aim of this study was to evaluate the delay in diagnosis of oral cancer patients treated at the Uberlandia Federal University Hospital and analyze its relationship with socio-demographic data, illness-related behaviors and health care as well as clinical features of the disease. The different types of delay were assessed from the amplitude of time (variations) and medians. Statistical analysis was carried out using U Mann-Whitney and Kruskal-Wallis and univariate logistic regression analysis. A sample of 136 of squamous cell cases carcinoma located in different regions of the mouth was included in the study. Twenty-two variables related to patients were considered, being sociodemographic (age, sex, skin color, origin, marital status, employment status, educational level and income), behavior-related disease (exposure to tobacco or alcohol), health care (use of prosthesis, type of access to health services, patient patterns of referral) and clinical features of disease (location, size and signs and symptoms and clinical staging injuries). Three types of delay were examined: 1) delay of the patient, referring to the time elapsed between the perception of signs and symptoms and first appointment with health professionals, 2) delay of the professional, considered the time between the first appointment with health professional and definitive diagnosis of the disease (histopathological diagnosis) and 3) total delay as a result of the sum of two delays aforementioned. The results showed delays related to patient around 127 days (4.2 months), 19 days for professionals and 176 days (~ 6 months) for the total delay in cancer diagnosis. The delay of patients was responsible for longer time spent in the process of diagnosis, and 64% of patients had delays greater than 90 days. Two of the variables studied showed statistically different values: gender (p = 0.007) and presence of painful symptoms (p = 0.027). The delay for female patients (120 days) was lower than for males (225 days). For patients with pain, the delay was longer (150 days) than patients without pain (120 days). Only a marginal statistical association was observed for sex (p = 0.06, OR = 2.42), the delay was significantly associated with patients with lesions of intermediate size (p = 0.009, OR = 0.35). These patients had lower median delay. Regarding the delay of the professional, the median was 19 days, and approximately 50% of delays were greater than 15 days. No variable had categories with significantly different medians. Moreover, only the variable sex was statistically associated with professional delay (p = 0.033, OR = 2.60). Smaller lesions showed lower median and a lower risk of delay in diagnosing professional. The pattern of delayed diagnosis of median total values were significantly higher for males (p = 0.007) and patients with pain (p = 0.022) significantly different from its counterpart. However, only the variable size of the lesion were significantly associated to the total delay (p = 0.016, OR = 0.35). The pattern of delay observed is equal to those observed in studies in Brazil and abroad. Our findings also show that it does not seem common to identify associations between socio-demographic data related to behavior and care of illness and health with clinical disease and different types of delay. Also, the delay of the patient to the professional does not seem to be a risk factor for determining the staging of oral cancer.
Palavras-chave: Boca - Câncer - Diagnóstico
Câncer bucal
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Ciências da Saúde
Programa: Programa de Pós-graduação em Odontologia
Referência: FALEIROS, Cizlene do Carmo Veloso. Estudo dos fatores relacionados no atraso no diagnóstico do carcinoma epidermóide bucal. 2010. 101 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/16909
Data de defesa: 23-Jul-2010
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO - Odontologia

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