Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/12757
Tipo do documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Título: Uso de biomarcadores na vigilância em hanseníase : análise- têmporo-espacial
Autor(es): Camargo, Núbia Cássia
Primeiro orientador: Goulart, Isabela Maria Bernardes
Primeiro membro da banca: Brito, Jorge Luís Silva
Segundo membro da banca: Ignotti, Eliane
Terceiro membro da banca: Gontijo, Liliane Parreira Tannús
Resumo: A associação de ferramentas moleculares e imunológicas, indicadores epidemiológicos e sistema de informação geográfica (SIG) podem elucidar não apenas clusters de casos de hanseníase, como também de grupos de maior risco de adoecer entre os contatos domiciliares. Este estudo caracterizou a endemia hansênica em Uberlândia/MG, Brasil, de 2001 a 2008, utilizando indicadores epidemiológicos e o SIG para vigilância da infecção pelo M. leprae em doentes e contatos domiciliares soropositivos ao ELISA anti-PGL-I e/ou à PCR para detecção de DNA de M. leprae em swabs nasais e bucais. Foram georreferenciados 683 casos de hanseníase e 262 contatos positivos para estes exames. Foi observado nos casos notificados que a classificação operacional que mais predominou foi a MB (67,2%); a forma clínica mais prevalente foi a D (47,9%); o grau 2 de incapacidade física no diagnóstico foi de 11,1%. Os homens responderam por 58,7% dos casos novos, numa taxa homem/mulher de 1,4; a faixa etária predominante foi de 35 a 59 anos (50,5%).Quanto aos indicadores epidemiológicos,o coeficiente de detecção anual de casos novos variou de 11 a 20 casos se mantendo como alta endemia, com 13,3 casos/100.000, apresentando um declínio de 35% na detecção de casos novos ao final de 2008 (p<0,05). O coeficiente de detecção anual de casos novos em menores de 15 anos variou de 0 a 2,2 casos, com 1,4 casos por 100.000 habitantes em 2008, mantendo parâmetro de média endemia indicando infecção recente e ativa no município.O coeficiente proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade física no diagnóstico variou de 4,2% a 24,3%, com uma proporção de 12,7% em 2008, com um parâmetro alto de incapacitados, indicando um diagnóstico tardio e ou melhoria da avaliação e registro de incapacidades. Os coeficientes de detecção de casos novos em 2001 foram maiores no SSS e SSO e, em 2008, manteve-se alto no SSS e se deslocou do SSO para o SSN, coincidindo com a expansão do pólo de industrialização da cidade, onde ocorreu um aumento da densidade populacional. Clusters hiperendêmicos de hanseníase foram identificados no SSC e no SSS sendo esses dois setores os que receberam os egressos das colônias de hanseníase nos anos 60 e 70 e onde ainda permanece grande fator de estigma relacionado à doença pela presença de sequelados. A vigilância da infecção pelo M. leprae em contatos domiciliares encontrou 15,7% de infectados e ou portadores sadios do bacilo, distribuídos em 7,2% soropositivos ao ELISA anti-PGL-I; 5% positivos no swab bucal e 3,8% no swab nasal na PCR para detecção de DNA de M. leprae. A maior positividade foi encontrada em contatos de casos índices MB. Quanto ao ELISA, a maior soropositividade foi em mulheres (64%). Foi evidenciado um cluster no SSS de contatos infectados e ou portadores sadios (soropositivos ELISA anti-PGL-I e ou positivos na detecção de DNA de M. leprae), coincidindo com o cluster mais hiperendêmico de casos notificados durante todo o período, corroborando com a hipótese de que nesse setor permanece grande fator de estigma, dificultando medidas de impacto em educação em saúde para apresentação voluntária de suspeitos. No seguimento dos contatos 1,4% desenvolveram hanseníase indicando uma chance 9 vezes maior de adoecer nos contatos soropositivos. A positividade na PCR não conferiu maior risco de adoecimento para esses contatos, mas demonstrou o potencial de transmissão subclínica dos mesmos, disseminando o bacilo em área endêmicas. Esses fatores discriminados nesse trabalho são de grande relevância epidemiológica na manutenção da cadeia de transmissão, o que deverá impor novas estratégias de intervenção, como a quimioprofilaxia de contatos. O SIG com os indicadores epidemiológicos de avaliação de morbidade e carga de doença associado aos exames imunológicos e moleculares da população de risco demonstrou ser uma ferramenta que possibilita a visibilidade da endemia hansênica por setor sanitário e bairros de municípios permitindo o aperfeiçoamento da vigilância deste agravo e servindo como importante instrumento para subsidiar o planejamento das políticas de saúde para eliminar a hanseníase como problema de saúde pública.
Abstract: The combination of epidemiological, molecular and immunological tools and geographical information system (GIS) can elucidate not only clusters of cases of leprosy, as well as groups at higher risk of developing the disease among household contacts. This study characterized the leprosy in Uberlândia / MG, Brazil, from 2001 to 2008, using epidemiological indicators and GIS for surveillance of infection with M. leprae in household contacts and patients seropositive to ELISA anti-PGL-1 and / or PCR to detect the M. leprae DNA in nasal and buccal swabs. A number of 683 leprosy cases were georeferenced and 262 positive contacts for these exams. Reported cases was observed in the operational classification that more MB was the predominant (67.2%), the clinical form D was the most prevalent (47.9%), the disability grade 2 at diagnosis was 11.1 %. Men accounted for 58.7% of new cases, a rate male/female 1.4, the predominant age group was 35 to 59 years (50.5%). As for the epidemiological indicators, the annual detection rate new cases ranged from 11 to 20 cases remained as highly endemic, with 13.3 cases per 100,000, showing a decline of 35% in detecting new cases at the end of 2008 (p <0.05). The annual detection rate of new cases in children under 15 years ranged from 0 to 2.2 cases to 1.4 cases per 100,000 inhabitants in 2008, maintaining endemic average parameter that indicates recent and active infection in the city. The coefficient ratio new cases with disability grade 2 at diagnosis ranged from 4.2% to 24.3%, with a proportion of 12.7% in 2008, with a high parameter of disabled, indicating a late diagnosis and the evaluation and improvement or record of disability. The detection rates of new cases in 2001 were higher in SSS and SSO, and in 2008, remained high in the SSS and moved to the SSN SSO, coinciding with the expansion of industrialization of the city center, where there was an increase in population density. Clusters hyperendemic leprosy were identified in the SSC and the SSS and these both districts that received the graduates of the leprosy colonies in the 60 and 70 and where it still remains a big factor stigma surrounding the disease by the presence of sequelae. The surveillance of infection with M. leprae in household contacts found that 15.7% of infected and healthy carriers of the bacillus, distributed in 7.2% seropositive to ELISA anti-PGL-I, 5% positive buccal swab and 3.8% in the nasal swab for detection the M. leprae DNA. The highest positivity was found in contacts of index cases MB. As for the ELISA, the seropositivity was higher in women (64%). It was shown in a cluster of infected contacts and SSS or healthy carriers (ELISA seropositive anti-PGL-I and positive to detection the M. leprae DNA), coinciding with the most hyperendemic cluster of cases reported during the entire period, corroborating the hypothesis that this factor remains large district of stigma, making measures of impact on health education for voluntary submission of suspects. Following the 1.4% developed leprosy contacts indicating a nine times greater chance of getting sick in the positive contacts. The PCR positivity did not confer greater risk of illness for these contacts, but demonstrated the potential of transmission of subclinical same, spreading the bacillus in endemic areas. These factors incriminated in this study are of great importance in maintaining the epidemiological chain of transmission, which would impose new intervention strategies such as chemoprophylaxis of contacts. GIS with the epidemiological indicators of evaluation of morbidity and burden of disease associated with immunological and molecular tests of the population at risk has proven to be a tool that enables visibility of leprosy by health district and neighborhoods of cities allowing to improve the surveillance of this disease and serving as an important tool to support planning of health policies to eliminate leprosy as a public health problem.
Palavras-chave: Hanseníase
Casos e contatos domiciliares
ELISA anti-PGL-I
PCR de detecção de DNA de M. leprae
Sistema de informação geográfica (SIG)
Leprosy cases and household contacts
ELISA anti-PGL-I
PCR to detection the M. leprae DNA
Geographic Information system (GIS)
Ciências médicas
Marcadores biológicos
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: BR
Editora: Universidade Federal de Uberlândia
Sigla da instituição: UFU
Departamento: Ciências da Saúde
Programa: Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde
Referência: CAMARGO, Núbia Cássia. Uso de biomarcadores na vigilância em hanseníase : análise- têmporo-espacial. 2011. 96 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011. DOI https://doi.org/10.14393/ufu.di.2011.46
Identificador do documento: https://doi.org/10.14393/ufu.di.2011.46
URI: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/12757
Data de defesa: 6-Jul-2011
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