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Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Infecções de sítio cirúrgico após cirurgias cardíacas em um hospital universitário mineiro: incidência, aspectos microbiológicos e epidemiológicos
Autor(es): Finzi, Marcília Batista de Amorim
Primeiro orientador: Melo, Geraldo Batista de
Primeiro coorientador: Gontijo, Paulo
Primeiro membro da banca: Brito, Denise Von Dolinger de
Segundo membro da banca: Duarte, Elisabeth Carmen
Resumo: Infecções de sítio cirúrgico (ISC) após cirurgias cardíacas representam um grave problema para os pacientes operados em termos de morbidade, mortalidade e custos. O objetivo deste estudo foi investigar aspectos epidemiológicos destas infecções nos principais tipos de cirurgias cardíacas, incluindo incidência, etiologia, patogenia e fatores de risco de infecções hospitalares, divididas em ISC e em outros sítios anatômicos, bem como a mortalidade hospitalar em pacientes adultos. Foi realizado um estudo caso vs. controle em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no período de novembro de 2005 a agosto de 2009. O procedimento cirúrgico mais realizado foi a Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM) (53%), seguida pela cirurgia de reparo valvar (CRV) (25,2%), outras cirurgias (14,7%) e cirurgias combinadas de CRM e CRV (6,9%). A taxa de infecção de sítio cirúrgico foi de 17,6%, com quase dois terços dos pacientes diagnosticados antes da alta hospitalar. As ISC incisionais foram detectadas em 65 (14,5%) pacientes e as de órgão/espaço em 10 deles (2,2%). Os seguintes fatores de risco independentes foram associados ao desenvolvimento de ISC: Índice de Massa Corporal (IMC) &#8805; 30 Kg/m2 (OR: 2,20; 95% CI 1,16 4,16; P=0,0154), Índicie de risco de infecção de sítio cirúrgico 2 (IRIC) (OR: 1,81; 95% CI 1,00 3,29; P=0,0506), cirurgia de revascularização miocárdica (OR: 2,36; 95% CI 1,22 4,58; P=0,0109), hospitalização pós-operatória maior que 7(sete) dias (OR: 3,60; 95% CI 1,70 7,66; P=0,0008). A colonização nasal prévia do paciente por S. aureus, também foi um fator predisponente (13,7% vs. 0% no grupo controle, P= 0,0011) apenas quando de análise univariada. A taxa de infecção hospitalar por episódios, observadas em outros sítios incluindo corrente sanguínea (CS), trato urinário (ITU) e pulmão (PNM), consideradas como um grupo, superou (68,6%) a de ISC (31,3%) com uma relação de 2,1 para cada ISC. Estas infecções em outros sítios anatômicos apresentaram como fatores de risco independentes a co-morbidade insuficiência renal (OR: 3,55; 95% CI 2,00 6,32; P=<0,0001) e hospitalização pósoperatória maior que 7 (sete) dias (OR: 5,76; 95% CI 2,93 11,33; P=<0,0001). Os critérios microbiológicos foram usados no diagnóstico da maioria das ISC (52,0%) e de outras IHs (59,0%), destacando-se um predomínio de bacilos Gram negativos (BGN) (63,5%), ausentes no ar da sala de cirurgia, Klebsiella spp. (24,1%) e Staphylococcus aureus (20,6%) como os patógenos mais freqüentes. Os microrganismos multiresistentes (66,3%) predominaram entre as amostras recuperadas de espécimes clínicos. A mortalidade foi significante tanto nos pacientes com ISC (OR: 3,09; 95% CI 1,26 7,59; P=<0,0134) quanto naqueles com infecções graves como PNM e infecções de CS (P<0,05). Embora as ISC, comuns na prática hospitalar, sejam reconhecidas cada vez mais como uma medida da qualidade do cuidado oferecido aos pacientes, resultados mais expressivos, em termos de morbidade, mortalidade e conseqüentemente custos, sobretudo quando da inclusão das infecções em outros sítios anatômicos após cirurgias cardíacas, como observado nesta investigação, devem ser analisados de forma crítica.
Abstract: Surgical site infections (SSI) after cardiac surgery is a significant problem for patients operated in terms of morbidity, mortality and costs. The objective of this study was to investigate epidemiological aspects of these infections in the main types of heart surgeries, including incidence, etiology, pathogenesis and risk factors of nosocomial infection, divided into ISC and other anatomical sites and hospital mortality in adult patients. We conducted a study case vs. control in patients undergoing cardiac surgery between November 2005 and August 2009. The most common surgical procedure was coronary artery bypass grafting (CABG) (53%), followed by surgery to repair valve (CRV) (25.2%), other surgeries (14.7%) and surgery combined CRM and CRV (6.9%). The rate of surgical site infection was 17.6%, with almost two thirds of patients diagnosed before hospital discharge. The ISC site infections were detected in 65 (14.5%) patients and organ/space in 10 patients (2.2%). The following independent risk factors were associated with the development of CSI: Body Mass Index (BMI) &#8805; 30 kg/m2 (OR: 2.20, 95% CI 1.16 to 4.16, P = 0.0154), Risk index for surgical site infection "2" (IRIC) (OR: 1.81, 95% CI 1.00 to 3.29, P = 0.0506), CABG (OR: 2.36; 95% CI 1.22 to 4.58, P = 0.0109), postoperative hospitalization greater than 7 (seven) days (OR: 3.60, 95% CI 1.70 to 7.66, P = 0,0008). The nasal colonization prior patient with S. aureus, was also a predisposing factor (13.7% vs. 0% in the control group, P = 0.0011) only when the analysis. The rate of nosocomial infection episodes observed in other sites including the blood stream (CS) and urinary tract infection (UTI) and lungs (pneumonia), considered as a group exceeded (68.6%) of the ISC (31.3% ) with a ratio of 2.1 for each ISC These infections in other anatomical sites presented as independent risk factors for co-morbidity renal failure (OR: 3.55, 95% CI 2.00 to 6.32, P = <0.0001) and postoperative hospitalization longer than 7 (seven) days (OR: 5.76, 95% CI 2.93 to 11.33, P<0.0001). Microbiological criteria were used in the diagnosis of the majority of SSI (52.0%) and other IHS (59.0%), highlighting a predominance of gram-negative bacilli (GNB) (63.5%), absent in the air the operating room, Klebsiella spp. (24.1%) and Staphylococcus aureus (20.6%) as the most common pathogens. Microorganisms multidrug resistant (66.3%) predominated among the isolates recovered from clinical specimens. Mortality was significant both in patients with SSI (OR: 3.09, 95% CI 1.26 to 7.59, P<0.0134) and in those with severe infections like PNM and infections of CS (P<0, 05). Although the ISC, which are common in hospital practice, are increasingly recognized as a measure of quality of care offered to patients, more significant results in terms of morbidity, mortality, and therefore costs, especially when the inclusion of infections in other anatomical sites after cardiac surgery, as observed in this study, should be examined critically.
Palavras-chave: Cirurgias cardíacas
Infecções hospitalares
Fatores de risco
Mortalidade hospitalar
Cardiac surgery
Nosocomial infections
Risk factors
Hospital mortality
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::IMUNOLOGIA::IMUNOLOGIA APLICADA
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Ciências Biológicas
Programa: Programa de Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas
Referência: FINZI, Marcília Batista de Amorim. Infecções de sítio cirúrgico após cirurgias cardíacas em um hospital universitário mineiro: incidência, aspectos microbiológicos e epidemiológicos. 2010. 72 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/16645
Data de defesa: 23-Fev-2010
Aparece nas coleções:DISSERTAÇÃO - Imunologia e Parasitologia Aplicadas

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